A estrela que “dobra” a luz de sua vizinha

Por , em 8.04.2013

Do tamanho da Terra, porém com uma massa equivalente à do sol, uma anã branca (“sobra” de uma estrela que entrou em colapso) observada por um grupo de cientistas tem um campo gravitacional tão forte que é capaz de distorcer a luz de uma estrela (anã vermelha) próxima a ela.

“É tão pesada que a anã vermelha, embora fisicamente maior, circula ao seu redor”, aponta o pesquisador Phil Muirhead, do Instituto Tecnológico da Califórnia (EUA). O tempo de órbita é extremamente curto (1,4 dias) e indica que, daqui a “apenas” alguns bilhões de anos, a anã vermelha pode acabar sendo despedaçada pela outra estrela. “Esse sistema é especialmente interessante porque nos permite caracterizar uma fase pacífica antes que a violenta transferência de massa comece”.

Nem a luz escapa

A distorção de raios de luz causada por campos gravitacionais estava prevista na Teoria Geral da Relatividade de Einstein – e, embora seja constantemente observada por astrônomos, raramente foi vista em sistemas formados por apenas duas estrelas.

Esse fenômeno ajuda cientistas a encontrar planetas pouco iluminados – equipamentos como o Telescópio Espacial Kepler conseguem identificar alterações na luz de estrelas causadas pela gravidade de planetas que as orbitam. No estudo, o cálculo da massa da anã branca foi feito com base na distorção da luz.[ScienceDaily, The Astrophysical Journal]

22 comentários

  • andrer:

    Nem distorção, nem refração.
    A estrela maior tem um tumor

    • Jonatas:

      Hehe, gostei. Vai que isso é um alerta pra cuidarmos melhor da saúde de nosso Sol… 😀

  • WalterZ:

    Não entendi qual é o probelma que alguem, mesmo da sexta série, queira apender com os demais neste site? Imagino que se ele externou os seus conceitos, mesmo que errados, foi justamete para debater e se aprimorar e isso é louvável!

    É lamentável é que pessoas que “se acham” com tanto conhecimento tenham tão pouca educação!

    • Jonatas:

      O problema não é que alguém da sexta séria queira vir ler ciência, isso é para todas as idades, quanto mais gente procurar assuntos científicos e apresentar seus pontos de vista melhor, eles vão aprender e crescer junto com todos nós.
      O problema é alguém achar que sabe mais que todo mundo e querer bancar o “inteligentão” que sabe mais que os cientistas, usando um nível intelectual perceptivelmente muito inferior – resumindo, querendo mostrar mais do que é.

    • migx:

      É verdade.

  • migx:

    Uauaua, Marco, hilário. Anos 80 foi cruel, você é D+, mas estou certo que seus comentários falam por si.
    O exemplo dos vários shows de mágica nos Estados Unidos foi uma cartada de mestre, já que serviu para demonstrar como um cientista pode se divertir com amenidades e também para nos informar que já esteve ou viveu nos Estados Unidos.
    Nossa!

  • Marco337:

    Nada a ver Migx. Adorei o comentário do Jonatas.

    • migx:

      É verdade…

  • migx:

    Só é possível gostar dos comentários? Pra mim só aparece uma mãozinha verde, mas como a pergunta é gostei ou não, pensei que ao clicar poderia optar, por sim ou não, mas não deu. Acabei “gostando” de dois comentários horríveis.

    • Marco337:

      E vc caiu no erro duas vezes? Na 1• vez vc viu que não apareceu a opcão “sim” e “não”, aí foi tirar a prova dos 9 noutro comentário e errou de novo?
      Fica a dica: não saia clicando em ícones que vc não conhece só para dizer que está “antenado” na internet. Esqueça aquele antigo programa do Silvio Santos que perguntava: ” vc quer trocar essa bicicleta caloi por um pinico usado, sim ou não??? Simmmmmm”

    • Jonatas:

      Eu sou da época que havia o gostei e o não-gostei, mas o site sofreu um ataque de trollagem explícita, um fulano-de-tal, ou -de-tais, passou a negativar todo mundo e positivar ele mesmo repetidas vezes – algo possível se você ficar trocando o endereço IP do seu computador. Aí então adotaram o sistema que por sinal é do mesmo tipo do facebook, ou você curte ou não marca. O mais recomendado ao discordar é responder o porque disso – o sistema de moderação encomoda, mas também é altamente necessário, a trollagem na web, spams e outros males obrigaram os sistemas a serem assim.

  • WalterZ:

    Legal.
    Mas certamete não são “alguns bilhões” mas alguns milhões de anos para a “anã vermelha acabar sendo despedaçada pela outra estrela”.

    Acho que o texto faz uma confusão entre “a distorção de raios de luz causada por campos gravitacionais” com o TRANSITO de um planeta por uma extrela.

    Os planetas, que podem ser detectados pelo TRANSITO por uma estrala, embora não tenham campos gravitacionais que desviem a luz a ponto do desvio ser detectável. Uma anã branca, entretanto tem um campo gravitacional monstruoso próximo de sua superfície que causa um desvio detectável da luz.

  • Andre Luis:

    Esta estrela anã branca então é bem massiva mesmo, para fazer a anã vermelha a circular-la, mesmo com esses tamanhos, interessante.

    • Jonatas:

      E o que diria de um corpo do tamanho de uma gigante vermelha, em média umas 50 vezes maior que o Sol, orbitar um corpo que tem o tamanho da Bahia da Guanabara – uma Estrela de Nêutrons ? Inacreditável, e acontece. 😉
      Uma gigante vermelha clássica tem a massa do Sol mas num grande volume, milhares de vezes maior que o Sol, é uma estrela expandida. Uma estrela de Nêutrons tem uma massa acima de 2 vezes a do Sol, superconcentrada num corpo de 10 ou 20 km de diâmetro. O resultado de tamanha densidade é, além de um campo magnético monstro, uma gravidade surreal – pode manter várias gigantes orbitando ao redor de um astro que, menor que uma estrela-anã, é uma estrela-microscópica :).

      Diâmetro da Terra, e da Anã Branca: cerca de 13.000 km
      O do Sol: 1.400.000 km (umas 110 vezes maior)
      O da Gigante Vermelha: de 10 a 100 vezes o do Sol – 140.000.000 km

      O da Estrela de Nêutrons: 10 km (!)

    • Andre Luis:

      Simplesmente incrível Jonatas! Estes dados que voce nos trouxe mostra como a física é fantástica!!!

  • Marco337:

    A distorção da luz sem dúvida ocorre, podemos ver isso quando brincamos com água para formarmos um “arco-íris”(numa experiência comum nas escolas).
    A questão é: a luz “apresenta” ou “não” alguma quantidade de massa para que possa receber alguma influência da gravidade ou a gravidade que exerce essa distorção é uma simples “ilusão de ótica”? a luz caminharia em uma outra trajetória até o observador como se restos de partículas e perderia sua característica ondulatória?

    • Jonatas:

      Aí que entra a relatividade einsteniana – a gravidade não distorce a luz, a gravidade distorce o espaço que a luz percorre – a luz segue essa distorção.

    • Marco337:

      Boa resposta Jonatas. Realmente acredito que seja isso mesmo.

    • migx:

      Fazer analogia entre a refração da luz e o efeito descrito neste post… Será que os cientistas envolvidos não sabem diferenciar uma ilusão de ótica de um efeito gravitacional?
      Fica a dica, não use conhecimentos científicos de sexta série para tentar parecer inteligente num site de ciência!

    • Marco337:

      Migs, fui à vários shows de mágica nos Estados Unidos e lhe respondo: Sim, os cientistas não sabem diferenciar uma ilusão de ótica. Se aqui, bem pertinho, eles são “iludidos” pela ótica, quiçá longe. E pra piorar, até nas ilusões envolvendo a gravidade isso ocorre. Ah e nunca quis dar uma de inteligente. Ser inteligente é ser mediano para mim e esse conceito é muito “anos 80”.Aliás, seu comentário é bem anos 80 ( 6• série??? Alguém ainda fala assim no século XXI?).

    • EvidenciaCientifica:

      Também há uma corrente que afirma que existe massa mesmo que mínima na luz.Mas acredito que possa haver ilusão de ótica sim , não descarto.Muitas das imagens do espaço apresentam distorções e algumas afirmações cientificas na astronomia voltaram atrás.É como se vc visse células ao microscopio optico (tinham muitos artefatos) e ainda hj com microscopia eletrônica também temos artefatos que geram conclusões erradas aos examinadores.Talvez com a macroscopia usada na Astronomia tais erros sejam ainda maiores pois os corpos avaliados estão a milhares de anos-luz da terra. Excelente comentário.

    • Jonatas:

      Evidência científica, evidências científicas existem a cerca da relatividade geral do Universo Eisnteniano, vários satélites testaram e aprovaram efeitos previstos pelo grande gênio do século passado. Pesquise sobre teste em Sobral, no Ceará – um teste da relatividade e trajetória curva da luz que foi feito no Brasil. *Se puder pesquisar em inglês melhor, muito do material nacional que vi infelizmente não apresenta um conteúdo muito bom.

      Sobre ilusões, sempre pode haver mas não subestime a habilidade dos astrônomos – a séculos viemos nos aperfeiçoando a diferenciar ilusão de observação pelo método dedutivo, lógico e matemático.
      As grandes descobertas da Astronomia não vem de uma foto fantástica da Nebulosa X – embora geralmente comecem assim e isso faça parte importante do processo, é numa exaustiva prancheta de cálculos e no uso softwares com linguagens complexas que o conhecimento do espaço é desenvolvido.

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