No prefácio de seu novo livro, “Starmus”, o famoso físico teórico Stephen Hawking escreve que o bóson de Higgs, em níveis de energia muito altos, pode tornar-se instável e causar uma “decadência catastrófica do vácuo” que levaria ao colapso do tempo e do espaço.
“O bóson de Higgs tem a característica preocupante de que pode tornar-se metaestável em energias acima de 100 bilhões de giga elétron-volts”, afirmou Hawking. “Isto pode significar que o universo pode sofrer deterioração catastrófica de vácuo, com uma bolha do verdadeiro vácuo se expandindo à velocidade da luz. Isso pode acontecer a qualquer momento e nós não podemos prever essa tragédia”.
No prefácio, Hawking salienta que a possibilidade da partícula se comportar de tal maneira é altamente improvável, e que a criação das condições para que isso ocorra é impossível, dado o estado atual do desenvolvimento tecnológico.
“Um acelerador de partículas que chegaria a 100 bilhões de GeV seria maior que a Terra, e é improvável que seja financiado no atual clima econômico”, brincou o físico.
Os comentários de Hawking foram em resposta a críticos na comunidade científica que se preocuparam que tais declarações assustadoras vindas de um cientista de sua eminência poderia dissuadir o público de financiar experimentos como o do Grande Colisor de Hádrons (GCH), responsável pela descoberta do bóson de Higgs, no futuro.
John Ellis, físico teórico do laboratório CERN onde fica o GCH, disse: “Uma coisa deve ficar clara: a descoberta do bóson de Higgs não causou este problema, e as colisões no GCH não poderiam desencadear essa instabilidade, pois suas energias são muito baixas”.
Hawking escreveu seus pensamentos sobre o bóson de Higgs no prefácio do livro “Starmus”, uma coletânea de palestras de cientistas e astrônomos, incluindo Neil Armstrong e Buzz Aldrin, dadas primeiramente em uma conferência científica de mesmo nome, que será lançado no próximo mês. [RawStory, DailyMail, SundayTimes]