Universo é 100 milhões de anos mais velho do que se imaginava

Por , em 26.03.2013

A equipe que coordena a sonda espacial Planck, da Agência Espacial Europeia, divulgou na última quinta-feira (21) o mais detalhado mapa da radiação cósmica de fundo feito até agora – a radiação remanescente de micro-ondas que permeia o universo.

Esse mapa mostra como era o universo “bebê”, 380 mil anos depois do Big Bang, e sugere que nosso universo é 100 milhões de anos mais velho do que se imaginava: segundo a Nasa, ele tem 13,81 bilhões de anos.

O mapa mostra as diferenças sutis de temperatura no universo jovem. As áreas azuis mostram as regiões mais frias e a laranja as mais quentes. Os cientistas acreditam que a variação de temperatura deu origem a vasta teia cósmica de aglomerados de galáxias – que surgiram nas regiões quentes – e a matéria escura.

A sonda Plank foi lançada em 2009, junto com o telescópio espacial Herschel. O primeiro mapa que mostra a radiação de todo o céu feito a partir de dados obtidos pelo Plank foi produzido em 2010. Desde então, cientistas têm aperfeiçoado a imagem para remover as emissões brilhantes da Via Láctea e de outras regiões, deixando apenas a radiação de fundo.

Embora 100 milhões de anos pareça pouco se comparado aos bilhões de anos do universo, os novos dados trazem novos mistérios a serem desvendados pelos pesquisadores. “As variações de lugar para lugar no mapa que o Planck fez nos dizem coisas novas sobre o que aconteceu apenas 10 nano-nano-nano-nano segundos após o Big Bang, quando o universo se expandiu 100 trilhões de trilhões de vezes”, explicou Charles Lawrence, cientista do projeto Planck.

Além de determinar que o universo é mais velho do que pensávamos, os novos dados também apontam que, surpreendentemente, o universo está se expandido um pouco mais lentamente do que foi previsto anteriormente.

Os dados mostram ainda que a matéria comum (que compõe estrelas, galáxias, planetas e astros visíveis) corresponde a apenas 4,9% do universo – ligeiramente menos do que se pensava. Já a matéria escura corresponde a 26,8% do universo, quase um quinto a mais do que estimativas anteriores. O resto do universo (cerca de 69%) corresponde a energia escura, a força misteriosa que causa a aceleração do ritmo de expansão do universo e contraria os efeitos da gravidade. [Cosmic Log/Phys]

18 comentários

  • WalterZ:

    Realmente as vezes tendo a achar que é muita pretenção conseguir estimar a idade do Universo com essa precisão. No entanto, toda a nova estimativa confirma essa hipótese consolidando-a cada vez mais.

    Estamos num processo diferente de quando se estimava a idade do universo em em 6000 anos, depois um milhão e por ai vai. Agora as medidas CONFIRMAM as estimativas antreiores, somente são feitos alguns ajustes e melhorias na precisaão.

    Essas nunces de que o tempo depende do observador, de que o tempo pode ter fluido de forma diferente etc e tal, na realidade já estão embutidas neste número.

    É como estiamr a temperatura média da Terra. Tem lugares mais quentes, mais frios, lugares esquentando, esfriando e além disso tem a sensação térmica. Mas podemos chegar a um número que representa a temperatura da Terra.

    Assim, para observadro na Terra, considerando-se todas essas cosias, o universo tem na EM MÉDIA 13,81 Bilhões de anos, mais ou menos alguma coisa.

  • David Quirino:

    É piada, né? Cês querem que eu acredite nessas teorias absurdas? …Eu não acredito em nada! …ou sei, ou não sei! …A própria teoria da relatividade nunca foi comprovada como lei; como o são as 1ª e 2ª leis da termodinâmica; ou, a lei da gravitação universal! …e agora querem que eu acredite que alguém pode dizer a idade do Universo… imensurável… assim como, em nossas pequenas mentes, incriado: sem poder-se definir-lhe a idade! è mais absurdo que o fato de 99,999999999…..%…… das humanidade acreditar que um ser com características humanas, de origem inexplicável, criou tudo isso… e ele? foi criado por quem? …não importa qual o deus, nem de qual cultura! São todos absurdos! E agora querem dizer o que é um buraco negro; o que acontece lá, e estabelecer limite e idade para o universo, quando não conseguimos, sequer, dizer onde fica o limite de nosso sistema solar! …Ora! Faça-me o favor!

    • Cesar Grossmann:

      E se eu te contar que dentro do aparelho de TV não tem ninguém, é uma imagem construída pela tecnologia, filmada em um outro lugar, transformada em sinal eletromagnético, e que é captado pela antena e convertido novamente em imagem e som? E se eu disse que dentro do rádio não tem cantor nem locutor? Loucura, não é? Como pode não ter cantor e locutor, se você ouve eles cantar e falar?

    • PHAS:

      Suprassumo da ignorância dizer que a teoria da relatividade nunca foi comprovada…

      Filhote, ela passou incólume por 98 anos de testes e experimentos, sendo que boa parte da tecnologia que você enxerga à sua volta existe graças a ela. Cito como exemplo apenas o GPS, no qual, se não fossem computados os cálculos de distorção temporal devido à alteração de velocidade e gravidade dos satélites em órbita, acumularia um erro de ~10km por dia.

  • Andre Luis:

    Parece ser apenas uma correção de precisão simples, mas 100 milhões de anos é muito tempo, menos para o universo!

  • grasisuperstar:

    Desde os tempos de Aristóteles que achava que a terra tinha cerca de 6000 mil anos na sua época ja houve muitas teorias sobre a idade da nossa terra ele pensou em mil,depois alguém achou que tinha milhares de anos, mais tarde chegaram nos milhões e ainda não sabemos realmente quando anos tem a bendita terra.E speremos que não mudem mais e fique nos….nos…quanto mesmo? tenho que somar 100 milhões com quanto para chegar no resultado? ops não sei

    • Cesar Grossmann:

      Pois é, “superstar”, só que não.

      A Terra tem cerca de 4,5 bilhões de anos de idade. E existe uma “margem de erro”. Quando se faz a medição da idade ou do tamanho, usando métodos indiretos, esta medida tem uma precisão, ou um erro, se você preferir.

      É de se esperar que quanto mais avança a tecnologia, mais precisas estas medidas se tornem, então espere ainda novos anúncios de estimativas mais precisas para a idade do Universo.

      A propósito, o artigo trata da idade do Universo, não da Terra.

  • Jonatas:

    Devemos sempre lembrar que estão tentando quantificar o tempo de uma estrutura que originou o próprio tempo, então medidos o Universo como um cronômetro que começou zerado, e não como um relógio que tem um acerto temporal predefinido, externo.
    Mesmo assim acho uma franca incerteza estimar, até com decimais como fazem, a idade do Universo, visto que não sabemos se o fluxo do tempo sempre foi constante, e nem se o fluxo do tempo começou junto com o Universo ou algum momento depois, fica confuso mas é isso, o Universo deve ser uma estrutura atemporal, não antes do tempo, mas fora dele.

    • Glauco Ramalho:

      Interessante esse ponto de vista…

    • PhysicistJB:

      Não se pode pensar no tempo como algo fora do Universo pq assim teríamos algo absoluto – um referencial fixo, e isso não é verdade, segundo a relatividade de Einstein. Também não faz sentido falar em um tempo (de novo absoluto) único q segue mais rápido ou mais lento. O tempo depende da velocidade relativa do observador. Logo, a estimativa não é fraca. Não por esse motivo, talvez por outras propriedades q a ciência hoje desconhece.

    • Robson Luiz Ceron:

      com certeza esta é uma excelente reflexão…

    • Cesar Grossmann:

      As “decimais” estão na casa das dezenas e unidades de milhões de anos. Acho que com a tecnologia atual dá para admitir. Aliás, esperava-se que algo assim acontecesse depois que a sonda Planck completasse o mapeamento da radiação cósmica de fundo.

      Eu não consegui encontrar a margem de erro da medida. Bom, não consegui sequer encontrar o trabalho… http://arxiv.org/list/astro-ph.CO/new

      http://www.esa.int/Our_Activities/Space_Science/Planck/Planck_reveals_an_almost_perfect_Universe

    • Jonatas:

      Tirinha interessante: http://i77.photobucket.com/albums/j76/j_rosario/einstein.jpg

    • Alessandro Silveira:

      Prezado,
      A Relatividade Especial utiliza a métrica de Minkowski, portanto não há como fazer a tua análise proposta. Mudar o conceito de tempo não alterará em nada o resultado obtido, a meu ver o uso de quadrivetores sobre as Transformações de Lorentz são um método muito eficaz para a maioria dos problemas que temos.
      Em física aplicada não existe muito mistério, quanto melhor o equipamento maior a precisão. Até então tínhamos os dados do WMAP, mas o Planck conseguiu uma precisão muito maior nas flutuações térmicas (de ~1 até ~10 µK) que alterou tanto a idade do Universo quanto a Constante de Hubble.
      Acrescentando, a Teoria da Relatividade de Einstein é até agora uma teoria muito bem sucedida, então não há porque não a tomarmos como base para o cálculo da Idade do Universo.
      O mais importante é que ele não trouxe nenhuma grande surpresa o que nos faz acreditar, até agora, que estamos no caminho certo ou bem próximo dele.

    • PHAS:

      Brilhante comentário, Alessandro. Como é bom ver de vez em quando alguma inteligência e perspicácia no mar de ignorância que costuma ser a Internet!

  • Jairo R. Morales:

    Aproveitando o assunto, queria trazer para a discussão: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=idade-composicao-universo&id=020130130321

    “Mas, ao mesmo tempo, os pesquisadores também encontraram anomalias significativas e uma falta de homogeneidade que mostra que os diversos rincões do Universo não são assim tão similares como a teoria faz crer.” 😉

  • Glauco Ramalho:

    Hehehehe, olha aí eles aumentando de novo a idade do Universo prá se encaixar no modelo do Big Bang deles!

    Quando eu era pequeno a idade oficial do Universo pela NASA era de 9 bi de anos!

    • Marco Aurélio Ferreira Majer:

      Isso significa que vc tem uns 4,81 bilhões de anos?!?! O.o

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