Um grupo de físicos liderado por Sepehr Nezami do Instituto de Tecnologia da Califórnia (EUA) está planejando a construção de uma espécie de “buraco de minhoca” que poderia teletransportar informações entre dois buracos negros quânticos entrelaçados.
Como assim?!
Criar e ligar buracos negros em laboratório não parece uma coisa simples, não é mesmo? De fato, não é. Mas também está longe de ser uma maluquice sci-fi impossível.
Os pesquisadores acreditam que podem construir um circuito quântico que se comporta exatamente como dois buracos negros entrelaçados fariam – e quando digo exatamente, quero dizer que o sistema resultante seria literalmente indistinguível de dois buracos negros reais entrelaçados.
O teletransporte
Segundo a física, nada escapa do horizonte de eventos de um buraco negro. Apesar disso, dois desses objetos entrelaçados devem ser capazes de transmitir informação quântica entre eles, sem destruí-la.
Ou seja, esses buracos negros interligados recriam um fenômeno chamado de “teletransporte quântico”, no qual a informação pode ser transmitida com segurança e eficácia entre dois pontos.
Atualmente, os pesquisadores exploram esse fenômeno em computadores quânticos, a fim de transmitir dados criptografados entre duas máquinas.
Se o circuito proposto pelo novo estudo funcionar, os cientistas poderiam inserir informação quântica em um “buraco negro”, que a criptografaria, e a “consumiria”. Em seguida, essa informação apareceria no segundo “buraco negro”, descriptografada.
Isso representa um avanço em relação a tecnologias de teletransporte quântico existentes, nas quais a informação transmitida emerge ainda criptografada, o que torna o processo mais longo e mais propenso a erros conforme o computador tenta decodificar a mensagem.
Acelerando a técnica
No momento, a ideia é uma forma inusitada de melhorar a tecnologia de computação quântica existente.
Ao recriar e entrelaçar as bizarras propriedades de buracos negros em laboratório, os pesquisadores podem permitir o teletransporte de informações “na escala de tempo mais rápida possível”, segundo Norman Yao da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA). [Futurism]