Exagero? Pentágono considera ciberataques “atos de guerra”

Por , em 2.06.2011

O Pentágono, a principal instituição de defesa dos Estados Unidos, está se adequando aos novos tempos. Na tentativa de criar uma estratégia formal para impedir ataques cibernéticos contra o país, eles planejam por em prática uma nova estratégia em breve – declarar que ataques através de computadores estrangeiros podem ser considerados atos de guerra, o que pode resultar em uma resposta militar estadunidense.

Vários funcionários do governo, em comentários ao longo dos últimos dois anos, têm dado a entender publicamente que o presidente estaria no direito de considerar uma variedade de respostas se o sistema de computação dos Estados Unidos alguma vez fosse severamente atacado. Dentre essas ações estariam sanções econômicas, ciberataques de retaliação ou até mesmo um ataque militar.

A nova estratégia militar, que surgiu a partir de vários anos de debate sobre o modelo de 1950 que tinha como objetivo impedir ataques nucleares, torna explícito que um ciberataque pode ser considerado o equivalente a um ato de guerra mais tradicional. O Pentágono, em outras palavras, declara que qualquer ataque de computador que ameace civis – como por exemplo o corte do fornecimento de energia ou a interrupção da rede de comunicação de hospitais e pronto-socorros – pode ser tratado como um ato de agressão.

A nova política não menciona a forma como os Estados Unidos poderiam responder a um ataque cibernético de um grupo terrorista, ou outros tipos de ameaça. Também não estabelece um limite do quão sério um ciberataque precisa ser para “merecer” uma resposta militar.

Durante a Guerra Fria a política funcionava perfeitamente, uma vez que o Pentágono encontrava poucas dificuldades em determinar rapidamente de onde um ataque estava vindo – e poderia contra-atacar o local específico. No caso de um ataque cibernético, a origem do ataque é quase sempre incerta, assim como aconteceu no caso de 2010, quando um ataque complexo foi feito contra o Google e seus servidores.

Eventualmente, o Google concluiu que o ataque tinha vindo da China. Porém, os oficiais estadunidenses jamais identificaram publicamente o país onde a ofensiva se originou, e muito menos se ela foi ação do Estado ou de um grupo de hackers.

“Uma das questões que temos de nos perguntar é: ‘Como sabemos se estamos em guerra?’”, comenta um ex-funcionário do Pentágono. “Como sabemos quando se trata do Exército da Libertação do Povo ou de apenas um hacker qualquer?”

Um participante do debate mais amplo sobre ciberestratégia do governo acrescenta: “Quase tudo o que aprendemos sobre dissuasão durante os impasses nucleares com os soviéticos nos anos 60, 70 e 80 não se aplica mais nos dias de hoje”.

Funcionários da Casa Branca argumentam que ofensivas militares para responder a um ataque cibernético seriam o “último recurso”, depois de que todos os demais esforços para impedir um ataque tenham falhado. O país também pensa em aplicar outras estratégias e formas de prevenção, contra a ameaça ao seu bem-estar econômico e à sua reputação.[TheNewYorkTimes]

12 comentários

  • Rod:

    Um cordeirinho novo estava bebendo água num riacho quando chegou um lobo voraz. Ficou com vergonha de atirar-se descaradamente sobre o cordeirinho e começou então a inventar motivos que justificassem sua ação. Primeiro acusou o cordeirinho de estar sujando a água em que ia beber, ao que o cordeirinho respondeu que não era verdade, pois estava bebendo bem abaixo da correnteza. O lobo acusou-o então de ter falado mal dele, uns seis meses atrás, ao que o cordeiro respondeu que ainda não havia nascido, pois só tinha três meses de idade. O lobo se exasperou, e disse: “Se não foi você, foi um dos seus parentes, e você vai pagar por eles”. E arrastou o cordeirinho para detrás de uma moita e o devorou.

  • SHEIA MESQUITA DOS SANTOS:

    Todos os paises deveriam,estar alertas,principalmente os EUA depois do 11/09,afinal segurança é primordial,em se tratando de computadores então.
    São eles que acessam internet,sem falar nos e-mails,atualmente a segurança tem de ser ostensiva.

  • Dig’s_ 2011:

    Em se tratando de EUA não duvidem de nada… Mas imaginem só se o ataque viesse da China ou da Russia… O bicho ia pegar!!!

  • Squish:

    Porque com certeza hackear um computador faz muito mais estrago que enfiar uma bala na cabeça do usuário!
    Comentários infames…

  • José Calasans:

    É complicado,vamos imaginar que um grupo qulquer se infiltre em um outro país,e de lá em uma lan,eles façam um ataque ao pentágono,e ai? vai haver um ataque? e morrerão inocentes?.Essa história tá mal contada.

  • Marcos- DF:

    Olá a todos !
    Concordo com o Digão. Um ataque desta natureza deve ser combatido de forma igual e não militarmente, mesmo porque nunca se sabe, exatamente, de onde partiu o ataque …
    Abraços

  • HUGO SM:

    Hummmm,Qualquer dia um Hacker da tribo Kamayurá vai justificar a invasão da Amazônia…

    • João:

      Concordo contigo. lol Mais uma desculpa para invadir países.

  • Navathumini:

    perfeitamente de acordo, uma vez que os danos ( financeiros e materiais ) provenientes de tais ataques nalgumas vezes superam ate do causados por uma accao militar!

    • João:

      Estes gajos tem alguma na manga, o que eles querem agora? Mais desculpas para atacar alguém…

  • valtão:

    amigo a discussão não é tecnologia, a discussão é (um exemplo) que se os hackers da china atacarem os estados unidos e fizerem pessoas morrer em hospitais por falta de energia, ou fizer com que todos os farois de trânsito ficassem desligados ao mesmo tempo e resultaria em muitas mortes o problema seria tratado como caso de terrorismo e acho certo que os EUA venha com punho forte com estes países e com estes govrenos que são eles que incentivam pra isso
    mas teriam que pegar as pessoas certas e não civís

    flw

    valtão
    new york,eua

  • Digao:

    Um contra-ataque convencional a um ataque cibernético não vai da certo….

    O ideal seria fazer um contra-ataque cibernético mesmo, tecnologia x tecnologia, e nesse quesito poucos países se equiparam aos EUA.

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