Cientistas realizam um experimento com o feixe de elétrons em um ambiente de microgravidade
Exploradores espaciais ainda não têm um dispositivo tão legal quanto o replicador de Star Trek, que criaria qualquer coisa que eles quisessem. Porém, a Nasa, agência estadunidense de exploração espacial, está criando uma tecnologia que poderia ajudar a permitir que futuros astronautas criem peças faltantes em uma missão longa em Marte, por exemplo.
O método é chamado de Fabricação de Feixe de Elétron de Forma Livre, EBF3 na sigla original. Esta fabricação utiliza um feixe de elétron para derreter metais e construir objetos camada por camada, e promete cortar custos de fabricação para a indústria aeroespacial. Karen Taminger, engenheira-chefe do projeto, afirma esperar que o EBF3 possa ser lançado logo junto a uma missão espacial, para que os testes no espaço possam iniciar.
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O aparelho requer alguns componentes cruciais para o seu funcionamento: energia para o feixe de elétrons, um ambiente com vácuo e uma fonte de metais. “Seria bom se pudéssemos fazer algo a partir de nada, mas não funciona assim”, afirma Taminger, se referindo ao replicador de Star Trek.
Para o EBF3, arames de metal são derretidos na ponta do feixe de elétrons e o metal derretido é aplicado sobre um prato rotatório, que ajuda a construir um objeto por camadas. Algumas tecnologias semelhantes já existem, mas esta tem várias vantagens.
O feixe de elétrons, por exemplo, requer muito menos energia que aparelhos semelhantes, além de produzir menos radiação que feixes mais poderosos. O novo dispositivo também permitirá que cientistas misturem materiais para variar a força e outras propriedades em uma mesma peça.
Os criadores do EBF3 medem que o aparelho possa diminuir os custos de produção em até 2000 dólares (aproximadamente 3440 reais) por quilo de peça. O próximo passo da criação serão os testes na estação espacial. Para isso, seus criadores conseguiram deixar a peça em um tamanho que não passa de 2,5 metros cúbicos.
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Fora da órbita da Terra, a nova tecnologia pode permitir que astronautas utilizem metal encontrado na Lua, em Marte ou em cinturões de asteróides para criar novas peças. “Se uma parte da espaçonave quebrar, poderemos utilizá-la como matéria-prima ou procurar por novos materiais”, afirma Taminger. “A solução a curto prazo é levar o material que será necessário, mas não é preciso levar as partes necessárias”, afirma. [MSNBC]