Coração artificial sem pulso substitui o natural com sucesso [atualizado]

Por , em 11.03.2012

Três seres humanos e 50 bezerros estão usufruindo de um impressionante aparato tecnológico da medicina moderna: um coração artificial que deixa o paciente sem nenhum pulso, mas vivendo perfeitamente bem. Tal “órgão” não imita exatamente o funcionamento interno do coração, podendo ser classificado como um bombeador de sangue.

O aparelho foi desenvolvido por dois cientistas do Instituto Cardiológico do Texas, em Dallas (EUA). Este coração mecânico é capaz de fazer o sangue circular eficientemente, em uma corrente contínua, sem necessidade de pulsação para movimentá-lo.

A primeira máquina concebida para substituir o coração humano foi criada em 1982. Os primeiros modelos, de metal ou de plástico, enfrentaram uma limitação, que é a necessidade de um compressor de ar ligado ao corpo do paciente, para inflar e desinflar em um movimento que simula a pulsação.

Os mais modernos, tais como o HeartMate (“companheiro de coração”) II, foi mais além: era um dispositivo elétrico com ímãs acoplados em seu eixo. O eixo gira sobre um rolamento lubrificado pelo próprio sangue, e a energia provém de uma bateria. Mas este artefato também não substitui completamente o coração.

A novidade deste novo sistema, desenvolvido pelos cardiologistas americanos, é uma turbina que gira continuamente (em testes de laboratório, girou por oito anos sem demonstrar defeito). Ao invés de o paciente precisar ficar preso a um enorme sistema de balões infláveis, basta carregar uma pequena bateria sobre os ombros.

E a implantação deste novo coração artificial, que funciona a 10 mil rotações por minuto, tem uma curiosidade: foi só quando os cientistas o testaram com sucesso pela primeira vez, em um bezerro, é que descobriram que o animal ficava sem pulso.

Inicialmente, imaginaram que seria um problema. Mas acabaram descobrindo um trunfo, o fato de que um coração artificial não precisa imitar o funcionamento do verdadeiro para cumprir sua função. [Daily Tech]

Atualização: Encontramos este vídeo no NewScient.

26 comentários

  • Rcleto:

    Boas
    Devo dizer que como estudante de medicina há pouco tempo falei com um professor catedratico de cirurgai cardio-toracica sobre substituir o coração por um sistema sem pulso.
    Não sei se sabem mas quando há uma operação cardiaca o sangue é desviado do coração por uma bomba que redestribui o sangue pelo corpo de forma continua (tal como esta bomba) e quando questionado sobre quanto tempo o doente poderia ficar ligado a uma maquina do genero ele disse que no maximo 3-4 dias… Pois os nossos orgão desde a sua criação estão habituados a um distribuição sanguinea com pausas (que são importantes para as trocas a nivel celular…) por isso não sei qual a viabilidade desta bomba, se após um periodo inicial os nossos tecidos se adaptam ao fluxo continuo ou não, mas também têm de ter a noção que para uma bomba deste genero funcionar é necessario diluir (fazer antiagregantes e/ou anticoagulantes) para não causar trombos, pois o regime turbulento que deve ser causado pela bomba e o facto de haver materiais estranhos predispõe à formação de trombos e coagulos, podendo levar a AVC…
    Por isso deixem ver como evolui e ver danos a mais longo prazo… Pois não estranharia ver hemorragias a nivel capilar por desgaste das paredes dos vasos…

    • Andhros:

      Muito legal essa análise de vocês, medicina é muito interessante. Não sou médico, sou engenheiro, posso ter uma perspectiva diferente, mas não tenho o conhecimento em profundidade, o que aprendi foi por curiosidade.
      Posso esquentar a discussão? Aí vão alguns itens.

      ▪► A bomba utilizada foi o “Parafuso de Arquimedes”, que é composta de um eixo em forma de parafuso, dentro de um cilindro de mesmo diâmetro interno, lacrando tubo. Quando o parafuso gira é como se formasse um elevador contínuo.
      Esta parece ter sido a melhor escolha possível, já que a bomba tende a não agitar, não comprimir o fluído em seu interior, não exercer força cortante, não borbulhar e não causar turbulência. Ao contrário do que faz uma bomba centrífuga, ou uma turbina, por exemplo.
      Além de tudo, pode-se sacrificar minimamente a potência e eficiência da bomba, deixando uma distância entre o parafuso giratório e o tubo, para não “triturar” células, não causar atrito nem depreendimento de partículas do material.

      ▪► Além comprimir o fluído em seu interior, algumas bombas podem causar alteração de pressão no sistema que bombeia, como o próprio coração natural dos seres vivos. Até por isso o corpo possui 2 pressões, uma alta e uma baixa. Se isso for um problema, para o qual você sugeriu aguardar, ainda existe a bomba de pistão, que é capaz de simular os batimentos, o aumento e diminuição de pressão. Provavelmente o material que encapa esse coração deveria ser elástico, ao invés de metálico. Assim, ao invés de aumentar agressivamente a pressão dentro do coração, seria possível armazenar essa energia sob a forma de energia elástica, na superfície, poupando o stress sobre as células do sangue, cujos médicos disseram ser sensíveis às bombas.

      ▪► Gostaria de entender isso: as duas pressões são importantes para acelerar a osmose, alternadamente nos sentidos interno e externo? Por que se ambos estágios puderem ocorrer bem com uma pressão MÉDIA, que não desequilibraria o sistema, o fluxo contínuo não seria danoso. Assim, não haveriam, como você disse, “hemorragias a nivel capilar por desgaste das paredes dos vasos”.

      ▪► Quanto a materiais estranhos, isso já se usa a tanto tempo em cirurgias… Conheço gente que tem mais metal na cara do que osso! Será que ainda não tem materiais confiáveis? E os metais que são parte da nutrição? Poderia-se usá-los pelo menos para fazer um revestimento.

    • Rcleto:

      Boas
      Não estou a falar de material estranho que causa rejeições brutais…
      Cada vez os materiais são mais “biologicos” e causam menos reacção inflamatoria, mas há sempre algum reacção… Por exemplo quando há deficiencias nas valvulas cardiacas pode-se substituir por valvulas mecanicas ou de porco ou mesmo de cadaver. Mas cada uma tem a sua vantagem, as mecanicas duram mais tempo mas por o sangue entrar em contacto com um material que não o endotelio tende a coagular (deixa-me explicar melhor esta parte, o sangue tem um numeroso nr de proteinas e substancias que têm tendencia natural para se agruparem e formarem coagulos, o que acontece no interior do nosso corpo é que as celulas que recobrem o interior dos vasos e outras cavidades libertam NO (oxido nitrico) que é dos mais potentes antiagregantes e vasodilatadores para impedir a formação de trombos. Qualquer seja o material que seja recoberto o coração arteficial não tem a capacidade de produzir de ofrma continua e basal NO e por isso vai sempre haver um formação de trombos, mas a anticoagulação ligeira tem poucos efeitos secundarios e é bem tolerado…

    • Andhros:

      Não mata as esperanças, as idéias sempre morrem junto!

      Por exemplo esse “brainstorming” louco. Poderia ser possível usar o mesmo mecanismo das células para sintetizar NO ou outra substância anticoagulante. As substâncias são encontradas no sangue, e as reações já são conhecidas.

      Porque, ao contrário disso, deduzindo pelo que você falou, essa pessoa teria que tomar anticoagulante pro resto da vida(não sei se por via oral ou intravenosa).

      Para liberar a substância, faria-se a difusão por meio de uma membrana sintética semi-permeável, ou por um tecido transplantado do próprio corpo que até poderia produzir a substância, ou talvez (falta conhecimento) nada disso seja necessário e seja suficiente liberar, em uma pequena taxa, a substância no local onde o sangue entre no coração.
      Isso é, se a maneira que se faz atualmente, como você citou no final, não for satisfatória.

  • Darcy Brito:

    Espero que isto não seja mais uma divulgação apressada de cientistas.

  • alvaro:

    Este dispositivo pode nos dar o tempo necessário para que a engenharia de tecidos resolva estes e outros problemas e espero também que os rins sejam os próximos da lista

  • Uewerton Allex:

    Mãe de deus! Vamos virar robôs. Brincadeira! É uma maravilha para a humanidade em geral essa invenção. Assim que esse invento for aperfeiçoado e ser levado ao público, será, então, a solução para o problema do infarto (que é muito comum). Parabéns aos dois cientistas… E em questão dos pulsos, eles podiam implantar um leitor óptico para saber a pulsação.

  • Evaldo:

    Já sofri uma cirurgia na válvula do meu coração, e fico aterrorizado coma possibilidade de voltar para ter que fazer nova cirurgia, mas se esse dispositivo funcionar bem e não houver perigo de rejeição, alem de prolongar a vida por muitos anos, serei candidato a cobaia para testes. Só quem tem problemas cardíacos sabe do valor dessas descobertas.

    • Andy:

      Viva a ciência!

    • jose ajosilaudof eliciano mendes:

      concordo plenamente todos ao nascer com vida, tem direito de viver ate a velhice permitir, e não ocorrer uma interrupção abrupta da vida, ja que estamos aqui temos direitos á vida, parabens aos cientistas.

  • alx:

    Sem pulso? Como vão saber que a pessoa morreu? kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, deu medo de ser enterrado vivo kkkkkkkkkkkkkk

    • jose ajosilaudof eliciano mendes:

      a ciência tem seus metodos caro amigo.

  • BRUNO stelmastchuk:

    Quando você precisar de um coração que não tenha disponível e você vai morrer, dai venha e comente que isso não é algo bom, até la tente não expor opiniões que ao invés de ser construtivas são falhas e sem argumentação coerente.
    Obrigado!

    ZUMBI?????? SERIO, MEO PARA DE ASSISTIR THE WALKING DEAD PLEASE!!!!

  • Andhros:

    Hmmm… Vou inventar uma bomba movida com a energia da quebra da glicose! Chega de bateria! Vai se adaptar perfeitamente ao corpo humano! Por que será que ninguém nunca falou nada sobre isso? Será tão difícil?

    A propósito, no site da matéria em inglês já começaram a discutir quais são as “implicações espirituais” de uma pessoa “sem coração”! Se já fizeram estudos comparativos entre estas e outras pessoas!
    Essas pessoas que não entendem as próprias metáforas que usam…

  • william:

    Nos próximos 50 anos o Ser Humano poderá chegar a viver mais de 200 anos.

    • jose ajosilaudof eliciano mendes:

      creio que deus limitou a vivencia de seus subordinados, então não creio que a epoca dos profetas va voltar.

  • Sonia Mara:

    Ao que parece, ainda não foram analisados, ou pelo menos divulgados, os possíveis efeitos colaterais dessa engenhoca.
    Começa a se tornar real a geração de “zumbís” que até agora só tinhamos visto nos games.

    A ciência ainda não explicou o que faz essa bomba funcionar quase que de forma autônoma, mas ele já batia desde nossa vida embrionária, quando nem sequer forma humana ainda tínhamos.

    Nossa ciência ainda é uma ciência de 2/3.
    O 1/3 que falta não será explicado enquanto a ciência focar apenas o ponto material de todas as coisas.
    Há matéria e anti-matéria, há energias que nós humanos não percebemos ou captamos com nossos sentidos e que estão entrelaçadas com tudo o que é material e visível.

    E isso é o 1/3 que falta encaixar.

    Mas ela está tateando, caminhando, e um dia descobrirá esse 1/3 que falta, e deixará de ser a ciência de 2/3 que é hoje, para se tornar uma ciência completa. Completa e verdadeira.
    Ela vai descobrir e aprender a lidar com as causas e deixará de concentrar tanto esforço nos efeitos.

    E como diria o “Ban ban”… “faz parte!” rsss

  • Harley Eugenio:

    ser biológico vai ser facultativo ou coisa de 3º mundo. a especie humana vai ser extinta não por seleção natural, mas sim por opção da própria especie, todos poderão fazer melhorias para deixar de ser biológico.

    • Hermano Gomes:

      Isso é assustador, e para mim ainda soa repugnante…

    • Harley Eugenio:

      Hermano Gomes, eu quando era biologico tb pensava o mesmo.

    • Andy:

      Hermano Gomes, eu quando era biologico tb pensava o mesmo. [2]

      Andrody, 2035

  • haha:

    Medicina me surpreende!

  • Marco:

    mas e quando a pessoa for fazer alguma atividade fisica? normalmente o coração natural aumentaria as batidas naturais e como essa bateria que fica no ombro se liga no coração artificial ?
    eu achei que faltou mais detalhes dessa matéria

    • Bruno:

      Na verdade este não é um coração artificial e sim um DAV – Dispositivo de assistência ventricular, implantado juntamente com o coração natural. o Objetivo desta bomba é dar suporte circulattório para um coração insuficiente.
      Atualmente na literatura tem se discutido sobre o uso de DAV de fluxo contínuo como este apresentado, o fato comprovado é que a assistência mecânica com uma bomba de fluxo contínuo pode ser realizada, no entanto existem registros de faleência multipla de orgãos e problemas causados ao ventrículo direito pelo uso deste tipo de bomba.

      Bruno Utiyama da Silva
      Tecnologo em Saúde
      Centro de Engenharia em Assistência Circulatória
      Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia

    • Andhros:

      Na verdade, você está passando informação desatualizada para as pessoas!

      Aqui está a publicação original, com muito mais detalhes: http://www.popsci.com/science/article/2012-02/no-pulse-how-doctors-reinvented-human-heart?page=all

      Houveram pacientes cujo coração falhou e a bomba, um HeartMate II, que inicialmente era apenas para assistência, deu conta do recado e não deixou o paciente morrer.

      Os médicos criadores se animaram e passaram a utilizar o equivalente a dois HeartMate II menores projetados para fazer TODO o trabalho do coração. De fato, na cirurgia, a primeira parte é REMOVER O CORAÇÃO do paciente.

      Até agora, afirmam que a ausência de batimentos não causou nenhum dano ao organismo. Uma consequência estranha é que, como não existe mais pulso, a pessoa deixa de ter as duas componentes da pressão arterial, da sístole e da diástole, passando a ter uma só contínua.

Deixe seu comentário!