Impressora biológica permitirá o download de medicamentos e vacinas via internet

Por , em 18.10.2012

Em uma época em que somos capazes de imprimir objetos tridimensionais, a ideia de uma impressora de material biológico já não soa tão estranha. “É uma impressora 3D de DNA, uma impressora de vida”, disse o célebre geneticista Craig Venter, durante a Wired Health Conference em Nova York (EUA).

Venter (um dos primeiros cientistas a sequenciar o genoma humano) e sua equipe estão testando um “conversor digital biológico” que poderá servir de base para, no futuro, construir máquinas capazes de imprimir material biológico: proteínas, células e vacinas.

No evento, ele recordou um episódio ocorrido em 2009, na época em que a gripe H1N1 começou a se espalhar rapidamente. Impedido por autoridades, Craig não pôde levar amostras do vírus para fora da Cidade do México (EUA) onde estava trabalhando, o que atrasou os esforços de outras equipes para combater o surto. Se fosse possível digitalizar as informações do vírus, divulgá-las “pelo mundo todo” teria sido simples, e a produção da vacina, mais rápida.

Apesar dos benefícios evidentes, essa tecnologia futurista poderá esbarrar em questões de regulamentação de saúde pública. Afinal, pegar um vírus de computador é uma coisa, mas “imprimir” e injetar um remédio falso seria fatal. Caso se concretize, a “impressão biológica” exigirá alta precisão, pois qualquer mudança, por menor que seja, poderia alterar drasticamente uma proteína.

Venter também está fazendo testes com “vida sintética“, transferindo DNA de um tipo de célula para outra e usando seu “software genético” para reprogramar a hospedeira. [Wired]

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