EUA e China: corrida espacial ou cooperação cósmica?

Por , em 2.10.2011

Em 2003, a China entrou para o seleto grupo de países que conseguiram enviar pessoas para o espaço, juntamente com a Rússia e os Estados Unidos. Recentemente, o poder chinês no espaço cresceu ainda mais, com o lançamento do primeiro módulo de sua estação espacial.

Com a China alcançando as estrelas, surgem duas possibilidades para os Estados Unidos: eles podem cooperar, propondo projetos de exploração conjunta, ou podem restringir sua colaboração – e quem sabe, talvez, até começar uma corrida espacial semelhante à da década de 1960 contra a União Soviética.

A China já enviou o embrião de sua estação espacial, o Tiangong-1, ou “Palácio Celestial”, que será usado em conjunto com outra nave espacial que será lançada mais tarde, a Shenzhou 8, que será a primeira manobra de acoplagem chinesa.

Embora as metas a longo prazo da China estejam pouco claras, o que era pra ser um segredo de Pequim já caiu na boca do povo: a China pretende fazer uma missão tripulada rumo a lua. O projeto Tiangong é um passo em direção a esse objetivo.

Enquanto o programa espacial chinês está crescendo, a NASA enfrenta difíceis problemas. O presidente americano Barack Obama tem pressionado a NASA para começar a planejar missões a um asteroide e a Marte, mas, enquanto isso, a NASA está privatizando alguns de seus setores e já não tem a força de outrora.

Todas essas futuras iniciativas dos Estados Unidos levarão tempo. Portanto, entrar em uma nova corrida espacial desta vez não significa que, necessariamente, os americanos vencerão, como quando travaram uma batalha contra os soviéticos.

“Atualmente o EUA está em uma situação de reorientar os seus esforços em voos espaciais”, diz Joan Johnson-Freese, presidente do Departamento de Estudos de Segurança Nacional do Colégio de Guerra Naval. “Nós não temos a vontade política que a China tem no momento. Se há uma corrida acontecendo, sua vantagem é através de vontade política, não de tecnologia”, afirma Johnson-Freese.

Mas, enquanto os Estados Unidos continuam a ser líder internacional na capacidade de voo espacial, não está claro se esse será sempre o caso. “Essa é a escolha que temos que fazer”, afirma Johnson-Freese. “Isso não é uma escolha que os chineses vão fazer por nós. Temos de decidir onde vamos colocar os nossos recursos”.

Alguns especialistas afirmam que as realizações espaciais da China não devem ser vistas como uma ameaça para os americanos, mas sim como uma oportunidade de colaboração, como a Rússia e outras nações já estão fazendo.

“Os temores são de que se trabalharmos com a China, será para benefício tecnológico deles”, Johnson-Freese diz. “Mas eu sou da opinião de que é sempre melhor trabalhar com as pessoas e ter algum controle do que ter outros trabalhando com elas quando você não está envolvido”.

Mas, para muitas pessoas, trabalhar em conjunto com a China pode ser sinônimo de compartilhamento de tecnologia e conhecimento dos Estados Unidos, o que pode ser perigoso estrategicamente para o país. Além de tudo, o programa espacial chinês é obscuro e cheio de mistérios para o resto do mundo.

Alguns legisladores americanos se opuseram fortemente a cooperação espacial com a China. O argumento é que as atividades espaciais chinesas são muito ligadas as suas forças armadas, cujas ações estão, muitas vezes, em desacordo com os interesses dos Estados Unidos. Além disso, alguns legisladores acreditam que abusos dos direitos humanos na China não devem ser recompensados com cooperação.

A questão espacial é maior do que parece, pois apoiar ou não a China envolve toda a conjuntura da política internacional entre as duas super nações. Os avanços da China estão diante de nossos olhos, resta saber qual será a posição dos Estados Unidos. [Space]

20 comentários

  • Je:

    Penso que pode ser uma nova corrida espacial, mas dessa vez a China está bem à frente dos EUA, apesar que tem gente acreditando ainda que o homem já pisou na lua, eu particularmente não acredito, os russos foram os primeiros a estar no espaço depois foram os americanos, mas chegar à lua ninguém foi ainda.
    A China está dando um show enviando astronautas para treinamento no espaço e depois sim ir à lua e isso segundo os chineses lá para 2020 ou mais.
    Segundo os americanos eles pisaram por lá em 1969 (acho que é isso) e porque até hoje não voltaram, perderam o caminho… conversa. Por isso digo que os chineses estão dando um show, estão estudando o centurião de Van Allen e bem de perto, ou seja, lá no espaço e ainda treinando seus astronautas.
    Por falar em centurião de Van Allen o pessoal do HypeScience poderia fazer uma matéria sobre o mesmo.
    É isso.

  • enegreiros:

    Quem quer apostar como os americanos vão derrubar o que a China pôs lá em cima ou os próximos foguetes? Já fizeram isso com a Russia com o harp.

  • Bovidino:

    O homem conseguiu criar e desenvolver o ‘avião’ e utilizá-lo como meio de transporte, para acelerar viagens de longo percurso.
    Logo em seguida começou a utilizar o avião para incursões bélicas e assim esse veículo passou a ser uma das armas mais poderosas utilizadas nas constantes guerras que conseguimos fabricar por motivos fúteis.
    Dominada a estratosfera, era preciso voar mais alto.
    Viagens espaciais e estações orbitais, já são comuns.
    Todavia, o homem não mudou o foco de suas malévolas intenções.
    O objetivo dos dirigentes das nações, é dominar o espaço, desenvolver novas armas e subjugar as outras nações.
    O mais incrível é que nós nos considerações seres ‘inteligentes’.

    • Jonatas:

      Vai ficar legal, armas orbitando no espaço por cima das cabeças de habitantes de todas as nações, um tiro vindo do espaço pode dizimar uma cidade inteira. Toda essa ameaça orbital acabaria por eclodir na terceira guerra mundial. Quem se sentiria a vontade com canhões espaciais apontados pra superfície da Terra?

    • Bovidino:

      Sem falar no lixo expacial que já é um problema.

  • leandro:

    A china tem 3 vezes a população dos USA e sua economia esta crecendo como nunca, com toda essa força, se em algum momento eles se acharem superiores, sera que não teriamos uma espécie de “china nazista” sonhando em conquistar o mundo como tentou fazer a alemanha, podemos apimentar essa questão colocando uma possível futura escassez de recursos, e seu olhinhos puxados dentre outros.

  • DENILSON DASETE:

    ARROGANTES COMO SAO OS YANKES E CLARO Q.ELES VAO SI UNIR , MAS NAO PENSEM ELES Q .OS CHINAS VAO QUERE PERDER O CONTROLE ELES ILUDIRAO MILHOES AO PASSAR PARA O MUNDO QUE FORAM A LUA E TODOS ACREDITARAM MAS UM DIA TUDO SERA DESCOBERTO NAO APOIO O GOVERNO CHINES E O MESMO Q. APOIAR CHAVES,FIDEL.EVO MORALES E ETC MAS ELES TEM Q,SABER Q. MESMO O IMPERIO ROMANO ACABOU

  • JS:

    Oq a mídia publica é só 0,5% (no máximo) do que você PODE saber! Quando você viu, já foi!

  • drew:

    Se todas as potências espaciais tivessem vontade política e se unissem na exploração do espaço iríamos chegar a Marte em poucos anos,más como sempre existem ignorantes no poder…

    Na minha opinião a china e os Eua deveriam se unir,o espaço é muito grande e seria mais eficás a união de todos em sua exploração.

    • Hugo:

      Não é tão simples assim.

      “Isso não é uma escolha que os chineses vão fazer por nós. Temos de decidir onde vamos colocar os nossos recursos”

      outras áreas precisam de recursos também, ainda mais para os EUA, que estão no meio de uma crise econômica.

    • Andy:

      “Na minha opinião a china e os Eua deveriam se unir”

      Discordo veemente! Estou torcendo para uma guerra fria espacial entre EUA e China. Nada melhor que uma concorrência para acelerar as conquistas e angariar fundos.

    • Marcelo Muniz:

      Concordo com você Andy!
      Depois da queda da URSS, EUA e Rússia começaram a cooperar em missões espaciais. A partir daí, só o que vimos foi uma estagnação da exploração espacial.
      O máximo que fizeram foi construir a ISS, que mesmo assim demorou mais de 10 anos pra ficar pronta, e pelo que tudo indica, vai operar menos que o tempo que levou pra ser construída.
      Eu torço também por uma corrida espacial, mas não entre EUA e China, e sim entre Rússia e China, que ao meu ver seria bem mais disputado.
      (Quiçá a Índia tb não entre nessa?)

    • Glauco:

      Vc prefere guerra? Eu prefiro paz!

    • Thiago:

      O Glauco não entendeu sua resposta Andy.

    • Andy:

      Notei. ^^

    • Jonatas:

      A nova corrida espacial, aquecida de um eventual atrito entre as atuais potências, pode dar origem a algo que é realmente assustador: A construção de armas espaciais em órbita da Terra. Um ameaça dessa magnitude pode desestabilizar todas as nações na superfície, tornando uma terceira guerra mundial iminente.

    • Marcelo Muniz:

      Discordo.
      Se isso não aconteceu na guerra fria, não é agora com os EUA f*didos e no fundo do poço que vai acontecer…

    • Magnus:

      Mas é justamente por estarem mau que acho que isso vai acontecer. Quem ta no poder não quer deixá-lo de jeito nenhum. E se acharem preciso vão apelar sim. Se por muito menos jogaram bombas atômicas num país já rendido, acho que é só uma questão de tempo.

    • Marcelo Muniz:

      Vontade pra isso é óbvio que não falta aos EUA…
      Agora, nem sempre vontade é o suficiente.

    • Jonatas:

      É… Marcelo essa é uma questão muito boa pra horas de debate… Mas ainda acho que mesmo batidos os USA são sim uma potência espacial mesmo que só na experiência. Se o governo precisar, investe tudo em guerra pra Nasa nem que pra isso sacrifique a economia e deixe a massa do povo mais humilde na miséria. Talves o Brasil nunca tenha chegado a esse patamar porque, mesmo com problemas no SUS e nas previdências, é um pais bem assistencialista, quando comparado com outros.

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