10 cefalópodes incrivelmente estranhos

Por , em 13.06.2013

Com corpos sem ossos, braços moles, bicos afiados e olhos esbugalhados, lulas, polvos e outros cefalópodes são vistos por muitos como criaturas fantásticas da natureza, alimentando nossa imaginação com as mil formas e hábitos estranhos que podem ter. Confira alguns dos membros mais divergentes e incomuns da nossa classe taxonômica:

10. Lula pigmeia

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A lula gigante é um dos maiores e mais ferozes invertebrados do mundo, e inspirou aterrorizantes lendas náuticas ao longo de séculos. No entanto, raramente as pessoas se lembram da menor lula do mundo, Idiosepius notoides. Com menos de 2,5 centímetros de comprimento, ela vive exclusivamente entre “gramas” do mar, passeando como um inseto em um prado aquático. Células aderentes ao longo da lula permitem que ela se mantenha firme na vegetação quando precisa de descanso, o que deixa seus tentáculos livres e impede que ela seja levada para longe quando as correntes estão fortes.

9. Opisthoteuthis


A coisa mais próxima da natureza com um fantasma, pouco se sabe sobre estes cefalópodes estranhos das profundidades do oceano, estreitamente relacionados com os “polvos Dumbo”, mas classificados em seu próprio grupo, Opisthoteuthis. Eles distinguem-se pela sua forma suave de disco. Não sabemos como eles se reproduzem ou até mesmo o que eles comem, mas eles gastam muito do seu tempo pairando ou rastejando ao longo do fundo lamacento do abismo.

8. Cranchiidae

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Cranchiidae é uma família de lulas distinguidas por seus corpos completamente transparentes, uma excelente camuflagem para a vida no mar aberto em profundidades perpetuamente escuras. Algumas espécies também podem inflar como um balão, tornando-as não comestíveis. É a mesma tática pela qual o baiacu é famoso, e isso não é tudo o que eles têm em comum – algumas espécies, como a Cranchia scabra, também tem saliências que lembram dentes afiados. Ainda podem retrair toda a sua cabeça e tentáculos para dentro do corpo, equivalente a uma tartaruga.

7. Polvo telescópio

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Outro morador transparente do alto-mar, Amphitretus pelagicus é a única espécie conhecida em seu gênero peculiar, que se distingue por olhos tubulares diferentes dos de qualquer outro cefalópode. Estes olho são capazes de girar de maneira independente, como os de um camaleão, e sua estrutura sofisticada implica uma visão excepcional, mesmo entre os cefalópodes, cujos olhos já são superiores aos nossos. Tudo isso pode ser devido a um estilo de vida mais “lula” que “polvo”, sempre à deriva no mar aberto, nunca rastejando no fundo do mar, como outras espécies.

6. Octopoteuthis deletron


Octopoteuthis deletron parece uma lula típica à primeira vista, mas demonstrou recentemente ter um mecanismo de defesa mórbido único: quando atacada, pode liberar um ou mais de seus tentáculos, que envolvem como ganchos tudo o que tocam enquanto a lula faz a sua fuga. Muitos outros cefalópodes podem “lançar” seus próprios braços quando atacados, mas apenas essa espécie, pelo que sabemos, tem braços adaptados para realmente “lutar” com o inimigo enquanto o animal foge. Isso é chamado de “autonomia de ataque” e é um comportamento conhecido em apenas um punhado de outros animais, principalmente abelhas, cujos ferrões continuam a bombear veneno depois de livres do corpo do inseto.

5. Choco flamboyant


Chocos são bem conhecidos por sua inteligência e habilidades de camuflagem incríveis, e são capazes de criarem padrões “animados” em sua pele para confundir suas presas. Enquanto a maioria tenta misturar-se com seus arredores, no entanto, o choco “flamboyant” (Metasepia pfefferi) exibe um intenso esquema de cores florido para avisar os predadores de sua carne altamente venenosa. Ele é um dos piores nadadores entre seus colegas, e, em vez de “passear” ao longo do fundo do mar, ele usa dois de seus braços como “patas dianteiras” e dois “músculos” de pele como “patas traseiras”. É o único molusco com uma marcha quadrúpede, igual a de muitos vertebrados. Rastejando até pequenas presas, ele dispara seus dois tentáculos de uma forma que pode lembrar um sapo ou camaleão.

4. Argonauta

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Este grupo extremamente incomum, mal pesquisado e raramente visto de polvos é conhecido pela casca fina secretada pelas fêmeas e carregada como ninhos móveis para seus ovos e filhotes. Os machos, que vivem apenas para reproduzir, tem cerca de vinte vezes menos o tamanho da fêmea, e morrem imediatamente após liberar um tentáculo cheio de esperma dentro do manto da parceira. Argonautas são vistas às vezes ligadas a águas-vivas, arrastando as criaturas venenosas junto com elas, como defesa contra predadores. Evidência científica sugere que elas também sugam partículas de alimento a partir do conteúdo gástrico das águas-vivas, como um parasita, usando o animal como uma fonte alimentar e arma ao mesmo tempo.

3. Lula do braço longo

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Uma das lulas mais estranhas do fundo do mar, é também uma das maiores. Enquanto seu corpo compacto tem apenas 60 centímetros de comprimento, seus tentáculos parecem ser até vinte vezes maiores, fazendo a criatura atingir cerca de 9 metros ou mais. Estes incríveis tentáculos parecem ser extremamente elásticos, todos do mesmo tamanho e mantidos separados por juntas como “cotovelos”, perto da base, uma característica sem paralelo em qualquer outra lula ou polvo. Esse animal paira silenciosamente na água com o mínimo de esforço, com seus tentáculos fantasmagóricos presumivelmente capturando qualquer peixe ou crustáceo que nada por perto.

2. Lula-vampira-do-inferno

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Com a pele vermelha cheia de veias, olhos luminosos falsos no topo da cabeça, tentáculos unidos em uma rede escura e espinhos carnosos, esse animal honra seu nome em latim: Vampyroteuthis infernalis significa “lula vampira do inferno”. Ela pode ser encontrada em um lugar conhecido como “zona das sombras”, ou menos poeticamente, “zona de oxigênio mínimo”, um ambiente onde a água do mar efetivamente estagna e suporta pouca vida. Nem lula nem polvo, esse bicho é na verdade o último sobrevivente de um antigo grupo conhecido por ter sido muito maior e nadado em águas mais quentes e brilhantes cerca de 300 milhões de anos atrás. A competição marinha intensa levou a lula-vampira de volta para a dura zona das sombras. Adaptada para gastar o mínimo de energia possível, seu corpo gelatinoso flutua na água com pouca necessidade de nadar ativamente, e seu metabolismo lento aguenta o pouco oxigênio que pode extrair do ambiente. Embora esse animal seja conhecido pela ciência há mais de um século, só em 2012 descobrimos o que ele realmente come naquelas profundezas desoladas. Os cientistas achavam que ele era carnívoro, mas agora sabem que a lula-vampira de fato é o único cefalópode que se alimenta de material não vivo, usando um par de tentáculos pegajosos para prender partículas em decomposição de detritos orgânicos, ou “neve marinha”, que chegam ao fundo do mar.

1. Lula joia

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O profundo abismo do mar pode parecer escuro como breu para nossos olhos de moradores da superfície, mas muitos dos seus habitantes são tão sensíveis à luz que seus arredores parecem brilhantes e azuis durante o dia. Isto significa que, para alguns animais, o abismo é um lugar escuro, onde objetos escuros são mais difíceis de ver, e objetos luminosos destacam-se, mas para outros animais, são os objetos escuros que são óbvios e os luminosos se misturam com o azul que só eles podem perceber.

Cada criatura faz uma escolha em termos de acuidade visual. Uns são capazes de ver predadores, outros presas; alguns no escuro, outros na “luz”. Exceto por um cefalópode que encontrou a mais estranha brecha possível: a família Histioteuthidae, também conhecida como “lula joia” e “lula olhos de galo”, possui os únicos animais com um olho completamente diferente do outro em cada lado do seu corpo. O olho esquerdo, duas vezes maior, é ultrassensível à luz. Este é o olho que vê a brilhante água azul, mesmo no abismo. O olho direito, relativamente normal e afundado em seu soquete, vê o abismo como um lugar de trevas. Apontando o olho maior para a direção da luz, a lula pode ver uma vasta gama de criaturas que a maioria dos outros moradores do abismo não vê. Já o apelido “joia” vem das densas pequenas luzes que cobrem completamente os corpos destes animais, que eles cuidadosamente ajustam para poderem misturar-se aos arredores luminosos que apenas seus maiores predadores podem ver. Alguns seres vivos habitam um mundo tão diferente do nosso que têm que brilhar para se esconder no escuro.

Bônus: Polvo-véu

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O polvo-véu faz parte de um grupo de quatro espécies do gênero Tremoctopus. Ele é uma das mais espetaculares criaturas do mundo, que ilustra um dos mais extremos casos de dimorfismo sexual: o macho é 40.000 menor do que a fêmea. Enquanto elas podem chegar a 2 metros de comprimento, eles são minúsculos e alcançam, no máximo, alguns centímetros de comprimento. Também conhecido como “polvo cobertor”, esses nomes vêm de sua estranha aparência, com os tentáculos fechados em uma “capa”. Esses animais são raramente vistos, já que passam a vida inteira à deriva nos oceanos abertos de regiões quentes em todo o mundo, mas, quando são, têm a estranha aparência de um “grande cobertor rosa” (no caso da fêmea), daí o apelido. Esse animal também tem um comportamento defensivo incomum: ele coopta com os tentáculos de uma água-viva. O polvo arranca os tentáculos da água-viva, já que é imune a tal picada dolorosa, e, quando se depara com potenciais predadores, usa os tentáculos capturados para afastar o perigo.[Listverse]

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