Lago infernal no Alasca mostra a realidade da mudança climática

Por , em 27.09.2018

As águas do Lago Esieh sibilam, borbulham e estouram enquanto um poderoso gás de efeito estufa escapa de seu leito.

Do tamanho de cerca de 20 campos de futebol, o lago do Alasca parece estar fervendo. O que realmente está acontecendo, no entanto, é que seu permafrost está derretendo.

Como você deve imaginar, isso é extremamente preocupante. O permafrost é um tipo de solo permanentemente congelado (o termo vem do inglês perma = permanente, e frost = congelado).

E, se isso o permanente está deixando de ser no Esieh, certamente também pode estar em outros lugares.

Graves consequências

Se o permafrost abaixo e ao redor de outros lagos estiver derretendo também, então o dióxido de carbono e o metano resultantes criarão o que os cientistas chamam de “ciclo de retroalimentação”.

Em outras palavras, à medida que matérias orgânicas e vegetais anteriormente congelados são quebrados, os gases emitidos pioram o aquecimento global.

Esse fenômeno tem a capacidade de acelerar drasticamente o processo já aterrorizante da mudança climática, causando ainda mais derretimento do permafrost, em um ciclo sombrio e infernal.

Escalamento

Vários lagos já foram detectados expelindo metano no Ártico, mas o Esieh é o maior até agora. Por dia, emite metano a uma taxa equivalente a cerca de 6.000 vacas.

A cientista que descobriu o lago, Katey Walter Anthony, estudou 300 outros que emitem gases como este.

Essa notícia não é ruim apenas para o meio ambiente; curiosamente, a perda do permafrost dos lagos afeta até os povos indígenas que o utilizam como um “freezer esquimó” há diversas gerações, enterrando carne e outros alimentos para armazená-los e mantê-los frescos. O descongelamento da camada impede esse tipo de prática. [BigThink]

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