Médicos respeitam menos os seus pacientes gordinhos do que aqueles com peso normal, de acordo com uma pesquisa realizada na Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos. O estudo levanta questões sobre as atitudes negativas dos médicos sobre pacientes obesos e o efeito disso na saúde desses pacientes em longo prazo.
Segundo a pesquisa, quanto maior o Índice de Massa Corporal (IMC) dos pacientes, menor era o respeito que os médicos afirmavam ter por eles. Em um grupo de 238 pacientes, um nível de IMC 10 pontos mais alto era acompanhado por uma queda de 14% do respeito que os médicos diziam sentir. O IMC é um cálculo feito com a altura e peso da pessoa, que determina em uma escala se a pessoa está magra, tem o peso normal ou tem sobrepeso. Os índices normais de IMC ficam entre 18 e 25.
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Mary Margaret Huizinga, professora da Universidade que participou do estudo, afirma que a ideia da pesquisa partiu da sua experiência trabalhando em uma clínica para perda de peso. A médica diz que, na clínica, percebeu que muitos pacientes sentiam que não recebiam o mesmo cuidado que outros porque tinham sobrepeso.
Os dados para o estudo foram coletados a partir de 238 pacientes em 14 hospitais em Baltimore, EUA. Pacientes e médicos responderam a questionários sobre a consulta, suas atitudes e percepções sobre o outro. Na média, os médicos expressavam sentir menos respeito por pacientes com os maiores IMCs.
A importância do respeito
Pesquisas anteriores mostram que, quando o médico respeita seu paciente, ele recebe mais informações. Pacientes que não se sentem respeitados podem evitar todo o sistema de saúde e não ir mais ao médico.
Uma limitação sofrida pelo estudo, de acordo com Huizinga, é que ele não conseguiu fazer uma ligação clara entre o respeito do médico e o efeito final dos tratamentos médicos. “Nosso próximo passo é compreender como as atitudes dos médicos perante a obesidade afetam a qualidade de cuidados com esses pacientes”, diz.
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Por fim, a pesquisadora diz que médicos têm que ser conscientizados que a discriminação contra a obesidade existe. Ela também afirma que as escolas médicas deveriam começar a discutir o assunto para reduzir ou compensar este comportamento. “A conscientização sobre o próprio preconceito pode levar a uma mudança de comportamento e sensibilização que precisam cuidar sobre como agem junto dos pacientes”, afirma a médica. [Science Daily]