Hacker alega ter fraudado eleições de 2012 para favorecer candidatos

Por , em 13.12.2012

Desde o início de sua implantação no Brasil, em 1996, a urna eletrônica é alvo de elogios e críticas por parte de especialistas: enquanto muitos afirmam que o aparelho agilizaria o processo eleitoral e estaria menos suscetível a fraudes, outros destacam que sistemas digitais não são imunes a invasões e, por isso, o modelo não seria tão seguro quanto outros alegam.

Nessa semana, durante o seminário “A Urna Eletrônica é Confiável?”, realizado no Rio de Janeiro, um rapaz de 19 anos jogou lenha na fogueira: ele alega que teria fraudado os resultados de eleições na Região dos Lagos (zona do Rio de Janeiro), alterando os dados antes que fossem enviados ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral). O hacker, que se identificava apenas como Rangel e estava sob proteção policial, explicou que havia trabalhado junto com outras pessoas e que tinha acesso privilegiado à rede da Oi, empresa que fornece insfraestrutura para a Justiça Eleitoral do estado.

“A gente entra na rede da Justiça Eleitoral quando os resultados estão sendo transmitidos para a totalização e depois que 50% dos dados já foram transmitidos, atuamos”, disse. “Modificamos os resultados mesmo quando a totalização está prestes a ser fechada”.

Embora Rangel tenha dito que prestou depoimento à Polícia Federal, nada foi divulgado oficialmente. Ainda assim, o coordenador do seminário, Fernando Peregrino, destacou a gravidade da situação: “Um crime grave foi cometido nas eleições municipais deste ano (…), mas infelizmente até agora a Polícia Federal não tem dado a este caso a importância que ele merece, porque ele atinge a essência da própria democracia no Brasil”.

Vale ressaltar que as críticas quanto ao voto eletrônico são em grande maioria direcionadas ao sistema usado atualmente no Brasil (em que os votos são apenas computados digitalmente, sem impressão de comprovante individual a partir da urna), que remete à primeira geração de urnas eletrônicas. Nos Estados Unidos, na Holanda e na Venezuela, por exemplo, o comprovante de voto é impresso pela urna, modelo de “segunda geração”.[Gizmodo, Viomundo, Galileu]

13 comentários

  • Glauco Ramalho:

    Eu concordo, deveria ter um recibo individual de voto. Mas seria outro problema conferir o que foi impresso individualmente com o resultado final da urna, já que quem vota sai imediatamente do local de votação. Não sei se isso seria parte importante do processo, mas quem sabe né…

    Confere, um cracker é tipo um hacker do mal.

  • Wun Man Jo:

    Glauco: O PAINEL ELETRÔNICO do senado não estava conectado à internet, más, foi “manipulados”.

    Não é essencial estar conectada à internet para ser “invadidas” ou manipuladas. Basta ser circuitos eletrônicos(se não estiver usando sistemas perfeitamente seguros contra todos os tipos de fraudes), aliados pessoas “mal intencionados”.

  • Cinthia Castro:

    Eu fui mesária nessa eleição e aconteceu um fato bastante estranho, os boletins de urna da minha sessão saíram com resultados diferentes, coloquei no envelope e entreguei a justiça eleitoral.

  • Wun Man Jo:

    PAINEL ELETRÔNICO do senado não estava conectado à internet, más, foi “manipulados(violados)”.

    Onde funcionou “MENSALÃO” com tamanha magnitude, dizendo que “não sei de nada nem viu nada” ou “tenho direito de ficar calado” e correndo solto livremente “CACHOEIRA”, tendo capacidades e criatividades(que mais tem “o jeitinho de bra…”) para “FORMAÇÃO de QUADRILHAS” com influências, força política, não é para duvidar nada que possa acontecer “algo fora de normal”.
    Ainda mais… trata-se aliados em processos eletrônicos….

    Acho que “tudo é possível” no Brasil, inclusíve até isto, infelizmente. (Yes, We can ??? rs rs rs)

    Porém, quero deixar bem claro que não estou dizendo que aconteceu ou vai acontecer aqui no Brasil “FRAUDE ELEITORAL”, pois, apenás trata-se de “possibilidades”. O Brasil mostrou, o poder judiciário que tem suas qualidades, felizmente. Aff.

  • D. R.:

    Eu me esforço para não acreditar em teorias da conspiração, mas tem algumas coisas que me deixam realmente com a “pulga atrás da orelha”!

    Eu vi essa notícia em outro site e um dos comentaristas indicou o seguinte documentário da HBO:

    “HACKING DEMOCRACY (Legendado) – 1/9”

    http://www.youtube.com/watch?v=TN_SaxzgKQA

    Parece filme do 007; pelo visto, a coisa é pior do que a gente imagina!

  • Glauco Ramalho:

    Mas as urnas eletrônicas não são conectadas à internet, os dados são transferidos para um dispositivo USB e então enviados para o TRE. O hacker não hackeou a urna, ele hackeou o site do TRE. Alguém pode me corrigir se eu estiver errado?

    Ah, esse rapaz não é um hacker, é um cracker.

    • Marlos Batista:

      Exatamente Glauco. Além das informações chegarem ao TRE por meio físico, que são entregues pelos fiscais a outros fiscais do tribunal acompanhados pela polícia, sem chance de intervenção de hacker, são impressos vários extratos da urna, um dos extratos fica preso na porta da sessão.

      Todos esses dados são processados no Tribunal, o que é posto no site é apenas uma informação desses dados e não os dados em si. Se esse cara hackeou alguma coisa foi o site e não o resultado da eleição. Por isso a polícia federal não deu importância.

    • DaviF:

      Depois de tirar o cartão de memória da urna, ele vai para um computador com acesso à internet para ser enviado ao TRE, ele não chega de forma física como você falou, não foi atoa o que a mídia divulgou sobre essa ter sido uma das eleições mais rápidas da história do Brasil. Aqui em minha cidade, houve fraude comprovada, e o prefeito eleito não irá mais assumir o cargo.

    • Acácio Salgueiro:

      Sim, você está certo!! Por varios motivos, mas estou cansado para explicar os motivos técnicos agora.

    • Daniel Lima:

      Se ele criou um vírus q ficasse mto bem escondido, q ativasse apenas em uma certa hora e data específica e q de alguma forma ele conseguiu esse acesso com ajuda de alguém de dentro da parte responsável pelas urnas, até q poderia ser…

      Não existe nada q não seja burlado qdo o assunto é informática hj, claro q é uma tarefa mto difícil, mas não é impossível…

    • Francisco Assis:

      bem lembrtado!

    • Guilherme de Souza:

      De fato, Glauco: ele não invadiu as urnas, mas o sistema pelo qual os dados eram transmitidos. O problema das urnas é que ele carece de uma evidência física do voto individual (o máximo que se tem é o boletim de urna impresso no final), que seria uma boa ferramenta para a verificação de fraudes.

      Em tempo: que eu saiba, cracker é um tipo de hacker. Confere?

    • Glauco Ramalho:

      Opa, confere! Um cracker é um hacker do mal. O resto o Marlos Batista já explicou bem!

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