Propagandas podem transformar crianças infelizes em materialistas

Por , em 3.09.2012

Segundo um novo estudo da Universidade de Amsterdã (Holanda), assistir muitas propagandas na TV pode fazer com que crianças que não estejam se sentindo muito felizes se tornem mais materialistas, porque elas acham que comprar coisas vai as deixar mais alegre.

Crianças infelizes que veem um monte de anúncios de TV em programas populares entre os pré-adolescentes acabam acreditando que os bens materiais são a chave para se sentir melhor.

Essa conclusão é baseada em um estudo com 466 crianças holandesas, com idades entre oito e onze anos, que responderam uma pesquisa online duas vezes, com um ano de diferença entre ambas, nas quais classificaram sua satisfação com a vida (na escola, em casa, com eles mesmos), avaliaram a importância dos bens materiais em sua vida, e o grau em que achavam que coisas materiais podiam trazer felicidade ou amigos.

As crianças que estavam relativamente infelizes e que assistiam muita TV na primeira pesquisa tenderam a se tornar mais materialistas durante o próximo ano.

O estudo pode ter algumas falhas, ao usar o espetáculo infantil de assistir TV como uma medida da exposição das crianças aos anúncios, e ao considerar apenas os anúncios de TV como fator que pode afetar o nível de materialismo de uma criança, mas, ainda assim, os pesquisadores dizem que os resultados são preocupantes.

Por exemplo, nessa pesquisa, as crianças infelizes que se tonaram materialistas não se ficaram ainda mais felizes. Porém, outros estudos têm sugerido que a infelicidade e o materialismo podem criar um círculo vicioso: as pessoas que estão insatisfeitas com suas vidas pensam que bens materiais vão as deixar felizes, e, quando isso não acontece, elas se tornam ainda mais descontentes.

Porque você deve limitar a exposição à TV de seus filhos

“Os resultados indicam que os anúncios podem ensinar às crianças que as posses são uma forma de aumentar a felicidade”, explica a principal autora do estudo, Suzanna J. Opree.

Para ajudar na proteção contra essa possibilidade, ela sugere que os pais ensinem as crianças a adotar um “ceticismo” saudável. “O ambiente social das crianças – isto é, a família e os amigos – desempenha um papel importante na sua opinião. Valores aprendidos com membros da família e colegas são mais propensos a serem adotados pela criança do que os aprendidos em anúncios”, diz.

Por isso, mesmo que nenhum estudo tenha comprovado que os valores dos pais prevalecem sobre anúncios de TV quando se trata de materialismo, os pais podem – e devem – contrariar a influência da publicidade.

Com adotar um “ceticismo saudável”, Opree quis dizer que os pais podem ajudar as crianças a ver os anúncios com um olhar crítico, ou seja, ensiná-las a não acreditar que um produto pode tornar a vida melhor. Os pais também devem incentivar as crianças a buscar outras fontes de felicidade, como amor, amizade, brincadeiras.

“Estudos anteriores com adultos sugerem que é muito provável que o materialismo infantil leve a diminuição da satisfação com a vida mais tarde na vida”, disse Opree.

E, mesmo que você não acredite nessa possibilidade, há muitos outros motivos para diminuir a exposição de seu filho à TV: diversos estudos mostram que a TV pode deixar as crianças mais fracas, atrasar o desenvolvimento da linguagem, criar problemas de atenção, levar à queda no rendimento escolar, à decréscimo na quantidade de atividades físicas no cotidiano, à dificuldades de relacionamento, ao alto consumo de refrigerantes e aumento da massa corporal, entre outros males.[Reuters, CBSNews, USNews]

2 comentários

  • luysylva:

    as de álcool, que transforma nossos, jovens em alcoólatras compulsivos.

  • luysylva:

    as piores são ás de bebidas alcoólicas, que ao meu ver, já deveria ter sido proibidas e encerrados; como foi no caso da nicotina ou tabaco.

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