Cientistas fazem descoberta incomum sobre veneno da aranha marrom

Por , em 15.09.2013

Cientistas da Universidade do Arizona (EUA) constataram que o veneno das aranhas do gênero Loxosceles, que contém cerca de 100 espécies de aranhas, incluindo a famosa aranha marrom, produz uma substância química no corpo humano diferente do que os cientistas acreditavam.

A revelação tem implicações na compreensão de como essas picadas de aranha afetam os seres humanos e no desenvolvimento de possíveis tratamentos para as mordidas.

Uma das poucas aranhas comuns cuja picada pode ter um sério efeito prejudicial nos seres humanos, a aranha marrom possui um poderoso veneno. Nele, existe uma proteína rara que pode causar uma lesão mais escura no local de uma picada ou, muito menos comum mas bem mais perigosa, uma reação sistemática em seres humanos.

“Essa não é uma proteína que normalmente encontramos no veneno de animais peçonhentos”, conta Matthew Cordes, professor no departamento de química e bioquímica da Universidade do Arizona e líder do estudo, publicado recentemente na revista científica “PLoS ONE”.

A proteína, uma vez injetada em uma ferida causada por uma mordida, ataca as moléculas fosfolipídicas, que são o principal componente das membranas celulares. Durante muito tempo, os cientistas acreditavam que a proteína deixava para trás uma molécula de lipídio simples e linear.

A grande descoberta da equipe foi justamente nesse ponto. Em tubos de ensaio no laboratório, eles viram que a proteína do veneno transforma a estrutura dos lípidos. A perda da porção superior das células faz com que a estrutura se dobre no formato de um anel – gerando um produto químico cíclico muito distinto da molécula linear que os cientistas tinham em mente anteriormente.

“O primeiro passo de todo esse processo que leva ao dano da pele não acontece como todos nós pensávamos”, sintetiza Cordes.

Ele explica que a forma cíclica da molécula de lipídio significa que ela possui propriedades químicas diferentes do lípido linear que os cientistas acreditavam ser o gerador da proteína. Os efeitos biológicos de qualquer uma das moléculas nas membranas humanas ou em insetos não são completamente conhecidos, diz Cordes, mas provavelmente são muito diferentes.

“Acreditamos que algo nesse produto gerado por esta proteína é o que ativa o sistema imunológico”, afirma Greta Binford, professora de biologia da Faculdade Lewis and Clark em Portland, Oregon, EUA.

“As propriedades dessa molécula cíclica não são bem conhecidas ainda, mas o fato de sabermos que está sendo produzida por toxinas no veneno pode aumentar o interesse científico por ela”, acrescenta Cordes. “Conhecer como de fato a proteína funciona e como esta molécula cíclica é formada também poderia levar a uma melhor compreensão sobre como inibir essa proteína”. [Science Daily]

5 comentários

  • Welliton Maurício:

    fui no médico e ele disse que se trata de uma reação dermatológica. só que é igualzinho a picada todas as vezes que aparece. IGUALZINHO.

  • Welliton Maurício:

    a 1 ano fui picado por uma e até hoje sempre que tenho algum inicio de gripe ou estresse grave no local da picada surgem as mesmas bolhinhas

  • Caetano Santos:

    A foto publicada não corresponde a Aranha Marrom brasileira.

  • Ana Carolina:

    Acredito que qualquer descoberta, desde que possa melhorar o antídoto utilizado, é bem vinda. Já assisti alguns documentários sobre a picada deste tipo de aranha onde as pessoas perderam parte considerável de tecido. Um horror.

  • Lucas Noetzold:

    pelo que entendi foi descoberta apenas uma diferença na estrutura da molécula, mas nenhuma possível diferença foi estuda correto?

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