Durante muito tempo, o mercado brasileiro de livros digitais (e-books) foi modesto, já que o custo de importação de aparelhos específicos para lê-los (e-readers) deixava muitos consumidores fora da jogada – e, para quem lê e-books com frequência, tablets acabam não sendo uma alternativa tão boa.
Recentemente, porém, a situação mudou em questão de dias: a Livraria Cultura lançou por aqui o e-reader Kobo Touch; a Amazon inaugurou a versão brasileira de seu site (prometendo iniciar as vendas do Kindle “nas próximas semanas”); e o Google Play expandiu seu catálogo de livros digitais. De repente, um mercado modesto virou uma “arena”.
Diante de tantas mudanças, muitos consumidores se perguntam “o que vale mais a pena: o Kobo, o Kindle ou um tablet comum?”. Para dar uma força aos indecisos, o site Gizmodo Brasil reuniu informações sobre as três alternativas. A seguir, você confere um resumo da comparação.
Qual o melhor acervo?
Embora as especificações de cada aparelho (tamanho, ergonomia, duração da bateria e interface) sejam essenciais, podem não servir de muita coisa se você não encontrar os livros que procura. Para começo de conversa, é importante ressaltar que os e-books da Amazon só podem ser lidos no Kindle, em tablets ou smartphones (por meio de aplicativos específicos), não em outros e-readers. O Kobo, por sua vez, suporta livros de outras lojas, geralmente no formato ePub (que não é suportado pelo Kindle).
Vamos às bibliotecas: a Amazon Brasil tem 13 mil e-books em português e mais de 1 milhão em outros idiomas; a Livraria Cultura, por sua vez, tem 12 mil títulos em português e mais de 1 milhão em outros idiomas; já o Google Play tem um acervo mais modesto, de 10 mil títulos em português e mais de 25 mil em outros idiomas. Para fins de comparação, a revista Info buscou sete e-books populares em lojas diferentes, e a Amazon era a única que tinha todos.
Para quem quer livros digitais gratuitos, a Amazon também oferece uma boa biblioteca: mais de 10 mil livros. O Google Play tem cerca de 100, e a Livraria Cultura, 20 – mas eles prometem expandir a oferta com livros vindos do acervo da Kobo.
Kindle vs. Kobo Touch vs. Outros aparelhos
Se você é um leitor ocasional de e-books, talvez não se incomode em lê-los no computador, em um tablet ou em um smartphone – o problema é que o computador não é “portátil”, o smartphone é pequeno demais e em todos os casos o brilho da tela e o reflexo podem incomodar com o tempo. Contudo, se você pretende passar horas lendo um e-book, talvez seja uma boa ideia comprar um aparelho específico para isso.
O Kindle deve ser vendido no Brasil por R$ 299 (preço divulgado no site da Amazon). Ele tem uma tela e-ink (mais apropriada para leitura) de 6 polegadas, sem touchscreen ou teclado físico. Vem com Wi-fi embutido (o que permite a transferência de livros sem uso de cabos), comporta até 1.400 livros e pesa 170g. A bateria dura um mês (considerando uma leitura diária de 30 minutos e com a Wi-fi desligada). Os principais pontos-fracos são o fato de você precisar usar botões físicos para mudar de página e a impossibilidade de expandir a memória do aparelho (2 GB).
Já o Kobo Touch é vendido no Brasil por R$ 399, possui tela e-ink sensível ao toque (com infravermelho) de 6 polegadas, pesa 200g e tem memória de 2 GB e uma entrada para cartão SD de até 32 GB. Além de suportar vários tipos de arquivo (inclusive de quadrinhos, como CBR e CBZ), o Kobo Touch possui uma tela que responde bem ao toque, uma bateria duradoura (similar à do Kindle) e Wi-fi. Críticas sugerem que o software é um pouco lento e ressaltam que não é possível ter acesso à biblioteca da Amazon.
Embora os dois produtos tenham sido bem acolhidos pelos consumidores, talvez valha a pena aguardar o lançamento no Brasil de e-readers mais avançados, como o Kobo Glo (que tem iluminação embutida, maior resolução e touchscreen capacitiva) e o Kindle Paperwhite (que tem resolução maior e touchscreen capacitiva).[Gizmodo] [Reuters]