Viciados em exercício físico: quando o saudável se torna não saudável

Por , em 11.07.2012

Talvez você ache que não existe essa de “se exercitar demais”, mas existe. Como quase tudo na vida, exercício físico faz bem quando é na medida certa: nem mais, nem menos.

Quando a pessoa faz poucos exercícios, não obtêm da atividade os benefícios de saúde que deveria. Esse é um caso bem conhecido na sociedade atual, na qual a obesidade se tornou uma epidemia, principalmente por conta de maus hábitos alimentares e falta de exercício físico.

Mas e quando a pessoa faz muito exercício físico? “Exercício é como uma droga, se você não faz o suficiente, não obtêm os benefícios, mas se faz muito, passa a ter problemas”, explica Geralyn Coopersmith, diretora nacional do Equinox Fitness Training Institute, instituto de treino e atividade física.

O vício

Segundo profissionais da saúde, o vício em atividade física geralmente vem acompanhado de outros vícios. “Talvez eles também sejam comedores compulsivos, ou festeiros demais”, diz Amy Dixon, instrutora de educação física.

Segundo a Revista da Associação Médica Americana, normalmente, praticar exercícios físicos ou fazer sexo já triplica o risco de uma pessoa ter ataque cardíaco nas horas seguintes ao esforço – principalmente para quem não faz essas atividades com frequência.

Imagine então quem exagera. Segundo Amy, se a pessoa malha dois períodos por dia, está se exercitando além da conta, e, consequentemente, o corpo está “apanhando”. Isso porque, apesar das pessoas acharem que quanto mais exercício físico, melhor, o excesso de atividade pode causar tendinite e outras lesões, fadiga extrema, irritabilidade, mau humor, ritmo cardíaco elevado mesmo em repouso, febre, dores de cabeça constantes, insônia, dor muscular grave, bem como desempenho diminuído.

Em casos mais extremos, o excesso de peso levantado (para quem exagera na musculação, por exemplo), pode interferir nos ossos e articulações, causando lesões ortopédicas graves, assim como o excesso de atividades aeróbicas pode sobrecarregar o coração, aumentando a espessura de suas paredes e a frequência cardíaca, o que pode ser fatal. Por fim, o excesso de exercícios físicos também causa envelhecimento precoce por conta da alta produção de radicais livres, o que é o oposto do que o preocupado com a estética quer.

Esses sinais de que a pessoa anda exagerando são claramente não saudáveis. Ou seja, essa é a deixa para você perceber que a atividade está deixando de lhe fazer bem. “Existem tantos benefícios em se exercitar, mas se você faz isso excessivamente, os maiores benefícios, como o bom humor e sono melhor, começam a desaparecer”, argumenta a fisiologista Jessica Matthews.

E quem se enquadra bastante nessa categoria são os próprios profissionais de educação física, já que “treinar em excesso” é um risco da profissão. “Muitos instrutores de fitness e personal trainers caem nessa categoria, porque é nosso trabalho.
Conheço instrutores que dão mais de 30 aulas por semana”, conta Amy.

E como tratar tal problema? Para os profissionais de educação física, é questão de administração profissional. Como outros trabalhos que possuem seus perigos próprios, as pessoas devem se programar para prevenir ao máximo consequências ruins.

Para os viciados em exercício, uma ajuda profissional pode ser bem-vinda. Além de escutar o seu instrutor de educação física, que sabe o quanto você pode – deve – se exercitar, como acontece com qualquer outro vício, uma visita ao psicólogo pode ser o incentivo que você precisa para mudar de atitude. Lembre-se: com a saúde não se brinca. Procurar um médico especialista é a melhor solução.[ReceitasENutrição, MSN]

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