Como um “robô guindaste balão” poderia revolucionar o transporte pelo mundo

Por , em 8.03.2012

Todo material dos EUA vendido ao exterior, ou todos os iPad enviados da China ao resto do mundo, são apenas algumas das 500 milhões de viagens a bordo de navios contêineres que atravessam os oceanos do mundo a cada ano.

Essas viagens terminam, obviamente, em portos de águas profundas, atracando e descarregando carga por todo o mundo.
Um empresário americano teve uma ideia que pode melhorar tal comércio. Sua visão inclui “robôs guindastes” que flutuam no céu sob balões gigantes. Nem precisa dizer nada – já parece uma ideia boa, não?

O sistema que o empresário idealizou poderia estender os 80 quilômetros do Canal do Panamá que liga os oceanos Atlântico e
Pacífico para ajudar a mover as cargas dos navios durante um engarrafamento no tráfego marítimo.

Também poderia permitir linhas de abastecimento rápidas para a marinha americana e fuzileiros navais no apoio a operações militares, ou esforços humanitários de ajuda durante desastres.

Mais importante, os robôs poderiam transformar totalmente a economia de transporte, transportando até 90% dos bens mundiais de comércio, transferindo containers de navios sem a necessidade de quaisquer portos de forma rápida.

O robô

O robô consiste de um corpo de elevação de carga, suspenso a partir de quatro cabos de carga que, por sua vez, se ligam a quatro cabos de ancoragem verticais. Esses cabos de ancoragem se unem com um enorme balão no topo para formar uma “pirâmide” – um design que permite que o robô guindaste se mova em qualquer lugar dentro desse espaço, encurtando e estendendo seus cabos de suspensão ou deslizando para cima e para baixo os cabos de ancoragem.

Foram os avanços tecnológicos atuais que permitiram que essa ideia fosse útil e viável. Usar controle semiautônomo robótico representa um passo “evolucionário” em aproveitar o poder de balões.

Os balões já provaram sua capacidade nos tempos mais recentes. Em 2002, um balão levantou um tanque militar de 55 toneladas no ar. Astrônomos canadenses também demonstraram a estabilidade de um sistema de balão e cabos, usado para prender o receptor de um telescópio no ar acima de um refletor com uma precisão de alinhamento de dois centímetros, mesmo durante rajadas de vento.

A ideia de Wiley gerou interesse entre os pesquisadores de robótica da Universidade de Harvard e da NASA. Porém, o inventor ainda tem que encontrar financiamento para seu projeto.

A escala de tamanho para uma demonstração pode custar US$ 30.000 (R$ 52,5 mil) para mostrar como ele poderia mover uma carga de 4,5 a 23 quilos em torno de uma área de cerca de 1,61 quilômetros quadrados.

Mas mesmo uma configuração completa exigiria apenas US$ 7 a 10 milhões (12 a 17 milhões de reais) para mover contêineres de navio para a terra (ou vice-versa), segundo as estimativas da Wiley.

E isso é menos que se gastou em outras operações. Por exemplo, militares americanos, quando enviaram navios e tropas para ajudar o Haiti depois do terremoto de 2010, gastaram US$ 20 milhões apenas para implantar um cais temporário por um período de cerca de um mês, para descarregar os suprimentos necessários.

Ele espera algum dia oferecer os seus serviços a “custo de capital zero” para países em desenvolvimento, e até mesmo compartilhar seus rendimentos com governos locais. “Custo de capital zero significa que eles receberão dinheiro imediatamente a partir do primeiro contêiner que eu mover”, disse Wiley.

E depois que muitas comunidades locais lucrassem com a ideia, criando ambientes de portos pelas cidades a fora, a ideia poderia explodir pelo mundo em desenvolvimento.[LiveScience]

11 comentários

  • José Calasans:

    Os balões são realmente uma alternativa racional e segura para transporte de cargas e pessoas.Não entendo porque existe uma grande resistência em se estudar a possibilidade do uso desses aparelhos no dia adia,um dirigível bem elaborado seria muito mais seguro do que qualquer avião,pois usaria o gás hélio que é neutro e não explosivo,esse gás ficaria em vário compartimentos mesmo sendo atingido por tiros de armas de fogo não haveria o risco de um esvaziamento imediato do balão e o mesmo teria muito tempo para aterrizar de forma segura,a superfície superior do balão poderia ser aproveitada para colocação de placas solares que ajudariam na produção de energia elétrica para a propulsão e alimentação de instrumentos.Quem sabe um dia quando ficarmos mais racionais,poderemos viajar em grandes dirigíveis por ai.

    • Emerson Brito:

      Essa ideia de um balão com várias câmaras (ou compartimentos) é válida.

      Esse exemplo não tinha sido colocado em pauta…

      Agora já acredito na funcionalidade com risco reduzido do balão.

    • José Elias:

      Quantos metros quadrados de embarcação são necessários para que o Navio flutue com 100 contêiner, imagine quantos metros cúbicos de gás seriam necessários para que o balão suspenda este mesmo peso. Será que vale a pena?

    • Emerson Brito:

      O balão não iria transportar de uma vez só todos os contêineres…

      Os guindastes que hoje trabalham nos portos retiram tudo de uma vez ?

  • eu:

    ainda prefiro a ideia de teleport que a propósito já está tendo alguns avanços..

  • Roberto:

    Santos Dumont certamente estaria superfeliz com esta invenção.

  • Emerson Brito:

    Espero que não haja ninguém embaixo quando um balão desses estourar com um contêiner nas alturas…

    • Samir Karnib:

      As normas de segurança determinam que mesmo com os guidastes não deve haver pessoas abaixo das cargas transportadas.

    • Krelvanis:

      Isso é um balão, não uma bexiga. kkkkkk

    • renilton:

      Poderia lançar por cataputas também kkkkkkkk,,,agora toda loucura é tecnologia.

    • José Elias:

      Maravilha!!!

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