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Estrela como o sol engoliu 15 de seus planetas

Uma estrela parecida com o nosso sol pode ter devorado uma dúzia ou mais de seus próprios planetas – do tamanho da Terra – de acordo com uma nova pesquisa. Pesquisadores chamaram a estrela de Kronos, em referência ao Titã da mitologia grega que comeu seus próprios filhos por medo de que eles o destronassem. Kronos pertence a um sistema de estrelas binárias localizado a 350 anos-luz da Terra.

Os astrônomos descobriram os hábitos vorazes da estrela enquanto comparavam sua composição química com a da sua gêmea estelar, chamada de Krios – o Titã das constelações e irmão mais velho de Kronos. Os resultados mostraram que Kronos tinha um nível excepcionalmente alto de minerais formadores de rocha, sugerindo que ele se alimentou de aproximadamente 15 planetas rochosos com a massa da Terra durante sua vida, de acordo com o estudo.

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Ambas as estrelas – designadas como HD 240430 e HD 240429, respectivamente – têm aproximadamente 4 bilhões de anos de idade, e parecem ser estrelas amarelas de tipo G, parecidas com o sol, mas um pouco mais jovens. As duas se orbitam uma vez a cada 10.000 anos ou mais.

Em primeiro lugar, os astrônomos questionaram se as duas estrelas eram de fato um par binário, porque estão localizadas a dois anos-luz de diferença. Pesquisas adicionais confirmaram que as estrelas possuem as mesmas velocidades radiais. Seus movimentos em direção e se afastando da Terra combinam – um indicador chave de um sistema de binário de estrelas.

O que é mais surpreendente sobre a dupla é que elas são compostas de materiais drasticamente diferentes. O estudo revelou que Kronos tem um nível excepcionalmente alto de minerais, como magnésio, alumínio, silício, ferro, cromo e ítrio – metais que compõem a maior parte dos planetas rochosos, como a Terra. No entanto, ela não possui um nível igualmente alto de compostos voláteis, que são mais frequentemente encontrados em forma de gás, como oxigênio, carbono, nitrogênio e potássio.

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A maioria das estrelas ricas em metal possuem todos os outros elementos em um nível similar. Kronos, entretanto, “tem elementos voláteis suprimidos, o que a torna realmente estranha no contexto geral dos padrões de abundância estelar”, afirma Semyeong Oh, estudante em Princeton e autor principal do estudo.

A abundância de minerais comuns em rochas está concentrada nas camadas externas de Kronos, em vez de misturados em toda a estrela. Além disso, os pesquisadores confirmaram que os tipos de minerais nas camadas externas da estrela se solidificam a temperaturas mais quentes – uma característica dos planetas rochosos, que se formam mais próximos de suas estrelas do que os gigantes de gás.

Kronos provavelmente consumiu 15 planetas de massa terrestre para ganhar a abundância incomum de minerais que possui. “Todos os elementos que constituiriam um planeta rochoso são exatamente os elementos que são aprimorados em Kronos”, diz Oh. “E os elementos voláteis não são aprimorados, o que fornece um argumento forte para um cenário de engolimento de planetas, em vez de outra coisa”.

Estrela de composição estranha parece ter acabado de devorar um exoplaneta

O estudo também fornece uma nova visão da formação estelar e dos exoplanetas. “No momento, ainda estamos no estágio de reunir diferentes observações para determinar como e quando os exoplanetas se formaram”, diz Jessie Christiansen, astrônoma do Instituto de Ciência dos Exoplanetas da NASA, que não esteve envolvida na pesquisa.

“É difícil observar diretamente a formação dos planetas em torno de estrelas jovens – eles geralmente são envoltos em poeira, e as próprias estrelas são muito ativas, o que torna difícil desembaraçar qualquer sinal dos planetas”, explica Christiansen. “Portanto, temos que inferir o que podemos da informação limitada que temos. Se confirmada, esta nova janela para as massas e as composições do material nos estágios iniciais dos sistemas planetários pode proporcionar restrições cruciais para as teorias de formação de planetas”. [Space]

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