Chile, o paraíso dos astrônomos
O céu limpo e o ar seco do deserto do Atacama, no norte do Chile, é um paraíso para astrônomos de todo mundo. Isso porque os dois telescópios mais poderosos do planeta estão instalados lá.
E agora, um terceiro telescópio pretende superar todos eles. Previsto para ser construído 2.600 metros acima dos Andes, com vista ao observatório do Paranal. Quando ele for concluído, dentro de 10 anos, será o mais poderoso instrumento óptico do mundo.
O telescópio – chamado de E-ELT ou Telescópio Europeu Extremamente Grande – será do tamanho de um estádio de futebol, deverá pesar mais de 5 mil toneladas e não vai sair por menos de 2,3 bilhões de reais. Ele será especialmente preparado para resistir a terremotos de grande porte, algo que deve ser levado em consideração no território chileno.
As imagens produzidas pelo E-ELT serão 15 vezes mais nítidas do que as do Telescópio Espacial Hubble, e podem até nos ajudar a encontrar sinais de vida em outros planetas.
Cientistas até acreditam em uma possível revolução na forma em que percebemos o universo, assim como a que Galileu provocou anos atrás.
O espelho principal do E-ELT terá 42 metros de largura, o que é cinco vezes maior do que os espelhos que existem nos telescópios de Paranal, que estão entre os maiores do mundo.
A construção do telescópio não é o único grande projeto astronômico no Chile. Pertinho do observatório de Paranal, engenheiros estão construindo o ALMA, o maior rádio-telescópio do mundo. As operações devem iniciar ainda este ano, e deverão transformar a ciência tanto quanto o Telescópio Espacial Hubble fez.
Esses dois ambiciosos projetos estão aumentando a reputação do Chile com os astrônomos. Até 2025, o país deve ser responsável por mais da metade da captação de imagens do universo. O que possibilita isso é o céu do deserto do Atacama, que está entre os mais claros do planeta.
Em algumas partes do deserto, a chuva nunca foi registrada. A altitude também é importante, particularmente para o ALMA, já que radios-telescópios precisam captar comprimentos de onda do espaço, e os sinais são frequentemente distorcidos pelo vapor d’água na atmosfera terrestre.
Além disso, sendo no hemisfério sul, os observatórios não concorrem diretamente com os dos Estados Unidos e os da Europa. A política e a infraestrutura também estão ajudando, já que o Chile tem emergido como um país próspero desde o seu retorno à democracia em 1990. Afinal, a estabilidade é essencial para projetos de longo prazo como esses.
Os telescópios existentes no Paranal já ajudaram os cientistas a fazerem algumas descobertas notáveis. Com por exemplo, as primeiras imagens de um planeta fora do sistema solar, e a descoberta da estrela mais antiga conhecida na Via Láctea, que tem 13,2 bilhões de anos de idade. Com o novo telescópio gigante para ajudar, ninguém deve duvidar que eles avançarão muito mais. [BBC]
5 comentários
Pensador, creio q ja vi fotos assim, mas normalmente essas fotos do espaço sao de alta resolução e são montantas apartir de várias outras fotos , coladas lado a lado..
por isso as tarjas pretas as vezes
Fiquei muito feliz com esta notícia. Mas torço para que parem de censurar imagens do universo. O que eles escondem? Eu vi algumas fotos do universo em que colocaram uma tarja preta bem no meio da foto. Não tem desculpa, estão escondendo alguma coisa.
Boa, também já me perguntei sobre essas marcas pretas. Tem algumas nas fotos antigas de Mercúrio. Era descrito como “área ainda não cartografada” ou tipo isso..
E eu achava que o VLT (Very Large Telescope) era gigante….
E diga-se de passagem o Chile é um país muito bonito e agradável. Eu não sabia desse projeto de supertelescópio, pelo jeito vai mesmo aumentar em muito o nosso alcançe de visão n Universo. Ele pode ajudar a encontrar novas terras, e ainda nos fornecer mais detalhes sobre os planetas terrestres já conhecidos, principalmente os da estrela Gliese 581.