Esta montanha-russa é o método menos convencional de se livrar de pedras nos rins

Por , em 28.09.2016

O mundo científico é mesmo maravilhoso. Quando uma associação nunca antes imaginada entre dois fatores é feita, ela pode revolucionar a vida humana. Neste caso, a associação inusitada é entre pedras no rim e montanhas-russas. Quem seria o louco de pensar que as duas coisas têm relação?

Pesquisadores descobriram que andar em uma montanha-russa específica pode ajudar quem tem pedras no rim que precisam ser expelidas. Este brinquedo fica na Disney World, e se chama Big Thunder Mountain Railroad, uma atração com cenário no Velho Oeste e cheia de curvas e altos e baixos seguidos, fazendo com que o passageiro sacoleje para todos os lados. Isso ajuda as pedras a se desalojarem dos rins para depois serem expelidas pelo corpo.

As pedras no rim são massas duras de minerais que se formam no órgão. Elas podem ter diferentes tamanhos, de um grão de areia ao tamanho de uma bola de golfe. Pacientes com este problema não precisam de tratamento específico sempre, já que, quando pequenas, elas acabam saindo do corpo de forma natural – e muito dolorosa. As pedras precisam viajar do rim pelo ureter, chegando à bexiga e depois saindo do corpo pela uretra.

O que motivou o estudo

Os autores da pesquisa publicada na revista Journal of The American Osteopathic Association relatam que vários pacientes contaram que conseguiram se livrar de pedras no rim depois de andar no brinquedo do parque da Flórida.

Em um dos casos, por exemplo, um homem contou que ele expeliu a pedra depois de três voltas consecutivas na montanha-russa

Modelo de rim em 3D

Para comprovar se o que os pacientes relatavam realmente era verdade, os pesquisadores precisaram ser muito criativos. Eles desenvolveram um modelo em 3D de um rim que poderia ser levado para passear na montanha-russa dentro de uma mochila.

No experimento, os cientistas colocaram três pedras de rim verdadeiras e um pouco de urina no modelo do rim. As pedras tinham diferentes tamanhos: pequena (4.5 milímetros cúbicos), média (13,5 mm cúbicos) e grande (64,6 mm cúbicos).

Rim na montanha-russa

Os pesquisadores levaram então o modelo de rim para andar na montanha-russa 20 vezes. As pedras foram colocadas em diferentes locais do rim para que eles pudessem examinar todos os cenários. Em uma das voltas, por exemplo, a pedra maior foi colocada na parte superior do rim, enquanto na próxima foi colocada na parte média do órgão. Por fim, todas as pedras foram colocada em cada localização do rim para uma última volta.

Os pesquisadores notaram que um fator do experimento que não conseguiam controlar era o assento do brinquedo que tinham que ocupar, já que, assim como os passageiros comuns, tinham que seguir a fila e sentar no lugar que estivesse vago naquele momento, fosse ele na frente, no meio ou no final do trenzinho da montanha-russa. “A ocupação dos assentos foi aleatória e determinada pelo lugar ocupado na fila de espera”, escreveram eles.

Isso faz toda a diferença, já que os carrinhos do final do trem balançam mais e fazem com que as pedras do rim se movam melhor. Nos assentos finais, 64% das voltas obtiveram sucesso ao remover as pedras, enquanto os assentos da frente tiveram apenas 17% de sucesso.

A conclusão do estudo é que “andar em uma montanha-russa de intensidade moderada pode beneficiar alguns pacientes com pequenas pedras no rim”. [LiveScience]

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