De acordo com este gigantesco estudo em gêmeos, esquizofrenia é 80%
Até quatro em cada cinco casos de esquizofrenia podem ser rastreados a partir de genes herdados dos pais da criança.
Ao aplicar uma nova abordagem estatística aos dados coletados em mais de 30 mil pares de gêmeos, os pesquisadores definiram a imagem mais precisa que já temos até o momento sobre os fatores de risco para a condição. A descoberta pode nos ajudar potencialmente a identificar os genes responsáveis pelos sintomas da esquizofrenia.
Cientistas da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, mergulharam em um conjunto de informações coletadas através do seu National Danish Twin Register e as combinaram com dados do Registro Dinamarquês de Pesquisas Centrais Psiquiátricas. Eles chegaram à amostragem de 31.524 pares de gêmeos, todos nascidos entre 1951 e 2000.
Hereditário ou desenvolvido por fatores ambientais?
Examinar gêmeos é uma maneira bastante sólida e promissora de determinar se uma condição foi herdada na concepção, ou se é o resultado de outros fatores ambientais.
Os chamados gêmeos idênticos – ou pares de gêmeos monozigóticos – herdaram os mesmos conjuntos de genes de seus pais. A comparação das características encontradas entre estes e aqueles que trazem pares de duplos dizigóticos (ou gêmeos não idênticos) pode fornecer uma forte indicação de se foi causada por genes ou por algo no ambiente à medida que se desenvolveram.
Embora isso pareça positivo em teoria, a biologia é um caso desordenado, em que muitos números e evidências são necessárias para se chegar a uma conclusão confiável. Pode ser difícil encontrar gêmeos suficientes com a condição estudada para participar de uma pesquisa.
No caso da esquizofrenia, a condição neurológica afeta, apenas, menos de cinco em cada mil indivíduos, o que torna especialmente difícil a coleta de dados suficientes sobre gêmeos.
Assim, o grande registro nacional da Dinamarca, combinado com ferramentas estatísticas adequadas, revelou-se um excelente caminho à ciência.
Herdabilidade em estudo na Finlândia
Um estudo com gêmeos não-idênticos, ou fraternos, realizado na Finlândia em 1998 usando uma amostra menor do Registro Nacional de População finlandês, concluiu que, ali, a herdabilidade da esquizofrenia era de 83%.
Outra análise conduzida na Suécia em 2007 dividiu a probabilidade de risco entre os sexos, encontrando genes que podem ser causa da esquizofrenia em 67 por cento das mulheres e 41 por cento no sexo masculino.
A interpretação desses números se torna mais complexa pelo fato de que a própria esquizofrenia é uma condição de difícil estudo e muito disputada. Como o autismo, num passado recente, a palavra tenta cobrir um amplo espectro de causas e sintomas que precisam ser mais bem avaliados ou classificados.
Na tentativa de alcançar uma melhor precisão nas estatísticas, os pesquisadores desse último estudo calcularam duas estimativas, tanto em uma definição restrita quanto em uma desordem mais ampla do espectro de esquizofrenia.
Para a definição mais específica, estimaram que os genes determinaram o diagnóstico da condição em 79 por cento dos casos totais.
Quando expandido para incluir aqueles com distúrbio do espectro de esquizofrenia, o número caiu para 73 por cento.
“Este estudo é agora a estimativa mais compreensível e completa da herdabilidade da esquizofrenia e sua diversidade diagnóstica”, diz o pesquisador Rikke Hilker, da Universidade de Copenhague.
“É interessante, pois indica que o risco genético para a doença parece ser de quase igual importância em todo o espectro da esquizofrenia”.
Em busca de um diagnóstico
A pesquisa também proporcionou uma idade média de 28,9 anos, quando os sintomas da condição tornam-se suficientemente significativos para um diagnóstico.
Estudos em gêmeos são ferramentas úteis, mas baseiam-se na suposição justa de que os gêmeos refletem os mesmos padrões de herança da população em geral.
Há também a questão de saber quanto de cada base de dados nacional pode ser generalizada e aplicável em outras partes do mundo.
O debate conflitante da natureza X educação social muitas vezes esconde a complexidade da doença e da deficiência.
Mesmo a herança de um gene pode ser complicada pelos efeitos editoriais da epigenética, ou as chamadas mutações do mosaico pós-zigótico que ocorrem logo após a concepção.
Os genes individuais têm sido associados à esquizofrenia no passado, e com base nos resultados deste estudo, deve haver mais a ser descoberto no futuro.
Os limites e as definições dessa condição mental séria podem mudar, mas, não importa como a chamemos, aqueles que sofrem de efeitos debilitantes da esquizofrenia se beneficiarão em conhecer mais sobre suas causas subjacentes.
Esta pesquisa foi publicada na Biological Psychiatry. [ScienceAlert]
1 comentário
Ola PHD3s!
Clams, DNA da banana é 50% magic, o nosso, acumulamos dos d+. O2 caiu de ~1% e os Alphas ainda não se adaptam a tds gaiolas! P!N!