Carros elétricos e a luta para que se tornem viáveis
Carros elétricos ainda não são tão difundidos no mercado, afirmam os especialistas, devido à lentidão do abastecimento: enquanto é possível encher um tanque de gasolina em menos de um minuto, alguns carros elétricos necessitam de uma recarga que dura várias horas. Os proprietários geralmente os deixam recarregar de madrugada, mas de qualquer maneira é uma grande limitação. Visando solucionar esse problema, pesquisadores da ECOtailty (uma empresa americana especializada em aparelhos sustentáveis) desenvolveu um motor de carro elétrico capaz de recarregar em meia hora, um recorde para a categoria.
Além disso, eles aperfeiçoaram os estudos para uma bateria portátil, que evita a necessidade de haver uma tomada elétrica para carregar. Com isso, aumenta não apenas a agilidade da recarga, mas também sua praticidade, o que deve atrair mais compradores.
O problema é que esta bateria oferece baixa capacidade. Por isso, está em desenvolvimento uma tecnologia para carregar os carros em alta tensão: embora pareça um retrocesso porque mais uma vez é necessário haver tomada, será possível carregar o carro em um tempo ainda mais rápido do que trinta minutos, além de aumentar em muito a capacidade de cada recarga: os carros elétricos mais comuns, atualmente, necessitam de uma recarga a cada 120 km, no máximo 160 km, enquanto um tanque de gasolina pode fazer o carro rodar mais de 250 km. Com o novo sistema, esses valores serão igualados.
A idéia é que todos os carros elétricos possam ser carregados de forma sincronizada. Os usuários terão hora para colocar o carro na corrente elétrica de suas casas ou prédios. Com um único impulso de energia, todos os carros elétricos de uma cidade (ou de uma região abrangida pela mesma central elétrica) serão abastecidos com eficiência e rapidez ainda inéditas. E a tendência é que cada vez mais estabelecimentos comerciais possuam pontos de “recarga de emergência”, caso seu carro elétrico fique com a energia acabando no meio da rua.
Quanto à segurança, parece que os riscos foram superados. Já experimentaram fazer recargas na alta tensão, sob tempestade de neve ou chuva torrencial, e nenhum problema foi registrado. Nos Estados Unidos, já existem mais de 5.000 carregadores desse tipo em funcionamento. Em postos de gasolina, o abastecimento elétrico pode ser feito da mesma maneira por um funcionário (ou pelo próprio motorista, já que não existe, ao menos nos Estados Unidos, a figura do frentista), exatamente como o método comum.
Na verdade, o único país onde já existe realmente uma estrutura pronta para a massificação dos carros elétricos são os Estados Unidos, mas a união Europeia e o Japão também já possuem carregadores em número suficiente para suprir a demanda de mais carros. A empresa líder na produção desses carregadores, contudo, se diz satisfeita se conseguir vender apenas 100 unidades (cada uma custa cerca de 40 mil dólares) em 2011. Ainda é um negócio engatinhando, porque poucos postos de abastecimento desejam comprar um equipamento que levará algum tempo para oferecer o retorno do investimento [The New York Times]
12 comentários
O principal problema dos carros elétricos não é a desinformação e o preconceito como afirma o Sr Apolônio, e sim as baterias, ou sendo mais específico à densidade energética delas. As melhores baterias hoje produzidas possuem uma densidade de 100 Wh / Kg, ao passo que o álcool tem 7100 Wh / kg e a gasolina tem em torno de 10.000 Wh / kg.
Então mesmo que um motor elétrico tenha uma eficiência energética até cinco vezes maior que um térmico a autonomia 14 a vinte vezes maior para o mesmo peso de “energia” estocado. Portanto dizer que o peso das baterias não é mais um problema, me parece temerário, a menos que tenham criado algo novo nas últimas semanas.
Gostaria ainda de dizer que, como engenheiro mecânico e fanático por automóveis, sou fã incondicional dos carros elétricos, afinal a capacidade de aceleração, o rendimento elevadíssimo e a ausência de ruídos e vibrações de um motor elétrico são imbatíveis. Além disso abre a possibilidade de ser usado também como freio gerando energia durante as desacelerações do veículo.
Porém as baterias…
Natal, e a possibilidade de aproveitar a energia de deslocamento do veículo?
O ar que atravessa a carroceria (pequenas turbinas), movimento constantes dos amortecedores, calor absorvido pelo veículo (térmica) e por aí vai.
Tenho várias idéias que ACREDITO podem realimentar a bateria e TALVEZ dispensar o recarregamento.
Percebo pelos comentários publicados e pelo próprio artigo que os principais entravse a adoção do veículo elétrico são a desinformação e o preconceito. a maioria não entende que a principal vantagem dos veículos elétricos é a elevada eficiência energética, que faz com que estes sejam 5 vezes mais econômicos em termos de energia que os equivalentes a combustível. Ou mais. certamente ainda existem inegáveis limitações, mas estas são mais econômicas do que tecnológicas. Um veículo elétrico acelera mais, leva mais carga e custa menos por HP. Hoje, a principal limitação dos veículos elétricos é o custo das baterias (ao contrário do que muitos pensam, o peso já não é mais um problema), custo esse que deve cair rapidamente com o aumento da escala de produção. alguns visualizam a realidade dos elétricos para daqui a uns 20 anos. Mas as tendências apontam para um tempo menor do que cinco.
Apenas a título de comentário, não são os automóveis que matam mais que as guerras, e sim a imperícia dos motoristas aliada ao consumo de álcool.
http://www.velivre.com.br
Thiago => “Não entendo porque eles não aproveitam a energia gerada pela rotação das rodas pra recarregar as baterias.”
Pois é. A energia gerada pela rotação das rodas, o ar que entra no veículo, energia solar, enfim tudo meios gratuitos de gerar energia. E os “pobres coitados” dos fornecedores de energia, como era? Parece-me não acreditar muito que isso venha acontecer. :(((
Se o mundo fosse assim tão cor de rosa, já existiam veiculos eléctricos há mais de 100 anos. Meios nunca faltaram.
Aleluia. Alguém que pensa como eu e enxerga as múltiplas possibilidades de armazenar energia do veiculo em movimento.
O ar que atravessa a carroceria (pequenas turbinas), movimento constantes dos amortecedores, calor absorvido pelo veículo (térmica) e por aí vai.
Várias idéias que ACREDITO podem realimentar a bateria e TALVEZ dispensar o recarregamento.
todo gerador precisa não so de movimento para gerar energia mas de força. Se usar as rodas para gerar energia elas vão necessitar de força que vem do motor. Por isso não e eficiente fazer isso.É inutil. por isso nunca foi feito.
O maior entrave para a fabricação do carro elétrico, no Brasil, é o menor consumo de petróleo e alcool. Seria desastroso para estas indústrias. A taxa rodoviária e o preço para venda devem serem enormes.Não há interesse nesta novidade aqui no Brasil, embora seja muito útil.
Faz tempo que venho acompanhando esta problemática, na posição de observador apenas, ainda que interessado para que novas tecnologias nos possam libertar desta volumosa produção de poluentes cujos efeitos perniciosos se fazem já sentir com muita acuidade.
Parece que a indústria se vira mais para a alternativa eléctrica. Acho um pouco estranho, na medida em que, pelo que já é notório e se pode ver através de vários vídeos disponíveis, aqui na NET, existe já a alternativa de veículos já a circular, movidos a ar comprimido, e que, ao que é demonstrado, tem virtualidades bem superiores à electricidade, inclusive custo e consumo, para além da celeridade em termos de reabastecimento. Porque não se está a dar a atenção a esta alternativa???
Olá a todos !
Natal, concordo inteiramente com voce. Na realidade, já existem carros elétricos que atingem velocidades comparáveis aos melhores esportivos, como os Porsches. É um carro feito pela Tesla Motors e em termos de economia, chega a andar até 400 Km sem reabastecer, se não me engano.
Acho que o carro elétrico não tenha dado certo até hoje devido principalmente ao forte lobby da indústria petrolífera e o Brasil, a meu ver, está indo na contramão da História ao investir pesado no petróleo em vez de enveredar e estimular o uso do veículo – ônibus, caminhões e carros – elétrico.
Abração
Abraços
Não entendo porque eles não aproveitam a energia gerada pela rotação das rodas pra recarregar as baterias.
Acho o carro elétrico perfeito, motor silencioso, com grande torque, sem vibrações e sem emissão de gases, portanto entendo a vontade que todos tem que os carros elétricos sejam viáveis. Mas isso não justifica a manipulação dos dados. As autonomias colocadas na matéria são otimistas para os carros elétricos com seus “120 km, no máximo 160 km”, e pessimistas com os a gasolina, 250 Km. Se a diferença fosse tão pequena os carros elétricos seriam viáveis. Mas na realidade para alcançar essa autonomia de 120 Km o elétrico tem andar se arrastando pelas ruas, com acelerações lentíssimas e velocidade quase constante. Já os a gasolina todos sabemos que tem autonomia de no mínimo 350 Km andando, digamos, com vontade e de até 500 km andando economicamente.
Atte.
Natal Antonini
Como exemplo de que o Tempo, o Progresso, a Renovação e a Ciência destroem o antigo, valoriza o novo e prefere a Realidade, lembro que, assim que a “Carruagem sem cavalo” começou ser fabricada; Pelo fato dos cavalos custarem pouco. Não precisar de combustível. Dispensar as estradas. Não precisar de peças de reposição. Se alimentar de capim. Serem queridos.
E dar vários filhotes. Milhões de indivíduos sentimentais, pouco esclarecidos, que adoravam cavalos ou que não entenderam que o Automóvel se tornaria um sonho de consumo.
Achando que os outrora preciosos animais eram insubstituíveis.
Tudo fizeram para impedir que o progresso, a mudança e os meios de transporte bem mais eficientes e mais modernos roubassem o prestigio e o lugar dos seus queridos parceiros…
Mas como a única coisa eterna no Universo é a mudança… Apesar da dedicação, do trabalho extra e da oposição dos que acreditaram ser possível deter a marcha do progresso. Com o passar do tempo, a urbanização, os benefícios da produção em serie e a morte dos que atravancavam uma mudança inevitável. Os cavalos terminaram se tornando obsoletos, indesejáveis e um modo de vida ultrapassado. Pois hoje em dia, apesar do automóvel matar mais do que a guerra…
Tanto na cidade como no interior, quase ninguém trocaria um lindo e moderno Automóvel, um possante e econômico caminhão ou alguma eficiente Motocicleta, por um simples cavalo.