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Cientistas embebedam peixes para estudar efeitos do álcool no convívio social

Já existiam testes provando que quando um peixe fica embriagado, ele nada mais rápido do que o habitual. Porém, o que acontece quando ele é jogado em um tanque com peixes sóbrios?

Um estudo da Universidade da Nova York (EUA) fez exatamente isto e descobriu que não apenas o peixe bêbado nada ainda mais rápido do que quando está sozinho, como todo a cardume se acelera. Os peixes sóbrios podem alcançar a velocidade do nadador bêbado e competir pela liderança.

“Esses resultados foram muito surpreendentes”, disse o pesquisador Maurizio Porfiri, que liderou o estudo com os peixes-zebra. “É claro que os peixes não tratados [sóbrios] estavam combinando sua velocidade de natação a dos peixes expostos ao álcool e essa correlação foi especialmente forte em um nível intermediário de exposição ao álcool. Em níveis muito altos ou baixos, a influência diminui”. Especialmente no caso das altas concentrações de álcool, os peixes muito bêbados ficam lentos e têm dificuldade para manter-se junto do resto do cardume.

Mas o que significa tudo isso? Por que motivo os cientistas estão deixando os pobres peixinhos para lá de Bagdá?

O que o estudo mostra é que, ao menos no caso do peixe-zebra, os efeitos do álcool são diferentes em um indivíduo solitário versus um ambiente social, e que o comportamento embriagado de um único indivíduo pode afetar todo o grupo.

Isso interessa aos pesquisadores que estudam o alcoolismo e a sociabilidade. Os resultados também mostram como, nesta espécie, um comportamento desinibido e agressivo pode assemelhar-se a liderança. Acredita-se que o indivíduo nada mais rapidamente quando está perto de seus companheiros de cardume em parte porque tem mais interesse em interagir com eles – da mesma forma que alguns drinks podem “libertar” um ser humano tímido. [Popular Science, New York University]

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