Compradores compulsivos podem ser tratados com droga de Alzheimer

Por , em 31.05.2012

Transtorno do comprar compulsivo, ou síndrome do comprar compulsivo, também conhecido pelo termo técnico “oniomania” (do grego onios, à venda, e mania, insanidade) é uma forma de transtorno obsessivo compulsivo (TOC), uma doença mental grave centrada na preocupação excessiva com algo.

Pode não parecer, mas o TOC é bastante comum. No Brasil, é provável que existam entre 3 e 4 milhões de portadores. Quanto ao transtorno do comprar compulsivo, estudos apontam que afeta cerca de 5,8% dos adultos.

Comprar compulsivamente pode parecer uma “doença moderna”, mas não é tanto assim. A rainha francesa Maria Antonieta (1755 – 1793) era conhecida e odiada por seus excessos, além de outras personagens históricas lembradas por episódios de compras compulsivas, como Jackeline Kennedy Onassis e Princesa Diana.

Esse transtorno é caracterizado por preocupações ou impulsos frequentes, considerados irresistíveis, de comprar frequentemente mais do que se pode pagar, itens que às vezes não são nem necessários. Isso causa na pessoa uma séria disfunção. Os que sofrem da doença podem se meter em problemas financeiros e sociais, por só conseguir pensar em comprar.

E como curar isso? Atualmente, o tratamento para o transtorno é centrado na psicoterapia, visando à mudança de hábitos/comportamento. Medicamentos podem ser usados em casos mais graves.

Para o tratamento do TOC, remédios como Clomipramina (Anafranil), Paroxetina (Aropax, Pondera), Fluvoxamina (Luvox), Fluoxetina (Prozac, Psiquial, Verotina, Deprax, etc.), Sertralina (Zoloft, Tolrest) e Citalopram (Cipramil) são utilizados.

Agora, no entanto, uma nova droga pode aparecer na jogada: o Ebix, um remédio à base de cloridrato de memantina, substância que age como moduladora da ação excitatória, produzida pelo neurotransmissor chamado ácido glutâmico.

O Ebix é usado no tratamento de doenças como Alzheimer e Parkinson, porque tem uma função protetora das células nervosas com falta de circulação sanguínea ou oxigênio e melhora a transmissão dos sinais nervosos e memória.

Porém, os cientistas também acreditam que a memantina está envolvida na obsessividade e pode desempenhar um certo papel no TOC.

Por isso, psiquiatras da Universidade de Minnesota, em Minneapolis (EUA), deram a droga para algumas de nove pessoas entre 19 e 59 anos, diagnosticadas com transtorno do comprar compulsivo.
Todos os participantes do estudo gastavam em média 61% de sua renda em compras impulsivas, principalmente de roupas, e passavam até 38 horas por semana em lojas.

Depois de oito semanas, os homens e mulheres do estudo que tomaram o remédio conseguiram reduzir a quantidade de tempo e dinheiro gasto em compras. Em geral, contando com menos compras e menos comportamentos impulsivos, o medicamento reduziu os sintomas do transtorno pela metade.

“As horas passadas fazendo compras por semana e o total de dinheiro gasto em compras diminuiu significativamente, sem efeitos colaterais”, disseram os pesquisadores.[Telegraph, Anvisa, UFRGS, PETD]

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