Novo distúrbio alimentar MASCULINO: abuso de suplementos esportivos

Por , em 7.08.2015

De acordo com uma nova pesquisa, a baixa autoestima e uma percepção de não cumprir o ideal moderno de masculinidade está levando cada vez mais homens a consumir suplementos de musculação, constituindo o que os cientistas acreditam ser um transtorno alimentar emergente.

Suplementos como Whey Protein e creatina são usados para melhorar o desempenho atlético e físico e são amplamente vendidos. Embora só devam ser tomados com a indicação de um nutricionista e aliados a atividade esportiva de intensidade para surtir efeito, seu uso excessivo está aumentando e pode ser perigoso.

“Os homens estão usando os suplementos de uma forma que é arriscada tanto para a sua saúde física quanto seu bem-estar emocional”, disse Richard Achiro, da Escola de Psicologia da Universidade Alliant International, nos EUA. “É uma expressão, ou variância, de um comportamento de transtorno alimentar nestes homens”.

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Ao contrário da anorexia ou bulimia nas mulheres, que resultam de um desejo de ser magra, os homens estão aspirando por um físico que é tanto magro quanto musculoso, e estão usando suplementos para alcançá-lo.

Achiro afirma que o uso excessivo desses produtos pode causar diarreia, doença renal e insuficiência renal.

“No seu conjunto, baixa autoestima, insatisfação corporal e conflito de papéis de gênero, que é um senso de insegurança sobre a própria masculinidade, contribuem para o uso excessivo desses produtos”, explicou.

Objetificados também

Achiro liderou um estudo com quase 200 homens que tomavam suplementos. Destes, 29% expressaram preocupação sobre o uso dos produtos. Além disso, 8% admitiram que seus médicos lhes pediram para cortar ou parar o uso, e 40% disseram que seu uso tinha aumentado ao longo do tempo.

Segundo os pesquisadores, foi provado que, estatisticamente, o uso excessivo de suplementos é uma forma de transtorno alimentar.

“A maneira pela qual os corpos dos homens estão sendo objetivados pela mídia está alcançando rapidamente o que tem sido feito com o corpo das mulheres durante décadas”, disse Achiro. “Faz sentido acreditar que a saúde mental dos homens e questões emocionais vão ser expressas mais e mais em transtornos alimentares”. [Reuters]

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