Enormes discos de gás e poeira ao redor de várias estrelas jovens. Alguns contêm lacunas circulares – provavelmente o resultado da formação de planetas, que esculpiram cavidades ao longo de suas trajetórias orbitais.
O fenômeno descrito acima parece fascinante, porém os astrônomos conhecem apenas alguns exemplos dele, incluindo o disco arquetípico que circunda Beta Pictoris. Esse disco representa a fase de transição entre o disco original e o sistema planetário jovem.
Porém, os cientistas nunca tinham visto um planeta em formação. Até agora.
Duas equipes de pesquisa independentes acreditam terem observado esta raridade em torno da estrela HD 169142. Esta jovem estrela tem um disco que se estende por até 250 unidades astronômicas (UA), o que equivale a cerca de seis vezes mais do que a distância média do sol a Plutão.
“Esta estrutura já sugeria que o disco estava sendo modificado por dois planetas ou objetos sub-estelares, mas, além disso, os dados de rádio revelam a existência de um amontoado de material dentro da abertura externa, localizado a aproximadamente à distância da órbita de Netuno, o que aponta para a existência de um planeta se formando”, explica Mayra Osorio, pesquisadora do Instituto de Astrofísica da Andaluzia (IAA-CSIC) e principal autora de um dos artigos, em um comunicado à imprensa.
Maddalena Reggiani e seus colegas, do Instituto de Astronomia de Zurique, em seguida, tentaram procurar fontes de infravermelho nas lacunas utilizando o Very Large Telescope. Eles encontraram um sinal luminoso na abertura interna, o que provavelmente corresponde a um planeta em formação ou uma jovem estrela anã marrom, um objeto que não é grande o suficiente para iniciar uma fusão nuclear.
A equipe não conseguiu confirmar a presença de um objeto na segunda abertura, provavelmente devido a limitações técnicas. Qualquer objeto com uma massa inferior a 18 vezes a massa de Júpiter permanecerá escondido nos dados.
Observações futuras irão trazer mais esclarecimentos a respeito deste sistema exótico, possivelmente permitindo que os astrônomos entendam melhor como os planetas se formam em torno de jovens estrelas.
Ambos os artigos foram publicados na revista “Astrophysical Journal Letters”. [io9, Universe Today]