Aumenta o número de bares onde não são vendidas bebidas alcoólicas

Por , em 29.11.2019
Imagem de Christopher Backer por Pixabay

Passar tempo no bar bebendo é uma atividade social comum entre pessoas adultas. Mas nem todos desejam ou podem beber e para essas pessoas têm aumentado as opções de bares sem bebida alcoólica.

O conceito não é novo. No final do século XIX, no Reino Unido, surgiram os temperance bars (bares de temperança), onde além de não serem servidas bebidas alcoólicas, geralmente, esses estabelecimentos pediam que os clientes assinassem uma promessa de renúncia à bebida.

Os bares sem álcool de hoje, são um espaço para quem não pode beber ou para quem apenas deseja se divertir sem a necessidade do consumo desse tipo de bebida. As opções de espaços assim estão aumentando pelo mundo.

Isso é relevante uma vez que, de acordo com relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no final do ano passado, mais de 3 milhões de pessoas morreram devido ao uso nocivo de álcool em 2016. Esse número representa uma em cada 20 mortes. Além disso, o uso nocivo do álcool causa mais de 5% da carga global de doenças.

Bar sem álcool

Um desses espaços é o Cherokee Recovery Village, no Texas, onde no lugar das bebidas alcoólicas, são servidas opções como kombucha e café. O empreendimento ainda recebe eventos como noites de karaokê, jantares e festas beneficentes. O bar é um espaço para comunidade, diversão e suporte à sobriedade.

O Cherokee Recovery Village é convidativo para as pessoas que passam por programas para a sobriedade, mas também para quem aproveita os benefícios de se manter sóbrio por um período mais curto. O proprietário do bar, Paul French, é conselheiro licenciado em dependência química e passou pelo tratamento de dependência química.

O proprietário considera que o Cherokee Recovery Village auxilia os alcoólicos a se adaptarem a ambientes típicos de bar sem ficarem tentados a consumir bebidas alcoólicas. Assim, quando essas pessoas forem a lugares onde são servidas bebidas não se sentirão tão tentados a consumir aquelas que contêm álcool.

Dependência química no Brasil

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) coordenou o 3º Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira, para o qual contou com parceria de outras instituições como Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Instituto nacional de Câncer e a Universidade de Princeton, nos Estados Unidos.

A pesquisa foi realizada entre maio e outubro de 2015 e foram entrevistadas cerca de 17 mil pessoas entre 12 e 65 anos. A Fiocruz usou a mesma metodologia da Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar do IBGE. Esse foi o levantamento sobre drogas mais completo realizado em território nacional, mas não considera população em situação de rua, essa foi uma pesquisa domiciliar.

De acordo com os resultados, aproximadamente 2,3 milhões de pessoas apresentaram critérios para a dependência de álcool nos 12 meses anteriores à pesquisa. Aproximadamente 14% dos homens na faixa etária pesquisada dirigiram após consumir bebida alcoólica nos 12 meses anteriores à entrevista, entre as mulheres 1,8%.

A droga ilícita mais consumida, de acordo com a pesquisa, foi maconha, 7,7% dos brasileiros entre 12 e 65 anos já usaram ao menos uma vez na vida. A cocaína apareceu em segundo lugar com 3,1%. [Good News Network, The Telegraph, Fiocruz, World Health Organization]

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