Um estudo recente publicado pela Academia Nacional de Ciências dos EUA descobriu que os pombos podem ser treinados para “entenderem” algumas palavras. Os cientistas treinaram os quatro pombos mais inteligentes que puderam encontrar para diferenciarem palavras de quatro letras e não-palavras e identificarem quando as letras de uma palavra estavam transpostas (ao invés de “muito”, “miuto”, por exemplo).
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Os autores do estudo mediram o desempenho dos pombos em comparação com babuínos e humanos, e chegaram à conclusão que a capacidade dos pombos de diferenciar anagramas “é na verdade mais comparável à capacidade de humanos alfabetizados do que à dos babuínos”.
O método usado para determinar se os pombos poderiam diferenciar entre palavras e não-palavras é bastante básico. Os cientistas primeiro treinaram os pássaros para comerem em um funil alimentador de pássaros. “Após o treinamento do funil, um procedimento de “autoshaping” foi usado até que os indivíduos pudessem consistentemente bicar estímulos apresentados em qualquer uma das três aberturas”, escrevem os autores. Abaixo é possível ver um vídeo feito a partir de um estudo de 2007 que demonstra um procedimento parecido.
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Após os pombos serem condicionados com o procedimento de autoshaping, os cientistas passaram a apresentar estímulos com palavras e não-palavras através da abertura do funil. “Quando uma palavra era apresentada na abertura do centro, a resposta correta era bicar a palavra”, explicam os autores. Eles também apresentaram um “estímulo estrela” aos pombos, acima ou abaixo da abertura central, randomizando sua localização em cada ensaio. Quando um pombo era presenteado com uma palavra diferente, ele deveria bicar o estímulo estrela.
Os pombos eram recompensados por seus acertos com trigo. “Um procedimento de correção foi usado ao longo do treinamento, de tal forma que, após uma resposta incorreta, o teste era repetido até que o sujeito desse a resposta correta”, os cientistas explicam.
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No final do estudo, cada pombo aprendeu a diferenciar dezenas de palavras. Q32, o pombo que aprendeu a menor quantidade de palavras, conseguia 26. Q35, por outro lado, aprendeu 58. Os autores do estudo concluíram, em seguida, que “sistemas visuais organizacionalmente distintos do sistema visual dos primatas também podem ser reciclados para processar o formato da palavra visual”.
O que tudo isso significa? Que estes adoráveis ratos com asas são mais espertos do que você pensa. [Gizmodo]