Câncer que matou o ator de Pantera Negra está cada vez mais comum em adultos jovens

Por , em 1.09.2020
Chadwick Boseman pantera negra
O ator Chadwick Boseman morreu aos 43 de câncer colorretal diagnosticado quando tinha 36 anos

Os casos de câncer colorretal e reto estão aumentando em adultos jovens – e a idade média dos pacientes diagnosticados está diminuindo.

O câncer colorretal é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens e mulheres nos Brasil, de acordo com o Instituto Oncoguia.

O ator Chadwick Boseman, protagonista do filme Pantera Negra, morreu de câncer colorretal na última sexta-feira aos 43 anos, depois de uma longa luta contra a doença. A incidência do câncer colorretal entre aqueles com menos de 50 anos de idade está em alta desde os anos 1990, de acordo com um relatório de março da American Cancer Society, informou a CNN.

Metade dos primeiros diagnósticos ocorrem em pacientes com menos de 66 anos de idade.

A idade média está caindo

Para pessoas com risco aumentado é recomendado exames regulares aos 45 anos e para pessoas saudáveis a partir dos 50 anos, de acordo com a American Cancer Society.

Pessoas cada vez mais jovens tem sido acometidas por câncer colorretal nos últimos anos. A média da idade dos pacientes com a doença era de 72 anos em 1989 e assim continuou até os anos 2000, mas em seguida foi para caiu para 66 em 2016. E a idade já está em 65 anos nos EUA e cada vez mais frequente em jovens adultos.

Os pesquisadores tinham conhecimento do aumento da incidência de câncer colorretal em pessoas mais jovens “Mas ficamos surpresos com a rapidez com que isso está acontecendo”, afirmou Rebecca Siegel, diretora científica de pesquisas de vigilância da American Cancer Society, nos EUA. “Este relatório é muito importante porque não só fornece uma umagem instantânea da carga atual do câncer colorretal, mas também uma janela para o futuro”, ela afirmou.

Epidemia de obesidade é uma causa possível

Entre os anos 2012 e 2016, a incidência do câncer colorretal em pessoas com menos de 50 anos aumentou 2,2% por ano nos EUA.

Nas pessoas com idade entre 50 e 64 anos, os cientistas observaram que a taxa de câncer colorretal reduziu nos anos 2000, logo em seguida voltou a aumentar 1% anualmente no período de 2011-2016. Entre aqueles com 65 anos ou mais houve uma redução na taxa da doença nos anos 2000 de 3,3% a cada ano entre 2011 e 2016.

“[Grande parte] do declínio na incidência em adultos mais velhos se deve ao aumento da triagem, mas a causa do aumento da incidência em grupos de idades mais jovens ainda é desconhecida”, afirmou Siegel.

“A epidemia de obesidade provavelmente está contribuindo, mas não parece ser a única causa. A alimentação tem uma grande influência no risco de câncer colorretal e há muitas pesquisas em andamento sobre como diferentes coisas que consumimos, incluindo drogas como antibióticos, influenciam a saúde intestinal, especificamente seu papel na determinação dos microrganismos que compõem nosso microbioma.”

Médicos precisam realizar acompanhamento dos pacientes mais jovens

O estudo mostrou tendências nos óbitos por câncer colorretal e fez as projeções para a incidência da doença.

O estudo observou que, entre 2008 e 2017, as incidências de morte por câncer de cólon reduziram 3% a cada ano naqueles com 65 anos ou mais e 0,6% naqueles entre 50 e 64 anos de idade. Mas a incidência de morte aumentou 1,3% por ano em pessoas com menos de 50 anos.

Entre 2012 e 2016, a incidência a cada cem mil pessoas variara de 38,6 em brancos a 45,7 negros.

Não há como determinar com precisão a causa para os aumentos ou reduções de incidência por certas faixas etárias.

Mas os cientistas puderam projetar em tendências para o futuro da incidência do câncer colorretal: 53.200 casos em 2020 com aproximadamente 3.640 mortes (7%), em pessoas com menos de 50 anos (nos EUA).

A pesquisa projetou quase 148 mil casos recém-diagnosticados de câncer de cólon nos EUA este ano, com aproximadamente 12%, (quase 18 mil) em adultos abaixo dos 50 anos.

O estudo pode ajudar a aumentar o consenso para a realização da triagem antes dos 50 anos, afirmou Siegel.

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