Com o aquecimento dos oceanos, o plâncton está se extinguindo
Não, não estamos falando do terrível inimigo do Bob Esponja. Estamos falando do Fitoplâncton, conjunto de espécies vegetais e bacterianas (no caso da ciano-bactéria, considerada uma alga) marinhas, que é a pedra angular do ecossistema dos oceanos, por ser a base da cadeia alimentar. O Fitoplâncton é em geral o alimento do zooplâncton (origem animal), que por sua vez é consumido por quase todos os peixes menores. Milhares de espécies marinhas dependem do plâncton para sobreviver. E o aquecimento global está matando-o pouco a pouco.
A quantidade do Fitoplâncton nos oceanos tem diminuído 1% ao ano. Este dado foi levantado de uma maneira muito simples: como eles constituem uma massa visível de cima, bastou observar imagens de satélite dos mares para observar a diminuição.
Mas não é o único método. Um bom indicador de quanto plâncton há no mar é a observação da claridade da água. Como é a clorofila, em condições naturais, que escurece a água do mar, basta analisar a transparência da água para saber o quanto existe de plâncton na região. E o sistema usado para isso é bem antigo, mas incrivelmente simples: o disco de Secchi.
Usado pelo padre Pietro Secchi, em 1865, para medir a claridade do mar mediterrâneo a pedido do Papa da época, o disco é simplesmente um aparelho mergulhado no mar que vai absorvendo pouco a pouco a pigmentação existente. Com um cálculo simples, baseado no tempo em que o disco demora a escurecer, tiram-se conclusões que são usadas até hoje pelos cientistas. Observações “oficiais” têm sido feitas com o disco de Sechi desde 1899, e as últimas seis décadas têm registrado um intenso declínio (40%, para ser mais exato) na pigmentação do mar – a despeito de haver mais poluição. Ou seja, está havendo diminuição da clorofila nos oceanos.
Uma notável exceção é o Oceano Índico. Devido à intensidade da Agricultura em regiões da África e da Ásia banhadas pelo oceano, houve um aumento de nutrientes que acabam sendo lançados no mar, o que fortaleceu o Fitoplâncton da área. Mas mesmo no Oceano Índico a quantidade do plâncton já está abaixo da recomendada.
O motivo para o declínio: aumento da temperatura média dos oceanos. Ao longo do tempo, observou-se que o pico da reprodução e expansão populacional do Fitoplâncton acontece nos meses de inverno, em que a água é fria. Durante a época de águas quentes, há um decréscimo da população. O problema é que a temperatura média dos oceanos sobe, ou seja, o plâncton não se reproduz com a mesma abundância de antes.
Outro fator: a pesca acima da média recomendada. Quando se pescam muitos peixes pequenos, sobra no oceano o zooplâncton, que é o alimento dos peixes. Sobrando zooplâncton, há um maior consumo do Fitoplâncton, que é por sua vez o alimento daqueles. Assim, há uma maior redução, devido à cadeia alimentar desequilibrada, na população do Fitoplâncton.
E esse problema é uma reação em cadeia. O Fitoplâncton faz fotossíntese. Faltando ele nos oceanos, as águas absorvem menos dióxido de carbono do que antes, já que a fotossíntese é o maior receptor do CO2. Esse dióxido de carbono em excesso é liberado para a atmosfera, o que colabora com o efeito estufa e o aquecimento global. Daqui a alguns anos, os oceanos com menos Fitoplâncton vão soltar na atmosfera tanto ou mais CO2 do que uma indústria poluente. É um ciclo cujo final os ambientalistas ainda não conseguem prever. [BBC News]
8 comentários
Jorginho, minha nossa! Realmente nossos pensamentos estão em sinergia! Penso de forma bastante semelhante.
Ademais, penso que, por mais que a situação esteja dura, por mais que o poder e a riqueza estejam concentrados nas mãos dos poderosos, não podemos de maneira alguma deixar de fazer algo a respeito, mesmo que seja nos pequenos detalhes, como parece ser também a sua opinião.
O capitalismo é um câncer que, ao meu ver, está cada dia mais próximo da metástase no grande organismo que é a nossa sociedade. Todavia, o socialismo mostrou ser um fracasso (ou pelo menos o que pôde ser realizado dele), não tenho motivos para crer que poderá um dia voltar à baila. Penso que precisamos de um novo caminho, um novo sistema, diferente de ambos.
É a nossa vontade de comprar e possuir além da conta que está contaminando o planeta e nos levando a explorar cada vez mais o ambiente e os animais. Por isso vemos tantos desequilíbrios mundo afora. Acredito que sejamos sim fator ativo para vários desses problemas, incluído aí o aquecimento global.
Precisamos nos conscientizar que não estamos fora da natureza a ponto de destruirmos o planeta inteiro e mesmo assim sobreviver. Somos parte dela. Talvez, sejamos parte integrante do sistema nervoso deste planeta. E pode ser nossa função encontrar uma solução para os problemas ambientais como este que é o mote para nossa discussão.
Cumprimentos cordiais,
TES
caríssimo Tes Saloniki,concordo contigo.
Infelizmente vivemos num mundo de consumismo desenfreado.
Estamos longe de vivermos em uma sociedade organizada. Está mais que aprovado que o capitalismo é mesmo uma arma nas mãos dos poderosos.
Prefiro a política das ”formigas”- socialismo,no máximo.
…Tendo como objetivo o bem comum.
O mundo precisa passar por reformas nas questões econômica e social. A riqueza está concentrada nas mãos dos poderosos.
O capitalismo não deixa de ser uma forma de escravizar.
É possível haver progresso tendo como política o socialismo.
De fato, Jorginho, suas palavras não deixam de estar certas. Todavia, não acredito que possamos f com o planeta azul, pois somos apenas mais uma espécie sobre ele… Se não nos adaptarmos ao equilíbrio, ele é que f com a gente!
TES
Que gafe!
Cianobactérias eram consideradas algas azuis há tempos (errôneamente) e hoje sabe-se que elas não tem se quer uma ligação com as algas em si.
Cianobactérias SÃO bactérias, clorofiladas e fotossintetizantes.
Lamentável o que expressam alguns cientistas ”amigo de Faraó’‘… Dizendo > Não se preocupe… Na verdade que acontece é exatamente o inverso: ‘’O mundo está esfriando!”
Só os cegos não vêem o início do caos que estamos vivendo.
Conseguiram fuder nosso Planeta-azul. Embora eu tenha esperança que podemos mudar à história.
Como se trata um câncer, apesar de ser dolorido; não há outra solução que começar de imediato o tratamento:
Acabar com o consumismo barato, desnecessário em mais de70%.
Sim. Radicalizar!
Responsabilizar as empresas e limitar sua produção.
Veja que o plástico, metais pesados e outras químicas, contribuem grandemente com o descontrole.
Cientistas, engenheiros que vivem dia-dia pensando em aperfeiçoar sistemas de consumo desnecessários para aumentar seus lucros absurdamente, e muitos fazem filas para adquirir às ”novidades tecnológicas” que em nada contribuem para o bem estar mundial.
Produtos químicos para limpezas que são despejados nos rios, solos e máres.
Sim, todos somos responsáveis direto e indiretamente.
Basta que andemos nas beiras de córregos para vermos quantos dejetos… Basta olharmos nas ruas, quanto lixos espalhados.
Devemos conscientizar que, se nada fizermos agora; amanhã será irreversível!
Hoje fabricam máquinas para durar apenas alguns anos e depois(sem manutenção) vão pros lixões!
Vejam alguns equipamentos como televisores,aparelhos de som e outros que perduram por décadas.
Mas, hoje, com esse consumismo barato,em nada contribuem para o melhor do meio ambiente.
Garrafas plástica que simplesmente são fabricadas e depois jogadas em aterros duvidosos.
São Paulo, como muitas outras do Brasil/mundo já passam por problemas de onde depositar seus lixos.
Ser deixar de falar que nosso Oceano está virando um lixão!
Não devemos esperar milagres!
Devemos obrigar os governos controlar fábricas e obrigá-las criar meios para que seus produtos passem a oferecer manutenções ao menos por 3 décadas, como era antigamente.
Alembro que não existia outro produto de limpeza que não fosse apenas o tradicional sabão.
Somos de certa forma o câncer desse planeta.
Principalmente governos de países industrializados…
…que negam ou rejeitam tratados para diminuir suas poluições!
Como já previram cientistas sensatos:
Se nada for feito agora; podem ter a certeza que haverá caos total: Chuvas catastróficas e secas de longa duração.
Frios e calor jamais visto espalhará por todo planeta.
Nascente morrendo como se constata em muitos lugares.
Sim. Basta 2°C e já estamos com febre!
Assim será o Planeta Terra se nada for feito agora. Basta penas 2ºC!
Sejamos sinceros – Temos tecnologias suficientes para vivermos bem e basta agora limitar sua produção.
Que criem forma de reciclagens e acabem com os plásticos, seja de produtos alimentícios e químicos!
Até frascos de óleo comestível passaram usar essa coisa chamada plástico! Sem falar de produtos transgênicos…usados com a desculpa de ser aliado para alimentação mundial… Quando na verdade modificam as sementes para controlar o povo… como a tal empresa Mon-santo com sua biotecnologia que monopoliza o mundo. Se minto, que prove o contrário e que a índia responda entre outros países!
Agradeço a todos que leram esse monólogo e de diante passem ser defensor do mundo que vivemos.
Que a humanidade busque o espiritual mais que o carnal.
Infelizmente sei que haverá pessoas fazendo comentários contra… e, aceito as críticas…
Que falem! É um direito conquistado pela democracia!
Realmente é uma situação que inspira muitas piadas…
Se não tratarmos este assunto com a seriedade merecida, no lugar de comparar o aquecimento global a um desenho animado boboca, não conseguiremos compreender e muito menos reverter estes processos.
TES
Qual foi? Já pensaram se o Plankton extinguir assim sem aos menos roubar a fórmula do hambúrguer de siri? hahahaha