A Microsoft criou a jornada de trabalho de 4 dias e a produtividade disparou 40%

Por , em 4.11.2019

Cerca de 2.300 empregados sortudos da Microsoft no Japão fizeram parte de um experimento no último mês de agosto: tiveram sua jornada de trabalho reduzida para apenas quatro dias por semana.

Todos os funcionários da companhia tiveram que aderir ao programa. As cinco sextas-feiras que obtiveram de folga não foram deduzidas de seus salários ou de suas férias.

O resultado? Um aumento de 40% na produtividade e um salto na satisfação da força de trabalho – 92,1% dos empregados disseram estar felizes com a semana mais curta.

“Trabalhe menos tempo, descanse bem e aprenda muito. É necessário ter um ambiente que permita que você sinta seu objetivo na vida e tenha um impacto maior no trabalho. Quero que os funcionários pensem e experimentem como podem alcançar os mesmos resultados com 20% menos tempo de trabalho”, disse o presidente e CEO da Microsoft no Japão, Takuya Hirano.

Economia e satisfação

Para tornar a semana mais curta possível, os funcionários foram encorajados a passar menos tempo em reuniões e respondendo a e-mails.


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Por exemplo, gerentes sugeriram que reuniões não passassem de 30 minutos, ou fossem totalmente cortadas e substituídas por mensagens enviadas pelo aplicativo da Microsoft.

Além do aumento de 39,9% na produtividade, os empregados tiraram 25,4% menos dias de folga, o uso de eletricidade diminuiu em 23,1%, e a impressão de páginas diminuiu em 58,7%.

Tudo isso ajudou a empresa a economizar dinheiro, além de ser ótimo para o meio ambiente.

Por que outras empresas não tentam também?

A jornada de trabalho de 5 dias está culturalmente enraizada na nossa sociedade, e é difícil para muitos empresários apostarem na jornada reduzida – ainda que cada vez mais companhias estejam testando a semana mais curta, ou pelo menos oferecendo a possibilidade de alguns dias de “home office” aos seus funcionários (o ato de trabalhar a partir de casa).

A boa notícia é que muitas pesquisas científicas têm provado o valor e a eficácia dessas medidas.

“As melhores evidências empíricas disponíveis mostram que a redução do horário de trabalho em tempo integral pode levar a numerosos resultados positivos para trabalhadores, empresas e sociedade como um todo: menos problemas de saúde ocupacional e custos reduzidos de assistência médica; mais e melhores empregos; melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal e funcionários mais satisfeitos, motivados e produtivos, resultando em empresas mais sustentáveis. Além disso, uma jornada de trabalho mais curta pode até dar uma contribuição importante para o ‘esverdeamento’ das economias, porque quanto mais trabalhamos, maior nossa ‘pegada de carbono’; portanto, reduzir o número de dias em que trabalhamos – e, portanto, o número de vezes que temos que sair de nossas casas para nossos locais de trabalho – provavelmente também terá um impacto positivo no meio ambiente”, relatou a Organização Internacional do Trabalho em 2018. [CNN, BoredPanda]

1 comentário

  • Epicuro de Samos:

    Nenhuma novidade nisso. Bertrand Russell já defendia a necessidade de menos horas trabalhadas por trabalhador para que houvesse “mais vida” e mais vagas disponíveis, distribuindo melhor renda e melhorando a qualidade de vida das pessoas. Aliás, é esse massacre de trabalho que é uma invenção recente na humanidade, vale lembrar que em inúmeras outras sociedades a palavra trabalho (no sentido de uma tortura a que se submete uma pessoa para enriquecer outra) não existe e seu sentido é incompreendido (vide nhambiquaras, inuites, massai, etc) . O problema é que isso reduz o lucro dos tubarões… aí…

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