Garota com dois corações perde de um e continua saudável
Uma garota britânica recuperou-se completamente depois de passar dez anos com um coração a mais, transplantado junto com o seu.
Esta semana, cirurgiões descreveram detalhadamente como salvaram a sua vida duas vezes, primeiro transplantando o coração e depois o retirando de novo dez anos depois.
Agora com 16 anos, Hannah Clark recebeu um segundo coração em 1995, aos dois anos de idade, para cumprir a função de seu próprio coração – cujos músculos estavam rapidamente sucumbindo à Síndrome Cardiomiopática. Dez anos após a cirurgia, seu próprio coração pareceu ter se recuperado completamente, mas o coração doado – originalmente tirado de uma bebê de cinco meses – estava falhando.
Vídeo: Nova máquina bate coração que já não tem mais corpo
Além disso, a vida de Hannah estava novamente ameaçada, dessa vez por um tipo de câncer linfático causado por um vírus dormente, chamado de Epstein-Barr. O câncer a assolou quatro vezes ao todo, sobretudo porque os remédios imunossupressores que evitavam a rejeição do coração doado impediam que o sistema imunológico de Hannah de manter o vírus sob controle.
Então, em fevereiro de 2006, o segundo coração foi removido, os remédios imunossupressores de Hannah foram suspensos e dentro de dias o câncer desapareceu, aparentemente em definitivo.
Recentemente, ela apareceu junto com sua família e os dois cirurgiões que salvaram sua vida em uma coletiva de imprensa em Londres.
“A possibilidade de uma recuperação do coração é como mágica,” afirma Magdi Yacoub, o cirurgião cardiovascular do Hospital Harefield em Middlesex, Reino Unido, que conduziu as operações. “Agora, o coração dela está funcionando normalmente.”
Surpresa! O coração regenera suas células
“Esta é a primeira vez que um segundo coração doado é removido com segurança,” de acordo com Victor Tsang do Great Ormond Street Hospital em Londres, onde a cirurgia aconteceu três anos atrás.
Tsang afirma que cerca de 50 pacientes receberam segundos corações entre 1974 e 1983, em um procedimento de apoio, desenvolvido inicialmente por Christiaan Barnard, o cirurgião cardiovascular sul-africano que conduziu o primeiro transplante de coração em 1967. [New Scientist]