Embora não se pareça com a clássica combinação “isotônico + remédio para o fígado”, bebidas como Sprite e similares podem ser uma excelente maneira de combater os efeitos da ressaca e deixar você (quase) novo em folha, mesmo depois de ter abusado do álcool na noite anterior.
Essa inusitada capacidade para cura de ressaca foi estudada por pesquisadores da Universidade Sun Yat-Sen (China), que observaram como diferentes bebidas interferem na metabolização do etanol.
Até onde sabemos (porque ainda há dúvidas a respeito da maneira exata como isso acontece), o álcool é transformado em uma substância chamada acetaldeído graças à enzima álcool-desidrogenase (ADH) e, em seguida, em acetato, pela enzima aldeído-desidrogenase (ALDH).
O acetato não é nocivo – pelo contrário, pode até mesmo ajudar na produção de energia no organismo; o acetaldeído, por outro lado, é uma das causas da dor de cabeça típica de uma ressaca, além de outros efeitos desagradáveis que fazem você jurar que nunca mais colocará uma gota de álcool na boca.
Levando tudo isso em conta, uma das maneiras de combater a ressaca é aumentar a presença de ALDH no corpo e, por consequência, diminuir o tempo que o organismo leva para metabolizar o acetaldeído.
Os autores do estudo testaram diversas bebidas (entre elas um chá de semente de maconha, que não só aumentou a conversão de acetato em acetaldeído, como também diminuiu a ação da ALDH, algo que definitivamente pioraria uma ressaca), e o Sprite foi o que se saiu melhor, aumentando o poder de ação da ALDH.
Ainda é um pouco cedo para comemorar ter encontrado uma cura para ressaca (o próximo passo da equipe é realizar esses testes em organismos vivos), mas seria prudente levar em conta esses resultados preliminares – especialmente se você pretende levantar o caneco na Oktoberfest ou entornar seis taças de vinho na casa dos seus sogros. [PopSci; ChemistryWorld]