Porque alguns animais matam seus próprios filhotes

Por , em 24.05.2012

Mães e pais assassinando brutalmente seus filhos é uma crueldade sem tamanho, certo?

Por exemplo, veja esses dois vídeos a seguir e tire suas próprias conclusões.

CUIDADO: As imagens são um pouco fortes, se você for sensível, não assita.

Mas, afinal, por que alguns animais praticam o infanticídio? Segundo estudo da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, alguns dos benefícios dessa prática são: aumento das oportunidades reprodutivas, maior acesso a recursos limitados, benefício nutricional direto e prevenção de cuidado paterno inadequado.

Vale ressaltar que os maiores perpetradores dessa prática são os machos adultos, embora não se exclua a participação das fêmeas, como ressalta o professor Tim Clutton-Brock, da Universidade de Cambridge.

A proteção paternal é crucial para a sobrevivência de muitas espécies. Porém, quando chegam novos machos na área, tudo muda. Se esse novo macho consegue vencer o macho anterior, matando ou afugentando-o, ele assume a liderança e os filhotes correm perigo.

Motivo: esse novo macho quer ter seus próprios filhotes.

Na sociedade dos leões, por exemplo, o infanticídio faz com que as leoas se tornem férteis novamente, o que aumenta as chances do novo macho de ter uma prole própria.

E, caso ele não mate os bebês, o novo macho corre o perigo de, mais tarde, sofrer um ‘golpe de estado’ pela liderança do bando.

Atualmente, sabe-se que mais de 40 espécies de primatas cometem infanticídio, mas, em muitas espécies, as fêmeas criam estratégias para reduzir esse risco, como escreveram os pesquisadores no Journal of Theoretical Biology.

Uma das estratégias utilizadas é a confusão de paternidade, quando as fêmeas acasalam com diferentes parceiros ao mesmo tempo para que os machos não saibam quem é o pai.

Infanticídio no reino animal

Confira a lista de alguns dos animais que praticam essa ‘matança’.

  • Suricatos: as fêmeas matam a prole de outras mamães do mesmo bando;
  • Leões: machos de fora do bando matam bebês leões para aumentar as chances de terem suas próprias proles;
  • Golfinhos: Infanticídio entre cetáceos é raro, mas já foi observado algumas vezes em golfinhos-nariz-de-garrafa (o golfinho comum);
  • Pombo-das-rochas: não praticam infanticídio durante períodos de escassez de alimentos, mas pássaros adultos já foram vistos matando filhotes de ninhos vizinhos;
  • Langures: macacos considerados sagrados pelos Hindus, eles foram um dos primeiros grupos de primata em que foi observada a prática do infanticídio;
  • Chimpanzés: o fenômeno é comumente observado entre a espécie. Já foram vistos infanticídios praticados por machos e fêmeas, dentro e fora de seus grupos. [BBC, Foto]

2 comentários

  • jose Senen de Alencar:

    Em quase todas as espécies é sempre a mãe que protege mais os filhotes. Ou não é?

  • magoado:

    na natureza isso não é novidade onde só sobrevive os mais fortes,para perpetuar a especie…já entre os humanos ser forte fisicamente não garante que vai viver ,Mas se for politico e tiver dinheiro nem pra cadeia vai…..

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