Alerta! Muitos ataques cardíacos não causam dores no peito

Por , em 26.02.2012

Dores súbitas no peito é o marco clássico de um ataque cardíaco. Mas um grande estudo mostra que muitas pessoas que são levadas para hospitais devido a ataques cardíacos nunca tiveram tais dores, e, como resultado, acabam não tratando o evento de maneira rápida.

As consequências podem ser especialmente mortais no caso de mulheres jovens ou de meia idade. Em um novo estudo, com 1,1 milhões de pessoas, surpreendentes 42% das mulheres admitidas em hospitais por ataques cardíacos nunca tiveram uma dor no peito. Elas também têm mais chance de morrer após um ataque; a taxa de mortalidade entre as mulheres, no estudo, foi de quase 15%, comparado a 10% entre os homens.

“O que vemos é que muitas das mulheres não têm a clássica apresentação de um ataque cardíaco”, afirma o médico John G. Canto, autor do estudo. “Então elas podem não reconhecer um ataque cardíaco, e possivelmente algumas dessas pacientes chegam tarde demais para os procedimentos de salvamento”.

Doenças cardíacas são a causa principal de mortes entre homens e mulheres em todo o mundo, matando cerca de sete milhões por ano. Até a década de 80, o ataque era considerado um problema principalmente masculino, e muitos estudos que focavam apenas em homens formaram um quadro típico, e estreito, dos sinais de um ataque cardíaco: dor no peito, falta de ar e dor radiante no pescoço, costas, mandíbula e braços.

Mas pesquisas melhores, desde então, mostraram que além das mulheres exibirem esses sintomas, elas também têm mais chances de mostrarem outros menos associados com um ataque, como distúrbios de sono e fadiga severa inexplicável nos dias e semanas anteriores, assim como suar frio, fraqueza e tontura durante o ataque.

No novo estudo, Canto e seus colegas usaram dados do registro nacional americano de pessoas admitidas em hospitais por ataques cardíacos, entre 1994 e 2006, para analisar as diferenças nos sintomas e níveis de mortalidade entre homens e mulheres.

As análises mostraram que as dores no peito são de fato o sintoma mais frequente de um ataque cardíaco, tanto em mulheres quanto em homens. Mas uma minoria considerável dos pacientes, cerca de 35% do total, nunca apresentou as dores.

Em mulheres com menos de 55 anos que tiveram ataques cardíacos, mas não apresentaram desconforto no peito, o risco de morte no hospital foi de duas a três vezes maior do que homens com a mesma idade e sintomas clássicos de ataque. Mas “a diferença declinou e quase desapareceu com o aumento de idade”, afirma Canto.

Ninguém sabe exatamente porque os sintomas de ataque cardíaco são diferentes entre homens e mulheres, mas Canto especula que muitos fatores podem estar envolvidos, incluindo hormônios. Muitas mulheres que tomam pílulas anticoncepcionais, por exemplo, tendem a ter vasos sanguíneos e artérias mais “grudentos” do que homens.

“Nós também sabemos que entre as mulheres, especialmente as mais jovens que tiveram ataques cardíacos, o mecanismo de formação do coágulo sanguíneo no coração pode ser diferente do que entre homens jovens”, afirma.

Canto afirma que aqueles que estão tendo um ataque cardíaco, mas não sentem as dores no peito, podem não se dar conta do que está acontecendo, e quando se apresentam para um tratamento, o médico pode não considerar imediatamente a possibilidade de um ataque, principalmente no caso de mulheres. Como resultado, as chances de ir imediatamente para cirurgia ou outros procedimentos caem.

Para o médico Mario Garcia, da Associação Americana do Coração, a realidade é que muitos médicos tendem a não pensar que mulheres jovens tenham ataques cardíacos, e elas também não procuram tanta atenção médica nesse caso.

“Homens são rápidos para correr até um especialista”, afirma Garcia, que não esteve envolvido no estudo. “As mulheres se preocupam mais com o marido do que com elas mesmas”. [Telegraph]

10 comentários

  • Tatiane Glicia:

    eu tenho muita tonteira as vezes eu to centada e vem aquela tonteira forte e com ela vem o suor frio eu gostaria de saber o que causa isso

    • Cesar Grossmann:

      Procure um médico. Parece ser coisa séria, mas como fazer diagnóstico compete apenas a médicos, meu conselho é “procure um médico”. Sério.

  • simone:

    como sei que tenho problemas cardiacos

  • Campos:

    Todo mundo morre quando o coração para.

  • claudemir da silva:

    importante matéria

  • Flor de Lis:

    Confesso que essa notícia me preocupou. Algumas pessoas da minha família morreram em decorrências de ataques cardíacos. Tenho medo de integrar essa lista.

    P.S.: a útima frase do texto é uma verdade nua e crua.

  • marcos:

    eu tenho medo disso ja fui 3 vzs pro hospitl com pressaao alta de stress mas dei sorte, tb uso sinvastatina mas hj em dia quem não e sedentario e estressado ou hipertenso ou diabetico,..

  • Dowglasz:

    Certa vez eu tive dores no peito/axila (como se estivesse suspenso por ela) durante todo um fim de semana e uma veia no braço (onde eu havia tomado certa medicação dias antes) ficou inchada. Minha me levou ao psiquiatra e eles nuca me disseram qual foi a avaliação feita para descartar tão imediatamente a hipótese de infarte. Obs: nunca tive episódios de hipocondria.

  • Paulo Nascimento:

    Já sofri um ataque cardíaco e realmente não senti dor alguma, somente um tremendo mal estar (Como se tivesse comido algo ruim) seguida de intensa sudorese. Portanto em casos de mal estar não apele somente para o Bicarbonato de sódio (que é muito utilizado nesse tipo de caso) procure atendimento médico.

  • ANTONIO CELSO ALMEIDA:

    Descobri uma certa contradição forte nesta matéria.
    Observem bem :
    Procurem este parágrafo : ___ “As análises mostraram que as dores no peito são de fato o sintoma mais frequente de um ataque cardíaco, tanto em mulheres quanto em homens. Mas uma minoria considerável dos pacientes, cerca de 35% do total, nunca apresentou as dores” . . . .
    _____ Logo . . . . . somos obrigados a deduzir que, então “A MAIORIA DESTES PACIENTES, CERCA DE 65% APRESENTARAM ESTAS DORES” . . . . OU NÃO ? . . . . . . . . . . .

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