Cabelo encaracolado? A física explica a mecânica por trás dele
A mecânica do cabelo encaracolado pode trazer avanços para a engenharia. É nisso que acredita um conjunto de cientistas norte-americanos e franceses, que apresentaram nesta semana um modelo tridimensional para o cabelo encaracolado.
A física do cabelo encaracolado
De acordo com a equipe, composta por pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT, na sigla em inglês) e a Universidade Pierre-e-Marie Curie, em Paris, o padrão de curvas de um cabelo encaracolado é semelhante ao de canos, tubos e cabos metálicos. Transportar estes materiais sempre foi um problema para a indústria, devido às curvaturas imprevisíveis que eles costumam produzir.
O modelo desenvolvido pelos cientistas descreve todos os possíveis padrões de “ondulação” de um cabelo encaracolado, e calculam como cada um deles iria interagir na cabeça de forma geral. O estudo é útil para animadores de filmes 3D, que podem fazer personagens desse tipo com um realismo inédito.
É muito mais simples, conforme eles explicam, desenhar uma pessoa com cabelos duros, que simplesmente não se movam, ou com cabelos lisos, que têm um movimento mais uniforme. Fazer uma personagem como a Princesa Merida, da animação Valente (Pixar, 2012), é uma tarefa bem complicada.
Imagine um fio partindo do couro cabeludo. A base do fio sofre a ação do peso de todo o resto do fio, até a ponta, e tende a esticar. Para que a mecha seja encaracolada, é preciso que haja um forte padrão de ondulação, de modo a compensar a força que a gravidade exerce sobre o cabelo. Foram estes padrões que os pesquisadores se dedicaram a calcular.
Para testar as simulações na prática, os cientistas fizeram moldes de fio de cabelo usando um material baseado em resina polivinil, de grande flexibilidade, utilizada na produção de vidros laminados. Eles esperam que, além de dar uma força para os produtores de desenhos animados, o estudo traga novas informações sobre componentes usados na engenharia. [Science Daily / Movies & TV]