Peixe robótico é lançado para caçar poluição no oceano

Por , em 22.05.2012

Cientistas da Universidade de Essex (Reino Unido) em conjunto com o consórcio Shoal, grupo financiado pela Comissão Europeia, desenvolveram robôs submarinos em forma de peixes para monitorar os oceanos do nosso planeta.

O peixe robô é capaz de identificar poluição, procurando fontes de contaminação nas águas e passando essas informações para os portos. Com essas novas “máquinas”, nós podemos ser capazes de conter muito mais rápido possíveis danos ao meio-ambiente aquático.

“A ideia é ter monitoramento em tempo real da poluição, de modo que se alguém está despejando produtos químicos ou algo está vazando, podemos chegar a isso de imediato, descobrir o que está causando o problema e pôr um fim a ele”, explica Lucas Speller, cientista do BMT Group, uma consultoria de tecnologia.

No momento, o peixe ainda é um protótipo. Ele se difere um pouco da maioria de seus semelhantes pelo tamanho: 1,5 metros de comprimento. Porém, de resto, o robô é bem parecido com os animais da vida real.

“Durante milhões de anos, os peixes evoluíram a forma hidrodinâmica ideal, que tentamos imitar nos robôs. Eles nadam como peixes, pois são muito ágeis e podem mudar de direção rapidamente, mesmo em águas rasas”, conta Ian Duques, da Universidade de Essex.

A única desvantagem da forma de peixe em relação a outros veículos submarinos autônomos é não ter hélices ou impulsores para propulsão. “O que estamos tentando fazer é usar a nadadeira do peixe para impulsionar os robôs através da água”, afirma Duques.

Por enquanto, os peixes robôs que estão sendo testados em Gijon, no norte da Espanha, levam amostras para os portos uma vez por mês, mas a proposta é que eles verifiquem constantemente a poluição dos mares. Eles são equipados com todo tipo de truques para nadar por espaços apertados e checar químicos.

O maior desafio para que os peixes de metal se tornem comuns nas nossas águas é que eles custam muito caro. Cada um precisa de cerca de 20.000 libras (R$ 64 mil) para ser produzido. A vida da bateria também é um obstáculo, já que precisam ser recarregadas a cada oito horas.

Porém, com mais pesquisas e produção em massa, os custos podem cair e o protótipo melhorar.

“Portos e estuários podem ser lugares difíceis de monitorar rotineiramente para poluentes, que geralmente exigem um longo período de tempo de análise. Um dispositivo operado remotamente permitiria uma resposta rápida sobre a ação corretiva a ser tomada”, disse Richard Harrington, da Sociedade para Conservação Marinha.[BBC, UOL]

2 comentários

  • Marcio Braga Machado Braga:

    Muito bom, até que em fim, já estava passando da hora.

  • Andhros:

    E onde será que esse peixe entra na cadeia alimentar?
    Vai acabar parando na boca dum tubarão…

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