Cientistas conseguem “construir” pulmão em ratos
Recentemente, cientistas fizeram a primeira substituição de pulmões em um rato. A técnica está se tornando uma prática comum na medicina regenerativa, mas o pulmão é o órgão mais complexo copiado até hoje.
A doação de órgãos é muito escassa e muitas pessoas morrem em filas de espera por doadores. A técnica de regenerar ou de fazer crescer novos órgãos se mostrou uma opção bastante eficaz aos médicos e cientistas.
Um grupo de engenharia biomédica realizou um estudo com ratos. Eles “semearam” o pulmão dos ratos com células pulmonares maleáveis colhidas de outros ratos, que se multiplicaram e formaram novas vias aéreas e vasos sanguíneos.
Na verdade, primeiramente, os pesquisadores encheram o pulmão dos ratos com um detergente que removeu as células do órgão, deixando para trás apenas uma “carcaça” inanimada à base de colágeno. Neste espaço foi então colocado um líquido rico em nutrientes que promove o crescimento celular.
Daí, os cientistas colocaram lá células epiteliais extraídas do pulmão de filhotes de ratos. As células aderiram a esse espaço e se multiplicaram para formar brônquios, bronquíolos e alvéolos, que trocam oxigênio e dióxido de carbono com o sangue. As células endoteliais colhidas do pulmão dos ratos foram injetadas na artéria pulmonar. Elas cresceram e formaram as veias, artérias e capilares do pulmão.
Depois de apenas oito dias de crescimento, os pulmões foram transplantados em ainda outros ratos, onde eles oxigenaram 95% do sangue, como um órgão saudável e normal.
Apesar do sucesso do estudo, os pesquisadores disseram que ainda são necessários anos para ser possível “fabricar” pulmões humanos. Eles acreditam que vai levar cerca de 20 anos para que se possa rejuvenescer um pulmão humano.
Por exemplo, para evitar que o sistema imunológico de um paciente ataque o novo órgão, os médicos precisam aprender a realizar o repovoamento com células do próprio corpo do paciente, coisa que eles ainda não conseguiram fazer com os ratos. [POPSCI]