Talvez o dinheiro possa comprar felicidade, mas não da maneira que você pensa. A jornalista Paula Pant largou o emprego, viajou por trinta países, lançou seu próprio negócio e agora vive da maneira como sempre sonhou. No blog Afford Anything, ela busca ajudar pessoas que também querem romper seus limites e manter uma vida com as finanças equilibradas e com a liberdade para fazer o que tiverem vontade – sem as buscas incessantes do consumismo.
Paula era editora e repórter em um jornal e entrevistou líderes influentes como Joe Biden, Roger Ebert e Patch Adams. “Foi um trabalho emocionante, mas não era o suficiente. Algo estava faltando. Em 2008, deixei meu emprego e vendi todas as minhas posses. Nos dois anos seguintes, fiz um mochilão pelo Oriente Médio, Ásia e Europa”.
De acordo com ela, durante esse tempo seus amigos não paravam de dizer que adorariam fazer a mesma coisa, mas não podiam. Para Paula, isso não é verdade. “Você não pode pagar tudo. Mas você pode pagar qualquer coisa – viagens a Roma, a compra da sua casa dos sonhos, parar de trabalhar para lançar o seu próprio negócio. Se você está aberto a essa ideia, aprenda a romper limites e maximizar sua vida”, diz a jornalista.
Escravidão x liberdade
A riqueza não é questão de ter coisas materiais, e sim de ter oportunidades, opina Paula. Com algum dinheiro guardado, podemos sair do emprego que odiamos, nos afastar de situações de vida ruins e mergulhar em novos hobbies ou projetos.
Pessoas mais ricas têm mais opções, claro. Mas o dinheiro não nos aprisiona; é o estilo de vida que pode nos aprisionar.
Queremos comer em restaurantes chiques, comprar móveis caros e cortar o cabelo no salão mais popular da cidade. Nossos amigos começam a dirigir carros de luxo, e questionam os nossos. Compram casas com cinco quartos, e questionam nossa moradia.
Muita gente acaba a vida presa nessa busca incessante por mais. Às vezes, nós escolhemos seguir esse caminho. O resultado disso? Menos escolhas, menos liberdade, e contas mensais mais elevadas. Consumidores frenéticos não reconhecem a relação entre dinheiro e liberdade.
Podemos cair em nossas próprias armadilhas, induzidas pelo dinheiro. Grandes aquisições podem nos minar por uma vida toda: muita gente opta por fazer financiamentos de carros e casas que duram décadas até serem quitados, ao invés de juntar o máximo de dinheiro possível e financiar no menor tempo possível. Assim, ficam “presas” por dez, vinte ou até trinta anos.
Outro sintoma social preocupante são pessoas caindo na roda-viva do crédito. Os consumidores olham apenas o valor dividido em diversas prestações, ao invés de analisar o valor total. Ninguém vai pagar um décimo do preço, e sim demorar dez vezes mais tempo para se livrar da dívida.
Como ser diferente
A solução não é condenar as riquezas. Não faz sentido passar a vida trabalhando e fingir que dinheiro não é importante. O papel mais significativo do dinheiro em nossas vidas não é comprar carros de luxo – e sim a independência para trabalhar com o que gostamos, viajar e visitar os parentes e amigos a qualquer momento.
Para podermos fazer essas escolhas, não é necessário ter milhões na conta – apenas gastar um pouco menos, todas as semanas, e planejar bem nossas compras. [Afford Anything 1/2]