Cientistas descobrem formas de apagar memórias ruins
Os cientistas estão buscando formas de fazer as pessoas apagarem suas memórias traumáticas, na esperança de ajudar pessoas com transtorno de estresse pós-traumático e fobias.
A maioria dos métodos até agora inventados dependem de uma terapia comportamental chamada extinção, na qual os médicos imitam sinais de ameaça em ambientes seguros, na esperança de eliminar as associações que os pacientes fazem com o medo.
Essa terapia pode aliviar os sintomas, mas, no adulto, o medo da memória original ainda permanece. Isto significa que o medo pode potencialmente ser revivido no futuro.
Agora, uma nova estratégia parecesse ter a cura para isso: retornar o cérebro temporariamente a um estado de criança pode ajudar a apagar permanentemente uma memória traumática específica.
A pista para descobrir como eliminar permanentemente essas memórias veio de uma pesquisa com ratos jovens. Com eles, a terapia de extinção apaga completamente a memória do medo, que não pode ser recuperada.
Identificar as alterações relevantes no cérebro dos ratos entre a infância e a fase juvenil pode ajudar os pesquisadores a recriar aspectos do sistema quando criança e induzir o “apagamento” da memória nas pessoas.
Nos ratos jovens, a perda da capacidade de apagar uma memória traumática coincide com o surgimento da rede perineuronal (RPN) no cérebro. A rede é uma estrutura de glicoproteína altamente organizada que envolve neurônios em áreas do cérebro como a amígdala, responsável pelo processamento do medo.
Segundo os pesquisadores, isso aponta para um possível papel da RPN na proteção de memórias do medo. Destruir a RPN nas pessoas deve retornar o sistema delas a um estado infantil. Nos ratos, tanto os jovens quanto os adultos, a destruição da RPN impede a recuperação de memórias de medo.
Como a RPN pode voltar a crescer, os pesquisadores sugerem que, em teoria, é possível degradar temporariamente a RPN em seres humanos para apagar permanentemente uma memória traumática específica, sem causar qualquer dano a longo prazo para a memória.
Porém, seria necessário identificar uma fonte potencial de trauma, como no caso de soldados indo para a guerra, e injetar uma enzima para degradar a RPN antes do evento traumático, o que facilitaria a eliminação da memória desse acontecimento mais tarde, usando a terapia de extinção.
Já com as pessoas que já sofrem de memórias de medo, seria ideal focar apenas na remoção de receptores de cálcio-permeável dos neurônios na amídala, componente chave do apagamento de memória na infância. Incentivar a sua remoção em adultos pode aumentar a capacidade de apagar memórias.
Outra das técnicas mais promissoras aproveita um breve período em que o cérebro adulto se assemelha ao de uma criança, e fica maleável. O processo de se reavivar uma memória, chamado “reconsolidação”, parece tornar essa memória maleável por algumas horas. Durante este tempo, ela pode ser adaptada e mesmo potencialmente excluída.
Pesquisadores americanos testaram essa teoria, apresentando um quadrado azul a voluntários, ao mesmo tempo em que lhes administravam um pequeno choque elétrico. Mais tarde, os voluntários apenas viram o quadrado azul, enquanto a equipe media pequenas mudanças na produção de suor, uma resposta ao medo.
Um dia depois, os pesquisadores lembraram essa memória de medo para alguns dos voluntários apenas uma vez, mostrando-lhes o quadrado e dando-lhe um choque novamente, consequentemente ativando a memória. Durante esta janela de reconsolidação, os pesquisadores tentaram manipular a memória por vezes expondo os voluntários apenas ao quadrado azul.
Esses voluntários produziram uma resposta de suor significativamente menor no dia seguinte, em comparação com aqueles que receberam apenas a terapia de extinção, sem reconsolidação. Além do mais, a sua perda de memória foi permanente.
Um ano depois, um terço dos voluntários voltou. Aqueles que receberam apenas a terapia de extinção (viram só o quadrado azul) mostraram uma resposta de medo elevada quando o viram, mas aqueles que receberam a terapia de extinção durante a reconsolidação (levaram choque novamente) não mostraram nenhuma reação de medo. [NewScientist]
11 comentários
lado bom para os traumatizados em acontecimentos tragicos, porem é ruim se levarmos em consideração que pode ser usado para silenciar testemunhas e investigações. como toda tecnologia tem um uso ambiguo.
imagine um investigador numa baita incvestigação prestes a descubrir um esquema de trafico de drogas ou de escravos e derepente vai um cara bem pago por criminosos e apaga as lembranças dele…. assim teriamos mais impunidade, e o que garante que eles aperfeiçoaram este metodo para usar nas tvs?
imagine uma nação tendo crimes do governo ou de instituições criminosas simplismente apagadas….. o caos e a desordem reinariam…
Q pocaria o exemplo do soldado, vc vai a guerra e depois quer esquecer o que fez e o coitado dos ratos de laboratório é que levam a culpa. Memória n~ tem q ser apagada e sim muito bem lembrada para que te sirva de lição. Ainda estão na era do choque elétrico q recaída.
Minha madrasta tinha um método infalível de apagar as lembranças ruins das dolorosas surras que aplicava: dava outras mais doloridas…
Ótimo, talvez um dia eu possa esquecer o nascimento do meu irmão(demonio).
seria realmente bem útil!!
Tenho medo destes tipos de testes em cobaias humanas….imagina se esses malucos inventam de apagar toda a sua memória?…aí vc vira literalmente um zumbi….rsrsrsrs
Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças
Me lembrei imediatamente deste excelente filme que fala exatamente disso.
http://www.cineplayers.com/filme.php?id=100
espero que os cientistas tenham sucesso, adoraria esquecer… 🙁
Interessante
estou passando por um momento, dificio eu creio em Deus!
e sei quanto ele e capaz de nos curar e meio da ciencia descobrir isso ja nao e novidades!
dificio quando temos um historico, de vida que parecer nao ter fim!