Gaydar existe? Podemos dizer se uma pessoa é homossexual só de olhar para ela?

Por , em 5.06.2012

O “radar gay”, também conhecido como gaydar, é a capacidade de dizer a orientação sexual de alguém só de olhar para ela. Será que isso existe?

Segundo os pesquisadores da Universidade de Washington e da Universidade Cornell (EUA), Joshua A. Tabak e Vivian Zayas, sim.

O fato de que existe um “radar gay”, ou seja, de que é possível identificar a orientação sexual de alguém só pela sua aparência, não significa que isso sempre vá dar certo, no entanto.

Os cientistas, cujo estudo foi publicado no periódico PLoS One, mostraram 96 fotos de rostos de homens e mulheres homossexuais e heterossexuais para 129 estudantes.

As fotos continham realmente apenas rostos: penteados, óculos, tatuagens, piercings, ou qualquer coisa que remetesse a uma cultura e pudesse “dedar” a orientação sexual foi retirada das imagens. Além disso, os participantes só viram as fotos por cerca de 50 milissegundos, o suficiente para o cérebro saber que viu a foto, mas não para analisá-la muito bem.

Ainda assim, eles acertaram a orientação sexual das pessoas 60% das vezes. Isso pode parecer pouco, mas é estaticamente significativo, ou seja, não foi por acaso: o radar gay entrou em ação.

E o que fez com que os participantes soubessem quem era gay e quem não era, se eles não olharam as pessoas por muito tempo, e não tiveram dicas de seu vestuário ou seu trejeito, muitas vezes usados como “indicadores” de orientação sexual pela sociedade?

Segundo os pesquisadores, foram as características faciais (como o olho ou lábio), e, principalmente, a “configuração” dessas características espacialmente no rosto (como a distância entre os olhos ou a proporção entre largura e altura facial) que levou às conclusões.

Por exemplo, a relação largura-altura facial normalmente difere entre homens e mulheres (é maior nos homens), porque tem a ver com a liberação de testosterona durante a adolescência.

Dado os estereótipos de gênero aplicados aos gays – homens gays como relativamente femininos e mulheres gays como relativamente masculinas -, essa relação pode desempenhar um papel na forma como as pessoas julgam a orientação sexual dos outros.

E, claro, não poderia faltar o elemento cultural. Mulheres podem usar azul desde pequenas, enquanto homem que gosta de rosa quando pequeno é visto como “projeto de homossexual”. A mesma coisa para os brinquedos: ninguém se importa muito com menina que gosta de praticar esportes como o futebol, mas um menino querer uma boneca…

Isso refletiu no estudo. Os participantes acertaram mais quando uma mulher era gay (65%) do que quando um homem era gay (57%). Isso significa que os homens foram classificados de forma errada mais vezes. Qualquer rosto de homem com características mesmo um pouco afeminadas já era incorretamente classificado como gay, porque somos mais rigorosos com o “universo macho”.

E será que dizer que é possível saber que alguém é gay só de olhar para ele é preconceito? Os pesquisadores acham que não. Sabemos que alguém é homem ou mulher só de olhar para ele, ou que alguém é branco ou negro só de olhar para ele, então deveria ser a mesma coisa para a orientação sexual.

O problema, é claro, é óbvio: a sociedade ainda não aceita de todo o elemento “gay”, que não deveria ser objeto de preconceito, mas o é. Segundo eles, dessa forma, a melhor arma não é tentar esconder que alguém é gay, mas justamente o contrário.

Infelizmente, o preconceito, de qualquer tipo – por raça, orientação sexual, religião –, nunca poderá ser totalmente sanado, a não ser que todos os seres humanos aprendam a conviver com as diferenças sem querer matar uns aos outros por elas.

Apesar de muitos chamarem tal façanha de “utopia”, temos que continuar tentando. Os governos têm que continuar criando programas e leis que amparem a sociedade como um todo, porque é o certo, e é o único jeito, pelo menos por enquanto. [NyTimes, Estadão, Uol]

Agradecimentos ao leitor Helder Alencar pela sugestão de artigo.

21 comentários

  • Marc F.B.:

    Mas também há casos em que a pessoa parece ser gay e não é.
    Existe uma boa diferença entre “OPÇÃO SEXUAL” e “IDENTIFICAÇÃO DE GÊNERO”, e o gaydar não distingue isso.

    Orientação sexual – o que se refere à afetividade e sexualidade.
    Identificação de gênero – faz referência a como alguém se reconhece dentro dos padrões de gênero estabelecidos pela sociedade.

    Um exemplo são os andróginos. Apesar de parecer o contrário, grande parte dos adeptos é composta por héteros.

  • Samuel Marinho:

    Nossa!

    E precisou de um estudo científico pra descobrir isso??

    Todo gay já nasce com um “gaydar”.

    Consigo descobrir gays mesmo sentados e calados… rs

    A vá

    • Eduardo Rodrigues:

      É como dizem Samuel “semelhante reconhece semelhante”. Levo jeito em reconhecê-los também mesmo estando quietos. heuhuehu

    • Germano:

      nada a ver mano … um cara safo reconhece de longe um boy magia

    • Eduardo Rodrigues:

      Num entendi nada do que cê disse ‘-‘

  • luysylva:

    grande lideres mundias e conquistadores; tinha comportamento homossexual, exemplos: Julio Cesar, Alexandre magno o grande, o gregos, os romanos e entre outros.

  • Eduardo R.:

    Claro que deve advertir o sujeito, o problema não é ter preconceito. Isso todos temos e é normal e correto, o problema usar o preconceito como arma para discriminar ou atacar alguém. Nesse caso, acho que caberia até sugerir um ajuda médica ou psicológica pois o incesto é um dos maiores tabus da humanidade nos últimos milênios. Se é assim há milhares de anos é porque é errado desejar a irmã, a mãe ou a filha. Esse sujeito está a um passo de ser um pedófilo desgraçado. Quando for pai vai atacar a filha. Convença o sujetio a não alimentar esses desejos, a repressão aí é totalmente correta.

  • Pulapirata:

    Me digam uma coisa: Conheço um sujeito que quer ter relações com a própria irmã de sangue. Se eu aconselha-lo a evitar isso, será que estou sendo preconceituoso? Posso dizer-lhe que não é natural?

    • Eduardo Rodrigues:

      Incesto é considerado um pecado, logo, isso acaba trazendo preconceito sim. Seus conselhos poderão até fazer ele pensar, mas se essa realmente for a escolha dele, você só irá gastar sua voz.

      Boa sorte!

  • Clara Telis:

    Isso depende muito da pessoa ,conheço um rapaz que namora com outro ,mas nem de longe se parece gay. Já outros dão muito na cara que são e são casados(se bem que isso pode ser um caso grave de ”mamãe ,não sai do armário”,deixa pra lá…

  • luysylva:

    se homossexual não muda o caráter de ninguém; a pessoa não vai deixa só por isso de ser um grande: medico, advogado ou engenheiro e contribui para com sua sociedade.Mil vezes um filho gay que um criminoso que faz mal à pessoas de bem.

  • Chuck Norris®:

    Esse “Gaydar” ficou estranho. : D

    • Luan Carlos:

      kkkkk faz sentido

  • Germano:

    não faz sentido algum … então um cara racista no fundo tem vantade de ser negro ?

    eu não me considero homofôbico, mais tbm não colocaria um gay para cuidar do meu filho … nunca
    e não quero de forma alguma que ele tome esse tipo de atitude
    então eu sou gay por evita-los ?
    concerteza não.

    • Ricardo Antoni:

      vc pode até não se considerar homofóbico mas é

    • Germano:

      eu não falo de carater … eu falo de comportamento
      posso até ser homofobico, mais não vou bater em ninguem por causa disso

    • Filipe Freitas:

      Um cara racista é só alguém mal intencionado, tendo em vista que as diferenças biológicas entre as ‘raças’ só dizem respeito a parte biológica relacionada a aparência.

      Já a orientação sexual, que não é uma opção, também não tem nada a ver com caráter, caso contrário homens e mulheres heterossexuais (brancos muitas vezes) não abusariam sexualmente de seus filhos.

  • Andhros:

    Mas o tema aqui não é adivinhação, é percepção e reconhecimento, que são reais e implicam o uso dos cinco sentidos e capacidades mentais como: identificar, entender, memorizar, lembrar e associar informações. O conjunto de informações pode ser interpretado como um “dicionário” de padrões conhecidos.
    Associar é uma coisa interessante, tem a ver com a relação que fazemos entre as coisas que interiorizamos separadamente, é quando se reúne os conhecimentos assimilados e mais toda a percepção do presente para tentar montar o quebra-cabeça, afim de fazer um reconhecimento da situação (e começar aprender novamente).
    Mas nem por isso “Podemos dizer se uma pessoa é homossexual só de olhar para ela”, já que contra radar existe tecnologia stealth (camuflagem). E não só por isso, mas porque é rude!

    • Filipe Freitas:

      E não só por isso, mas porque é rude! << Com certeza! Até porque é uma puta viadagem ficar se preocupando se fulano é gay ou não…

  • Danilo Moço:

    quando vi pela primeira vez na TV o ator Jim Parsons, que interpreta o físico Sheldon Cooper no seriado Big Bang Theory e rapidamente percebi,aí perguntei a meu colega “esse cara é gay?“alguns meses depois ele assumiu sua homossexualidade!!Não que seja afeminado mas alguns casos percebemos não sei como explicar!!!

  • Chuck Norris®:

    Isso é verdade. Pelo jeito de andar e de agir também não é difícil identificar um gay. O Dr. Rey diz que não é, mas acho que ele é sim.

    Não tenho nada contra os homossexuais.

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