Estudo: droga antienvelhecimento é testada com sucesso pela primeira vez em pacientes humanos

Por , em 18.02.2019

Um novo estudo americano mostrou que eliminar células “velhas” do corpo pode melhorar o bem-estar e ajudar a combater problemas de saúde ligados ao envelhecimento.

Células senescentes

Nem todas as células danificadas morrem. Algumas permanecem nos nossos corpos como células senescentes, incapazes de se dividir, mas ainda capazes de produzir sinais químicos.

Tais células podem desempenhar um papel importante na batalha contra o envelhecimento.

“Acredita-se que essas células e as substâncias que elas produzem estão envolvidas no processo de envelhecimento”, disse o pesquisador de longevidade Nicolas Musi, da Universidade do Texas em Austin (EUA), ao portal MIT Technology Review. “A ideia é que remover essas células pode ser benéfico para promover o envelhecimento saudável e também prevenir doenças do envelhecimento”.

O estudo

Musi e seus colegas trataram 14 pacientes que sofriam de fibrose pulmonar idiopática (FPI) com uma combinação de medicamentos que eles acreditavam que eliminariam as células senescentes.

Ao longo de três semanas, os pacientes tomaram nove doses de um medicamento para leucemia chamado dasatinibe, casado com quercetina, um suplemento.

Até o final do estudo, os pacientes foram capazes de andar mais na mesma quantidade de tempo, bem como outros sinais de melhoria do bem-estar, sem nenhum efeito colateral grave.

“Apesar de pequeno, este estudo piloto marca um grande avanço na forma como tratamos doenças relacionadas à idade, como a FPI”, explicou o pesquisador Jamie Justice em um comunicado à imprensa.

Próximos passos

O que os cientistas fizeram foi alvejar terapeuticamente uma característica biológica fundamental do envelhecimento que está implicada na FPI, com resultados precoces, mas promissores.

No momento, é difícil dizer se a combinação de drogas seria eficaz como uma terapia antienvelhecimento, mas a equipe pretende descobrir.

Os pesquisadores já estão testando o tratamento em um grupo de mais 15 pacientes de pulmão, bem como 20 pessoas que sofrem de doença renal crônica.

“Se virmos sinais de eficácia e não encontrarmos efeitos colaterais muito ruins, tentaremos chegar a pessoas com condições cada vez menos ameaçadoras à vida”, esclareceu o pesquisador James Kirkland, da Clínica Mayo, ao MIT Technology Review. [Futurism, MITTechReview]

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