Estudo descobre associação entre poluição e mal de Parkinson

Por , em 31.10.2010

Segundo um novo estudo, pessoas que vivem perto de fábricas de aço ou outra fonte de emissões de manganês estão em maior risco de desenvolver mal de Parkinson.

Pesquisas anteriores haviam ligado metais pesados a danos cerebrais, como o Parkinson, mas não ficou claro se eles poderiam também desempenhar um papel em pessoas que não estão expostas diretamente aos metais, como as que trabalham com isso.

Só nos EUA, cerca de um milhão de pessoas têm a doença degenerativa. Pesticidas de fazendas também são suspeitos de levantar as chances de desenvolver Parkinson, mas os cientistas ainda sabem pouco sobre as influências da vida urbana na doença.

Isso se deve principalmente pelo fato de que os fatores de risco ambientais para o mal de Parkinson são relativamente pouco estudados, especialmente em áreas urbanas, onde a maioria dos pacientes com a doença reside.

Agora, os cientistas analisaram dados de cerca de cinco milhões de pessoas que não tinham mudado de cidade entre 1995 e 2003. Em seguida, eles compararam as taxas de Parkinson com as emissões industriais de cobre, chumbo e manganês.

Em 2003, menos de 1% das pessoas em áreas urbanas desenvolveram mal de Parkinson. Em municípios com pouca ou nenhuma liberação dos metais, 274 de cada 100.000 pessoas tiveram a doença, em comparação a 489 em municípios com níveis elevados de manganês. O risco aumentado permaneceu mesmo depois dos pesquisadores considerarem diferenças de sexo, idade e raça.

As áreas com emissões altas de cobre também tinham mais casos de Parkinson, mas o aumento foi tão pequeno que os pesquisadores afirmam que pode ser devido ao acaso.

Ainda assim, os cientistas não sabem se o manganês realmente aumenta o risco de Parkinson. É possível que outros fatores de risco em municípios com altas emissões de manganês possam ser os culpados.

Segundo os pesquisadores, é necessário que mais estudos investiguem a exposição individual do paciente e o risco de mal de Parkinson para confirmar os resultados.

De qualquer forma, compreender as exposições comunitárias a toxinas ambientais é fundamental para determinar as causas da maioria dos casos de Parkinson.

Os pesquisadores alertam que, se os resultados dessa pesquisa forem confirmados, os dados sugerem que a redução das emissões de metais industriais pode resultar em uma redução substancial no número de novos casos de Parkinson. [Reuters]

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