Astrônomos enxergam planeta em formação com detalhes sem precedentes
Astrônomos capturaram a imagem de um aglomerado de poeira espacial orbitando ao redor de uma estrela jovem. Isso indica que esse pode ser nosso primeiro vislumbre de um planeta nos primeiros estágios de formação.
Esta não é a primeira vez que a poeira foi identificada. Em 2014, astrônomos divulgaram imagens inéditas de um disco de planetas em formação ao redor de uma estrela chamada HL Tau. A imagem foi capturada pelo observatório Atacama Large Millimeter Array (Alma), que fica no Chile, e mostra brechas no disco exterior, causado provavelmente por objetos como planetas. Mas a porção interna do disco estava muito opaca para ser observada pelo Alma.
Agora um observatório mais potente foi utilizado para enxergar esta parte interior do disco. O Very Large Array, nos EUA, conta com equipamentos que recebem comprimento de onda maior, de sete milímetros, ao invés de apenas um milímetro do Alma. Com esse comprimento de onda a poeira parece mais fina, permitindo que imagens mais detalhadas do interior sejam feitas.
“Acreditamos que esse aglomerado de poeira represente o estágio mais anterior da formação de protoplanetas, e esta é a primeira vez que vemos isso”, diz Thomas Henning, do Instituto de Astronomia de Max Planck.
O aglomerado tem massa de três a oito vezes maior que o da Terra, e seus grãos maiores têm um centímetro de diâmetro. É nesse disco interno que planetas com características parecidas com a da Terra provavelmente se formam. Com o tempo, a gravidade aproxima esses grãos, até que eles tenham massa suficiente para formar corpos sólidos que evoluem para planetas.
“Isso é muito diferente de observar formação de estrelas, que já vimos em diferentes estágios do ciclo de vida delas. Com planetas, não fomos tão sortudos”, diz Carlos Carrasco-Gonzalez, do Instituto de Rádioastronomia e Astrofísica da Universidade do México.
HL Tau fica a cerca de 450 anos-luz de distância da Terra, e tem apenas um milhão de anos. De acordo com as teorias que temos hoje, discos de protoplanetas não deveriam se formar tão cedo. Pelo o que essas informações mostram, ainda temos muito o que aprender sobre a formação de planetas. [Gizmodo, ScienceDaily]