6 cidades que foram completamente “movidas”

Por , em 5.10.2013

Se você já acha trabalhoso mudar de casa, agradeça por não ter que levá-la junto: seja por causa de desastres ambientais ou perigo potencial, pelo menos seis cidades nos últimos dois séculos tiveram que ser “transferidas”, em operações que custaram fortunas e muitas horas de trabalho.

6. Kiruna (Suécia)

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Abaixo de Kiruna está um dos maiores depósitos de minério do mundo e, para o azar da população, a exploração foi feita sem cuidado, o que comprometeu o terreno e colocou toda a cidade em risco.

Pouco a pouco, as estruturas de Kiruna estão sendo movidas para um local seguro (4 km da localização atual). Até agora, o projeto custou mais de R$ 1 bilhão – e, até sua conclusão, a despesa pode dobrar.

5. Hibbing (EUA)

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Décadas antes do projeto de Kiruna, a cidade de Hibbing, no estado de Minnesota, entrou em risco por causa de mineração abusiva: no final da década de 1910, a população teve que mover suas casas por quilômetros, pois o terreno original já não era seguro.

Naturalmente, eles tiveram de se virar com muito menos recursos do que o governo da Suécia: cavalos, tratores, máquinas a vapor e trabalho braçal.

4. Tallangatta (Austrália)

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Nos anos 1950, a cidade de Tallangatta foi deslocada para permitir a expansão de uma represa – uma solução mais criativa do que dar auxílio financeiro à população para se mudar, convenhamos.

3. Galveston (EUA)

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Atingida pelo ciclone mais intenso da história do país, em 1900, Galveston, no estado do Texas, não foi exatamente “realocada”, mas re-erguida: muitos moradores ergueram plataformas e aproveitaram ao máximo o que sobrou das construções originais para reconstruir suas casas.

Até mesmo a grande catedral da cidade foi reconstruída, demandando 35 dias de trabalho e uma nova fundação para preservar a estrutura que “sobreviveu” à tempestade.

2. Minor Lane Heights (EUA)

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Localizada ao lado de um aeroporto, Minor Lane Heights era um bom lugar para morar, exceto pelo barulho infernal (e constante) dos aviões. Em um acordo curioso, a cidade foi “comprada” pelos donos do aeroporto, e o dinheiro serviu para custear a construção de uma nova cidade a cerca de 8 km que imitava a estrutura de Minor Lane Heights, batizada de Heritage Creek.

A ideia era que, dessa forma, a população poderia permanecer unida (vale dizer que a cidade tinha apenas 552 famílias e uma estação policial).

1. Morococha (Peru)

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Nas proximidades de Morococha, há uma montanha com a maior (até onde se sabe) reserva de cobre do mundo. A exploração da reserva, contudo, liberou resíduos tóxicos em diversas áreas da cidade.

Para resolver a situação, um conglomerado de mineração chinês começou a construir a Nova Cidade de Morococha, a cerca de 8 km do local. Depois que a população se mudar para lá, a original será demolida.

Extra: Água Preta (Brasil)

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No Brasil, o caso mais próximo de “transferência de cidade” é o de Água Preta, em Pernambuco, que foi parcialmente destruída por enchentes. As casas dessa região estão sendo reconstruídas em um lugar mais seguro, não muito longe da cidade. [Gizmodo]

Edit: O leitor José Conde Miranda apontou mais um caso brasileiro:

“Água Preta não foi o único fato mais próximo aqui no Brasil. No Ceará, a cidade de Jaguaribara foi inundada pelas águas do açude Castanhão e por isso foi construída a cidade de Nova Jaguaribara. Tanto a abertura das comportas do açude como a construção da cidade foram 100% planejados”.

8 comentários

  • Ana Suzuki:

    Natividade da Serra, no estado de São Paulo, também foi reconstruída mais acima, antes de ser inundada para formar
    uma represa.
    Mas isto foi antes que a corrupção virasse instituição nacional. Natividade é uma cópia da antiga cidade, ninguém desviou a verba necessária.

    • pmahrs:

      Para não ter corrupção só se foi antes do descobrimento. O fato de não ficarmos sabendo devido a censura, conveniência ou conivência, não quer dizer que não teve.

  • Samuel Alencar:

    Interessante não é mesmo?… Foram movidas ou reconstruídas por questões de segurança; expansão de represa; fenômenos da natureza e até mesmo poluição sonora!

  • Fernando Sakugava:

    Igaratá – SP voi mudada para a construção de uma represa. Hoje é possível avistar a torre da antiga igreja.

  • Osvaldo Alencar:

    Faltou citar a cidade de Petrolândia/PE, que foi submersa (e reconstruída) deviso à construção da Hidro-elétrica PA-IV (Chesf) no final da década de 80.

  • pmahrs:

    Antigamente se construía cidades a beira dos rios para facilitar a vida; hoje se pode levar a água dentro de casa e com melhor qualidade. Acho que já está na hora de libertarmos os rios de nossas cidades.

  • Rafael Carvalho:

    Principalmente, coisa de 1º mundo! Haja minério no caso do Peru… E quanto a de Água Preta, tem que tomar cuidado com a ação “estão sendo reconstruídas” nesse país… Cara, eu lembro do caso, se não me engano, em Realengo-RJ, em que os Sr’s governantes desviaram a verba de desabrigados. Que absurdo!

    • pmahrs:

      E empresários.

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