Ciência maluca: cocô de chinchila revela se houve muita chuva
O cocô de chinchila está servindo a um propósito nunca antes imaginado. Como parte de um estudo sobre o Deserto do Atacama, no Chile, as fezes do pequeno animal estão sendo analisadas para revelarem a quantidade de chuva que houve no local.
O objetivo dos cientistas é reconstituir um “histórico” de chuvas no Atacama dos últimos 14mil anos. Esse histórico é importante para o estudo de fenômenos meteorológicos como o El Nino e El Nina, de acordo com o cientista Claudio Latorre, da Universidade Católica do Chile. Também irá ajudar os especialistas a preverem a reserva de água que o Chile terá no futuro.
Aproximadamente 98% dos chilenos recebem água vinda dos Andes, adjacentes ao Deserto do Atacama.
Mas onde o cocô de chinchila entra nessa história?
Os bichinhos, juntamente com outros roedores, depositam suas fezes em pilhas “pessoais”, que ficam grudadas por causa da urina. A urina também ajuda a cristalizar a “escultura” e ela fica selada.
O clima seco do Atacama preserva as “pilhas” de chinchilas por milhares de anos (assim como corpos de pessoas sem sorte que são encontrados de vez em quando por lá).Elas são analisadas para saber que tipo de alimentos (insetos e plantas) estavam disponíveis na época em que foram feitas. Latorre chama as fezes de “janelas para o ecossistema”.
Agora o tamanho das fezes é analisado. Quando chove mais, há mais alimento disponível, o animal pode crescer mais e, por conseqüência, seu cocô também é maior. Então quanto maior o tamanho da escultura da chinchila, maior foi a quantidade de chuva na época. [msnbc]