Criatividade x Desonestidade: pessoas criativas têm mais tendência a trapacear

Por , em 30.11.2011

Um novo estudo sugere que, quando o assunto é dinheiro, pessoas criativas têm mais tendência a trapacear do que os menos imaginativos.

A razão? Os tipos criativos talvez tenham mais habilidade em encontrar razões para atitudes menos éticas.

No estudo, os cientistas mensuraram a inteligência e criatividade de 97 estudantes de universidades do sudeste americano, ao aplicar testes psicológicos. Depois, os participantes passaram por cinco experimentos para determinar se os criativos são mais traiçoeiros em circunstâncias que justifiquem o comportamento desonesto.

Em um deles, os estudantes visualizaram desenhos pontilhados em dois lados de uma linha diagonal, para descobrir em qual deles havia mais pontos. Entretanto, em metade das 200 tentativas era literalmente impossível dizer se um deles tinha maior quantidade.

Foi falado aos participantes que eles iriam receber 10 vezes mais por cada “lado direito” escolhido, em comparação com o esquerdo – 5 centavos contra 0,5 centavos. Os que tiveram maior pontuação na criatividade se mostraram muito mais aptos a responder o que pagava melhor.

Em outro experimento, eles completaram um teste de conhecimentos gerais, circulando a resposta em um papel. No final, foi pedido que eles transferissem as respostas para um papel de prova comum, marcando “x”. O pesquisador disse ao grupo que ele havia fotocopiado o papel errado, e as respostas certas estavam marcadas.

E claro, o pagamento seria melhor de acordo com o maior número de corretas. A ideia é que eles poderiam trapacear sem serem pegos. Porém, os papéis tinham o nome de cada um. E novamente os mais criativos foram mais trapaceiros.

“Mais criatividade ajuda os indivíduos a resolver questões difíceis em vários campos, mas também pode levar a adotar rotas pouco éticas na solução de problemas”, afirma a pesquisadora da Universidade de Harvard, Francesca Gino.

Apesar dos pesquisadores terem encontrado uma ligação entre criatividade e desonestidade, eles não conseguiram o mesmo com a inteligência. Por exemplo, os experimentos mostraram que os “inteligentes-mas-menos-criativos” não estavam tão inclinados à desonestidade, mesmo em comparação com os nem inteligentes e nem criativos.

O estudo sugere que “estar apto a gerar justificativas originais para ações desonestas leva as pessoas a sentirem-se livres para trapacear”, afirmam os pesquisadores.

E as descobertas têm aplicações práticas. “Os resultados mostram que, de fato, pessoas mais criativas no trabalho talvez tenham mais risco quando confrontadas por dilemas éticos”, comentam.

Eles afirmam que criaram situações onde os participantes foram seduzidos pelo dinheiro, e que mais pesquisa é necessária para confirmar o fato na vida real.[LiveScience]

13 comentários

  • Darley Vieira Lages:

    Dificilmente em um grupo de apenas 97 pessoas se encontra alguém VERDADEIRAMENTE criativo.

  • Miguel:

    Honestidade tem a ver com o caráter e não com criatividade de mais ou de menos. Já vivi em meio aos mais diversos tipos de pessoas, e posso garantir que conheci honestos e desonestos de todos os tipos.
    Todo desonesto é mentiroso e mau caráter, por isso creio que inteligência e criatividade não influencia em nada.

    • Igor:

      Como n influenciam?Inventar mentiras exige criatividade, tanto q quem tem mitomania(compulsão por mentir)são pessoas extremamente criativas.

  • Elizabeth:

    Esses “cientistas” estudam 97 americanos de uma mesma cidade e escola e se acham aptos a afirmar que as pessoas criativas tendem a ser desonestas. Acho que é preciso uma pesquisa muitíssimo mais ampla para chegar a uma conclusão, seja ela qual for.

    Por conta de “cientistas” como esses, a pesquisa científica está cada vez mais desacreditada e muitas afirmações “científicas” são pouco tempo depois substituídas por outras, muitas vezes antagônicas.

  • Flor de Lis:

    Francamente não compreendo como esses cientistas podem achar que 97 pessoas são um parâmetro seguro pra se afirmar uma coisa dessas. Graças a Deus minha mente nunca experimentou o ócio e tenho um bom nível de criatividade, mas isso não me conferiu a tendência á “arte” de trapacear; pelo contrário, fui educada por gente honesta que me ensinou que devemos usar nossas qualidades em prol dos outros também.

  • Flor de Lis:

    Ei, calma…. não sei como ele fez pra excluir seu nick aqui no hype, mas tenho observado que ele é muito negativado nas opiniões que expõe…não sei se isso pode excluí-lo daqui, mas se houver essa possibilidade pelo andar da carruagem acho que não tarda muito.

  • Alexcentrica:

    Não concordo com a pesquisa!!

  • ANILSON TADEU MARTINS:

    Ideia furada! Sou uma pessoa bem criativa e sempre joguei limpo na vida ! >>>>Papo balela >>>

    • MGK:

      Cara veja bem, criatividade em excesso pode levar a certos problemas, eu tenho mitomania(compulsão por mentir)e devido a isso minha criatividade eh beeem maior q de uma pessoa normal, e isso me leva a ter uma hiperatividade mental muito elevada(oq me faz desenvolver T.O.C.)e um nível de introspecção mental muito grande(quando criança nunca precisei de brinquedos, apenas com minha imaginação me distraia o dia todo)mas em contrapartida me traz problemas de socialização, oq me levou a ter depressão.
      Como pode ver tudo em excesso eh maléfico, do mesmo jeito q isso ocorreu poderia ter virado um mau-carater manipulador.

  • bruno:

    Bill gates ?

  • Marte:

    Doutora: pessoas criativas não ligam para dinheiro. Já os espertos…

  • kleidiany:

    Já lir vários livros e ouvir algumas palestras com o dizer, “mente vazia oficina do diabo” que pessoas criativas oculpam suas mentes criando e desenvolvendo idéias boas, já os que nada faz gastam o tempo maquinando coisas ruins.

    • Awen:

      Acho que não é esse o caso. Pessoas criativas conseguem perceber melhor as oportunidades de se dar bem e muitas vezes por meios um tanto deturpados. Pessoas inteligentes as vezes são “coladas” e acabam sendo enganadas mais facilmente. Observo isso no meu trabalho já que lido com diferentes tipos de pessoas. Mas os cientistas desconsideraram o fator socio-cultural, decisivo e importantíssimo,nesse caso.

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