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Bitcoin: 10 fatos intrigantes sobre a “moeda do futuro”

Desde o início da era da internet, as empresas têm usado essa plataforma para vender seus produtos a uma parcela cada vez maior da população mundial. A maioria de nós compra itens na internet usando cartões de crédito ou nossas contas bancárias. Mas, ao longo dos anos, os desenvolvedores têm tentado encontrar uma maneira de criar uma moeda única para ser usada apenas para o mercado digital. Em 2009, eles fizeram isso, com a introdução do Bitcoin. Veja 10 curiosidades sobre a “moeda do futuro”.

10. A primeira operação em que se usou o Bitcoin foi para comprar pizza


Em 18 de maio de 2010, Laszlo Hanyecz postou em um fórum chamado Bitcoin Talk. Na época, o Bitcoin ainda dava seus primeiros passos. A moeda era incrivelmente volátil, e cada Bitcoin valia apenas alguns centavos de dólar. O post de Hanyecz foi por duas pizzas pelas quais ele disse que iria pagar 10.000 bitcoins. Esta transação entraria na história da internet como a primeira vez que Bitcoins foram realmente utilizados para comprar algo.

Em 22 de maio, Hanyecz postou que alguém o tinha levado a sério sobre a oferta. Na época, ele só pensava que era legal que ele poderia conseguir pizza por aparentemente nada. Hanyecz continuou a comprar pizza com Bitcoins até o verão, quando ele ficou sem Bitcoins. Ele não deu muita importância para isso, porque acreditava, como muitos outros acreditavam na época, que o Bitcoin nunca iria realmente funcionar como moeda na internet.

Pelos próximos anos, parecia que o que todos pensavam sobre o Bitcoin era verdade. Mas, em 2013, os investidores e especuladores se interessaram pela moeda digital e começaram a trocá-la em uma escala muito maior. Logo, o valor do Bitcoin começou a subir rapidamente, conforme ele se tornou uma mercadoria popular. Nos próximos meses, um Bitcoin deixou de ser avaliado em alguns centavos para valer 1.200 dólares. Ele finalmente se estabeleceu entre 500 e 700 dólares. Se Hanyecz tivesse gasto 10.000 Bitcoins em duas pizzas em meados de 2014, elas valeriam cerca de 5 milhões de dólares.

9. Primeiro uso principal do Bitcoin foi para compra de drogas


Para quem não conhece a Silk Road (“rota da seda”), era um mecanismo que serviu como uma maneira para compradores anônimos da internet encomendarem drogas ilegais. Com o nome da famosa rota de comércio entre a Europa e o Oriente, operava clandestinamente desde a sua concepção até que foi retirada do ar em 2013, após uma investigação intensiva por várias agências governamentais. Uma das chaves para o sucesso dessa plataforma foi o uso de uma forma completamente anônima de pagamento: o Bitcoin.

Devido à natureza de suas operações, a Rota da Seda só poderia ser acessada através da rede de anonimato Tor. Uma vez que você entrava na Rota da Seda, podia comprar drogas, de cocaína a LSD, e outros itens como identidades falsas, números de cartões de crédito roubados e ferramentas de hacking.

A aplicação da lei não podia penetrar a Rota da Seda por causa da experiência de seus usuários. A rede Tor bloqueava qualquer identificação digital, e o uso de Bitcoins só levava a determinados endereços IP que ofereciam pouca ou nenhuma informação real. Para tirar finalmente a aparentemente invulnerável Rota da Seda do ar, uma força-tarefa multi-organizações apelidada de “Marco Polo”, em homenagem ao explorador famoso da Rota da Seda original, foi criada com a cooperação de várias agências americanas, como o Departamento de Segurança, o Departamento Anti-Drogas e o FBI.

Seu alvo era uma figura misteriosa conhecida como Dread Pirate Roberts, o fundador e operador da Rota da Seda. Esta foi a primeira vez que as agências governamentais tinham se envolvido com tal tecnologia digital intrincada, então eles estavam em sua maioria no escuro a respeito de como iriam lidar com a Rota da Seda.

Eles começaram fazendo uma série de prisões de vários vendedores e reunindo bits de informações sobre o funcionamento interno da organização. Somente em 2013 o Dread Pirate Roberts (que na verdade se chamava Ross Ulbricht) foi capturado. Este episódio ensinou uma valiosa lição de quão fácil poderia ser desenvolver operações ilegais anônimas digitalmente com o uso de ferramentas como o Bitcoin.

8. Bitcoins criaram uma indústria inteira de “minas”


“Minas” de Bitcoin são onde algoritmos complexos são resolvidos e Bitcoins em si são gerados. A maioria destas minas estão localizadas na China, muitas vezes instalações escondidas que operam fora da lei. Como resultado, as operações têm que ser altamente secretas. O governo chinês não emitiu uma política a favor ou contra Bitcoins, então, por enquanto, elas têm sido usados para gerar fortunas para seus mineiros.

Um mecanismo chamado Bitbank, que é operado pelo empresário Chandler Guo, gera 8 milhões de dólares por ano e é considerado uma das maiores minas do país. Trabalhadores na instalação precisam resolver problemas de criptografia em computadores para autenticar transações em todo o mundo. Cada transação que é resolvida acrescenta um “bloco” para a “cadeia de blocos”, e aqueles que resolvem os problemas recebem Bitcoins em troca. Na unidade Bitbank, cerca de 50 Bitcoins são gerados a cada dia por trabalhadores que operam 24 horas por dia.

Nem todos os membros da comunidade Bitcoin estão felizes com a grande quantidade de minas na China. O entusiasta Michael Hearn diz que a internet lenta na China vai pesar para a popularidade de Bitcoins no futuro e levar a uma possível falha da moeda.

7. Bitcoins são incrivelmente fáceis de roubar


Em 2014, a maior bolsa de Bitcoin do mundo, Mt. Gox, pediu concordata depois de afirmar que cerca de 850.000 Bitcoins foram roubados por hackers. Na época, os Bitcoins roubados valiam 450 milhões de dólares. Mark Karpeles, o CEO da Mt. Gox, afirmou que 27 milhões de dólares em dinheiro também foram roubados. Isso enviou preocupantes ondas de choque através da comunidade, porque expôs como era fácil roubar Bitcoins.

Com um bom conhecimento de hacking, pode-se acessar facilmente trocas de Bitcoin, o que foi exatamente o que os ladrões ainda desconhecidos fizeram na Mt. Gox. A empresa já tinha sido o alvo de hackers anteriormente, com 80.000 Bitcoins roubados antes de Karpeles assumir o comando em 2011.

Sabe-se que Karpeles desviou 2,7 milhões de dólares da empresa, mas 650.000 Bitcoins (cerca de 300 milhões de dólares) ainda estão desaparecidos. E não são apenas trocas que estão sendo invadidas.

O Sheep Marketplace, um dos sucessores da Silk Road, foi vítima de um roubo de 60 milhões de libras esterlinas, o que causou o desmoronamento do site. Aparentemente, os hackers foram capazes de falsificar os saldos nas contas das pessoas.

Uma vez que Bitcoins não “desaparecem”, elas têm de ser lavadas de uma maneira diferente do que as moedas reais. Elas são lentamente jogadas nas cadeias de blocos para se misturarem com outras Bitcoins, até que as roubadas desapareçam.

Como o processo pode ser rastreado, muitos usuários do Sheep Marketplace conseguiram encontrar seus Bitcoins. Em 2016, dois homens da Flórida foram acusados de ter cometido o assalto.

6. Bitcoins são a moeda corrente para hackers chantagistas


Em fevereiro de 2016, o Hollywood Presbyterian Medical Hospital foi hackeado e seu sistema mantido como refém. Com o seu sistema sendo controlado por hackers, nenhuma das operações do hospital podia funcionar. Com vidas em jogo, o hospital não podia fazer nada além de atender as exigências hackers: 17.000 dólares em Bitcoins. O crime foi desprezível, mas não é uma ocorrência isolada.

Antes do hospital, houve outros incidentes de extorsão, mas para montantes consideravelmente menores. Por exemplo, o departamento de polícia de Boston pagou 500 dólares em Bitcoins para hackers extorsionistas – em Maine, também nos EUA, policiais fizeram um pagamento similar.

Embora os extorsionistas ainda não tenham sido identificados, sabe-se que uma rede baseada na Rússia ou na Ucrânia gerou quase 16,5 milhões de dólares de receita em Bitcoin através da extorsão de vítimas nos Estados Unidos. Os pagamentos de extorsão são geralmente no montante de 20.000 dólares e sempre em Bitcoin.

Já que os Bitcoins não têm que ser registrados com qualquer governo, eles tornaram-se a moeda mais popular para extorsionistas digitais. Um grupo conhecido como DD4BC recentemente se tornou bem conhecido entre corporações por exigir 10.000 dólares em Bitcoins.

Um e-mail do DD4BC que foi tornado público diz: “Não me ignore, isso só vai aumentar o preço. (…) Uma vez que você me pague, você estará livre de mim por todo o período de vida do seu site”. Apesar de várias fontes de segurança digital oferecerem algumas soluções, como marcar digitalmente os Bitcoins que são usados (semelhante à forma como as contas roubadas são rastreadas), os casos de extorsão têm continuado.

5. Bitcoins permitem golpes fáceis


De acordo com um relatório de 2015, a Southern Methodist University, nos EUA, identificou vários dos golpes mais comuns que envolvem Bitcoins. De 2011 a 2014, 41 golpes diferentes ocorreram com prejuízo total de quase 11 milhões de dólares.

Golpes envolvendo Bitcoin são bastante simples. Os investidores são informados de que eles podem receber rendimentos altíssimos, mas em última análise, eles apenas estão colocando seu dinheiro na carteira dos golpistas.

Por exemplo, com minas de Bitcoin falsas, os golpistas afirmam estar minerando Bitcoins para você por uma taxa, mas estão na verdade apenas embolsando a taxa que a pessoa está pagando. Há também golpes em carteiras de Bitcoin, nos quais você está aparentemente depositando seu dinheiro em uma conta verificada, mas todos os fundos são transferidos para os golpistas em um determinado ponto. Outro golpe é uma troca Bitcoin na qual são oferecidas taxas de câmbio baixas para transformar Bitcoins em moedas reais, mas os golpistas nunca cumprem sua parte do acordo.

Perturbadoramente, uma farsa surgiu a partir da tragédia em Orlando, nos EUA, em junho. Golpistas criaram uma conta no Twitter alegando ser o clube Pulse, onde ocorreu a tragédia. A conta pedia doações em Bitcoin. Uma vez que as doações não podiam ser rastreadas, os golpistas tentaram lucrar com a tragédia e com as pessoas bem-intencionadas que tentavam ajudar as vítimas e seus familiares.

Felizmente, a maioria dos usuários do Twitter que abriram o link da “doação” perceberam imediatamente que a página para a qual eles foram levados não estava relacionada com o clube, porque o domínio utilizado tinha apenas seis meses de idade e havia erros de ortografia gritantes. O golpe levou apenas 30 dólares antes de ser desmascarado.

4. Bitcoins poderiam ser usados para fins terroristas

Bitcoins poderia ser uma possível virada de jogo para o financiamento do terrorismo por causa do anonimato proporcionado pela moeda. Mesmo que possa ser minimamente rastreada, a moeda pode ser eficazmente lavada (através de “mistura” suficiente com outros bitcoins) por qualquer grupo ilegal, como o ISIS. Enquanto os grupos ainda precisam de moeda real para continuar operando, o Pentágono norte-americano tem encarado moedas digitais como o Bitcoin como uma possível ameaça, porque elas poderiam ser uma possível fonte de receitas para terroristas.

Após os ataques de 2016 em Paris, a União Europeia começou a reprimir o possível financiamento do terrorismo. Seu primeiro alvo foi o financiamento através do Bitcoin. A Comissão Europeia, o braço financeiro da UE, está considerando a adição de regulamentos para o Bitcoin, nos quais deve haver uma identidade associada a Bitcoins, para impedi-los de financiar grupos terroristas.

Como a Silk Road, a deep web é o domínio preferido do ISIS, e é aí que Bitcoins de seus simpatizantes circulam. Embora a remoção do anonimato de Bitcoins mudasse um dos seus aspectos fundamentais, a maioria dos usuários de Bitcoin não se importaria com as mudanças, porque suas moedas são usadas para fins legítimos.

3. O criador do Bitcoin é um mistério


Tudo o que se sabe sobre o criador do Bitcoin é que ele usava o nome Satoshi Nakamoto. Como a moeda que ele inventou, Satoshi é quase completamente anônimo. Pelo que se sabe, ele introduziu a moeda em 2009 e se comunicava com os primeiros usuários por e-mail, nunca por telefone ou pessoalmente. Mesmo após a ascensão espetacular do Bitcoin, Satoshi continuou nas sombras e desapareceu completamente em 2011.

Em 2014, a revista americana Newsweek publicou uma reportagem de capa alegando ter descoberto Satoshi. Eles afirmaram que o criador da moeda era um engenheiro desempregado em seus sessenta anos que vivia em um subúrbio de Los Angeles. Os envolvidos com o Bitcoin deixaram claro que aquele não era Satoshi.

Outra teoria considerada por muitos na comunidade Bitcoin é que Satoshi é na verdade um homem americano recluso de ascendência húngara chamado Nick Szabo. Szabo nega que seja Satoshi, embora continue a ser uma das figuras-chave na Bitcoin.

Satoshi não esteve envolvido com o Bitcoin desde 2011, de modo que sua presença realmente não importa no grande esquema das coisas. Mas ainda há alguns que especulam sobre sua identidade.

Em maio de 2016, um empresário australiano chamado Craig Steven Wright alegou ser Satoshi, mas os céticos imediatamente disseram que ele não era o verdadeiro inventor do Bitcoin e que, se o real Satoshi desejasse ser conhecido, não haveria dúvida quanto à sua identidade.

Seja qual for o caso, no momento em que Satoshi desapareceu, ele tinha cerca de um milhão de Bitcoins, o que poderia facilmente valer na casa das centenas de milhões de dólares hoje em dia.

2. Bitcoins são incrivelmente voláteis, por muitas razões


Desde que os Bitcoins foram lançados pela primeira vez, seu preço passou de alguns centavos de dólar a várias centenas de dólares. No entanto, embora o preço esteja muito mais elevado em 2016 do que era antes, ainda flutua e permanece bastante volátil. Por esta razão, muitas pessoas ainda têm reservas sobre a moeda digital. Ao longo dos anos, muitos também apresentaram razões pelas quais o preço pode tanto cair ou se levantar espetacularmente.

Bitcoins seguem o princípio econômico da oferta e da procura, e o curso de seu preço pode ser determinado por isto. Em 2014, o preço caiu em 60% e muitos tomaram isso como um sinal de que o Bitcoin ia finalmente morrer.

Naquele ano, no entanto, várias empresas do Vale do Silício começaram a investir em Bitcoins. Além disso, companhias começaram a aceitar Bitcoins como uma forma de pagamento, o que fez o valor da moeda subir mais uma vez. Embora não tenha atingido o status de moeda comum entre as pessoas comuns, suas inovações técnicas continuaram permitindo que o Bitcoin prosperasse.

Em 2015, Bitcoins voltaram a ficar voláteis por causa de um aparente golpe que se tornou extremamente popular na China. Como o Bitcoin era a única moeda aceita, os chineses começaram a comprá-lo em massa, fazendo com que o preço subisse.

Em 2016, a demanda chinesa novamente elevou o preço de Bitcoins quando o yuan foi desvalorizado. Isso fez com que os preços subissem em 20%. Embora os preços continuem a flutuar, os especialistas concordam que os Bitcoins provavelmente permanecerão no mercado por algum tempo – enquanto mais empresas os adotem como uma forma de pagamento e a demanda permaneça no lugar.

1. Bitcoins podem entrar em colapso no futuro


Como mencionado anteriormente, o entusiasta Mike Hearn acredita que os Bitcoins podem vir a falhar no futuro, se continuarem a seguir o seu caminho atual. De acordo com Hearn, aqueles que estão no controle do Bitcoin perderam a noção do propósito original da moeda. Muitos já desacreditaram Hearn, mas sua profecia tem levado alguns a olhar profundamente para as funções do Bitcoin e as razões pelas quais ele afirmou que a moeda está condenada.

Sua primeira razão é que os Bitcoins foram inicialmente concebidos para ser uma moeda descentralizada, ao contrário da maioria das moedas físicas. No entanto, os Bitcoins são agora controlados por um pequeno grupo de pessoas, exatamente o oposto do que deveria acontecer.

Hearn também afirmou que há uma divisão interna no Bitcoin entre aqueles que querem tecnologia para aumentar as operações e aqueles que se opõem a isso. A Blockchain, a tecnologia atrás das transações com Bitcoin, tornou-se cada vez mais aleatória quanto à velocidade, por exemplo. Hearn diz que poderia demorar de 60 minutos a 14 horas para uma transação acontecer.

No entanto, o principal problema é de fato o pequeno número de pessoas (cerca de 10) no controle do Bitcoin, o que a condena a ser um “fracasso inevitável”, segundo Hearn. [Listverse]

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