Porque os piratas da internet nunca vão perder

Por , em 7.08.2012

Por mais que grandes estúdios de música, produtoras de filmes e fornecedoras de TV a cabo não queiram acreditar, a luta contra a pirataria (ao menos da forma como é travada hoje) não será vencida por eles. Motivo: a criatividade praticamente infinita dos “piratas”.

Vejamos o caso do YouTube: apesar de todos os esforços da Associação da Indústria de Gravações da América (que procura controlar com mão-de-ferro conteúdos com direitos autorais), ainda é fácil encontrar na internet músicas que estão sob os cuidados de gravadoras.

Quando um estúdio disponibiliza oficialmente um conteúdo no site, ele pode usar uma ferramenta chamada ContentID, fornecida pelo YouTube, que localiza e bloqueia outras cópias do conteúdo no site. Para driblar o mecanismo, alguns usuários começaram a colocar os vídeos dentro de uma “moldura”, uma foto de um gato olhando para uma televisão. Também há quem simplesmente inverta a imagem do vídeo, dificultando seu reconhecimento pelo ContentID.

Outra prática difícil de driblar é a de compartilhamento via BitTorrent, que cria uma imensa rede em que milhões de usuários disponibilizam filmes, músicas e jogos e contam com o suporte de sites como o Pirate Bay – que foi bloqueado em diversos países esse ano, mas já “ressurgiu” graças a seus próprios usuários.

Queda de braço

“A pirataria não vai acabar”, diz Ernesto Van Der Sar, editor do Torrent Freak, que divulga notícias relacionadas a pirataria e direitos autorais. Para ele, as empresas deveriam buscar novas formas de distribuir conteúdo que será inevitavelmente pirateado, ao invés de simplesmente impor restrições legais.

Enquanto há quem defenda que novas leis irão, eventualmente, acabar com a pirataria, outros dizem que elas simplesmente irão forçar as pessoas a buscar maneiras mais criativas de continuar pirateando.

“Existe uma clara relação entre a disponibilidade legal de materiais online e a infração de copyright; é uma relação inversa”, aponta Holmes Wilson, codiretor da organização Fight for the Future, que procura evitar que novas leis antipirataria interfiram no uso da internet. “Os programas de televisão mais baixados são aqueles que não estão legalmente disponíveis online”.

Exemplo notável é o seriado Game of Thrones, que é visto por muito mais pessoas através da internet do que na televisão. Ainda assim, mudar a situação não é tão simples: mesmo que o programa fosse disponibilizado online a um preço acessível e atraísse mais espectadores “oficiais”, o lucro ainda seria pequeno em comparação ao obtido pelas operadoras de TV a cabo. Assim, combater a pirataria não seria imediatamente vantajoso.

No fim das contas, a “queda de braço” entre produtores de conteúdo e adeptos da pirataria está muito longe de acabar.[The New York Times]

1 comentário

  • Heitor Giacomini:

    É ruim e bom , eu sou pobre e não tenho dinheiro para comprar BF3 ou o Black Ops 2 que vai lançar agora…(vou baixar pirata ,like a boss)

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